O presidente da Área Metropolitana do Porto frisou esta segunda-feira ser “evidente para toda a gente” que a empresa metropolitana de transportes “não é uma prioridade estratégica da Câmara do Porto”, porque está servida pela STCP.
Questionado sobre o processo de nomeação de um representante da autarquia do Porto para a Transportes Metropolitanos do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues disse compreender que “diferentes olhares para a empresa metropolitana” gerem “diferentes andamentos e até diferentes vontades de agilizar os processos“.
Na sexta-feira, o autarca disse que o Porto tinha aceitado nomear um representante para a mesa da assembleia-geral da nova empresa, depois de num primeiro momento ter-se recusado a fazê-lo por falta de entendimento.
Horas depois, numa declaração enviada à agência Lusa, a Câmara do Porto negou existência de um entendimento.
Esta segunda-feira, salvaguardando que não teve oportunidade de clarificar o assunto durante o fim de semana, disse acreditar que “vai tudo correr bem” porque, se o tema “não é tão importante para a Câmara do Porto como é para as outras, também é importante para a Câmara do Porto”.
“Acho que nos entendemos. Não se pode impor à Câmara do Porto aquilo que não é uma prioridade para a Câmara do Porto. Mas também é preciso que a Câmara do Porto perceba que o Porto não é só uma cidade. O Porto é toda uma região que é interdependente“, considerou, reiterando que não se quer “imiscuir nas áreas do [presidente da nova empresa] Marco Martins”.
Eduardo Vítor Rodrigues considerou também “evidente” que a Câmara do Porto terá um representante na nova empresa, que não o presidente Rui Moreira, com o qual vai dialogar para clarificar a sua posição.
“Sempre tenho conseguido que, no diálogo com o presidente Rui Moreira, as coisas aparecem resolvidas. Nós somos o Norte, somos o Porto, a AMP, somos impetuosos, reagimos muito fortemente. Acredito que o presidente [da nova empresa Transportes Metropolitanos do Porto], Marco Martins, tenha tentado agilizar o processo e assumiu que da Câmara do Porto era o presidente. Acho que o importante é nos próximos dias eu tratar disso com o presidente Rui Moreira e acredito que vai correr tudo bem“, disse Eduardo Vítor Rodrigues.
Questionado pela Lusa sobre o facto de a Câmara do Porto ter negado a existência de um entendimento, Eduardo Vítor Rodrigues disse que era essa a informação que tinha quando abordou o tema no Conselho Metropolitano do Porto.
“Quando agendámos aquele ponto [na ordem de trabalhos da reunião do Conselho Metropolitano do Porto], o que o presidente Marco Martins me disse é que nos contactos com o presidente Rui Moreira tinha havido uma alteração da posição da Câmara do Porto e teria havido disponibilidade para a Câmara do Porto participar e foi aquilo que eu disse”, começou por referir.
E continuou: “Na verdade, as duas coisas são verdade. Está hoje absolutamente evidente que o presidente Rui Moreira não será o representante da Câmara do Porto, mas está também evidente que a Câmara do Porto terá um representante que não o presidente”, disse Eduardo Vítor Rodrigues”.
“O meu trabalho tem sido demonstrar que a empresa é melhor com o Porto do que sem o Porto (…). Nunca tive nenhuma não consumação de objetivos na relação com o presidente Rui Moreira e ele a mesma coisa. Sempre nos entendemos e vamo-nos entender”,frisou.
Em causa estão os pontos em votação para a nomeação da estrutura da futura empresa Transportes Metropolitanos do Porto, que irá gerir os contratos da rede Unir, a bilhética do Andante e terá as atuais competências da AMP em termos de mobilidade.
O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, será o presidente, e a empresa terá como vogais Luís Osório e Carla Vale.
Está previsto, segundo documentos a que a Lusa teve acesso, que o presidente da mesa da assembleia-geral seja indicado pelo município do Porto, que o vice-presidente seja indicado pela Área Metropolitana do Porto e que o secretário da mesa da assembleia-geral seja indicado pela STCP, alternando a meio do mandato com uma indicação pela Metro do Porto.