São praticamente 150 os quilómetros que separam Milão de Turim. Essa distância acabou por ser substancialmente atenuada pelo desporto, mais especificamente pelo futebol. Com o passar dos anos, Inter e Juventus tornaram-se rivais e, atualmente, protagonizam um dos duelos mais frenéticos do Campeonato italiano. Este domingo, os dois clubes mais titulados do futebol transalpino defrontaram-se pela 252.ª vez, num embate que é conhecido como Derby d’Italia.

Apesar do ascendente bianconeri, a formação da casa entrou em campo à procura de reverter uma tendência recente que sorria, claramente, aos nerazzurri: a Juventus não vencia o Inter desde março de 2023 (fora, 0-1) e vinha de quatro jogos seguidos sem vencer (duas vitórias e dois empates). Contudo, a nova temporada trouxe de regresso a vechia signora, que regressou às provas UEFA, onde será adversária do Benfica, e subiu o nível na Serie A, partindo para esta nova jornada a um ponto do rival e a três do líder Nápoles. Mais importante que o registo pontual, a Juve era a única equipa italiana sem derrotas internas.

“A Juventus tem de fazer o seu jogo como sempre fez. O jogo tem a sua própria história e temos de a trazer para o nosso lado. Temos de ser concretos e aumentar as nossas hipóteses de ganhar. Há sempre o desejo de entrar em campo da mesma forma. Estamos concentrados e determinados naquilo que sabemos fazer. Este é o próximo jogo do calendário e deve ser encarado com seriedade. Entramos em campo a 200%. Depois ganhamos, perdemos ou empatamos, mas damos sempre o nosso melhor para enfrentar o nosso trabalho. Depois deste, muitos outros virão”, partilhou Thiago Motta na antevisão.

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Já a equipa da casa entrou em campo com apenas uma derrota neste início de temporada, em 11 jogos realizados, mas apresentou uma cenário defensivo incomum com Simone Inzaghi ao comando, embora tenha melhorado nos últimos dois jogos, nos quais não sofreu qualquer golo. Contudo, o Inter vinha com a média de um golo sofrido por jogo, acima da Juventus.

“Claro que sabemos a importância do jogo, o que significa para o nosso clube e para os adeptos. É o nono jogo da época, não será certamente decisivo, mas será muito importante. Estamos perante duas equipas que têm tido o mesmo percurso, tanto no Campeonato como na Liga dos Campeões. O Inter está a começar bem, com uma série de cinco vitórias consecutivas. Infelizmente, tivemos alguns pequenos problemas que nos vão limitar nos próximos jogos, mas os jogadores estão prontos. Amanhã [domingo] vou tentar pôr em campo a melhor formação para fazer um grande jogo contra a Juventus”, sublinhou Inzaghi.

Com a família Thuram a apimentar ainda mais este clássico, já que Lilian Thuram a assistir ao confronto entre os filhos Marcus e Khéphren, Inzaghi apostou no avançado francês, voltando também a conceder a titularidade a Federico Dimarco, Alessandro Bastoni e Lautaro Martínez. Já Motta sentou o jovem de 23 anos no banco de suplentes e voltou a contar com Michele Di Gregorio na baliza, mantendo Francisco Conceição no ataque, a par de Timothy Weah e Dusan Vlahovic. O jogo começou a todo o gás e, depois de Danilo cometer penálti sobre Thuram, Zielinski assumiu a conversão, atirou para o meio e inaugurou o marcador (15′).

Contudo, a Juventus acabou por reagir bem e, cinco minutos depois, empatou a partida, com McKennie a receber de Cabal e a servir Vlahovic para o empate (20′). E o rumo do desafio acabou por mudar de seguir, com Chico Conceição a passar por Mkhitaryan e a deixar para Weah completar a reviravolta (26′). Já na parte final do primeiro tempo, o internacional arménio combinou com Thuram e, já dentro da área, atirou colocado para o empate, voltando a descontrolar o desafio (35′). Logo a seguir foi a vez de Zielinski aparecer com perigo na área bianconeri e, com um remate colocado, fazer o 3-2 (37′).

A segunda metade abriu com a equipa da casa novamente por cima e, na sequência de um canto, Dumfries finalizou para mais um golo (53′). O Inter voltava, assim, a ter o jogo no mão, mas nem por isso deixou de continuar a criar perigo. Contudo, a formação de Inzaghi teve pela frente um Di Gregorio de alto nível que, em duas tentativas de Dimarco e Barella, negou o golo com defesas de grande calibre (65′ e 67′). Esses lances acabaram por ter o condão de manter a Juventus no jogo, já que, através de uma grande arrancada do recém-entrado Yildiz, a formação forasteira reduziu e relançou o jogo na parte final (71′).

Eis senão quando que, em nova incursão de Conceição na área nerazzurri, Yildiz recebeu na meia-esquerda, tirou um adversário do caminho e atirou forte para o 4-4, com Sommer a tocar ainda na bola (82′). Ainda houve tempo para o ex-FC Porto Taremi saltar para o relvado, mas o resultado não sofreu mais alterações e a justiça acabou por imperar. Assim, Inter e Juventus continua nas segunda e terceira posições da Serie A, mas mais longe do Nápoles: estão a quatro e cinco pontos, respectivamente.