O Sindicato dos Jornalistas (SJ) está a acompanhar “com atenção” a situação da demissão de três membros da Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CCPJ), considerando “importante” o regular funcionamento das instituições, divulgou esta quinta-feira a direção.

A Lusa noticiou na quarta-feira que três membros eleitos pelos jornalistas para o plenário do órgão renunciaram aos cargos em divergência com a presidente da CCPJ, Licínia Girão, a qual se manifestou “surpreendida” com o pedido de demissão destes elementos, que disse terem “muitas dificuldades em lidar com a democracia”.

Presidente da Comissão da Carteira de Jornalistas “surpreendida” com demissão de três membros

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De acordo com uma nota da direção, o SJ “acompanha com atenção a situação” na CCPJ, nomeadamente as demissões de três elementos eleitos em lista proposta pelo sindicato.

“Entendemos que importa deixar claro que a direção do SJ respeita a autonomia e independência das pessoas que indicou para a lista concorrente às eleições para a CCPJ, em 2022, e assegura que nunca interferiu nas decisões por estes tomadas no desempenho das suas funções”, lê-se no comunicado.

“O SJ acredita que não se terão demitido de ânimo leve e sem a adequada ponderação sobre os efeitos de tal atitude”, prossegue o sindicato.

No início de 2023, “quando centenas de jornalistas se queixaram do custo da Carteira Profissional de Jornalista, documento obrigatório para o exercício da profissão dentro da legalidade, o SJ foi claro ao afirmar a importância deste órgão público, cujo funcionamento adequado considerou fundamental para o exercício do jornalismo em Portugal”, recorda a direção.

Agora, sublinha novamente “o respeito pelo papel da CCPJ enquanto órgão da regulação do jornalismo em Portugal, não só pela atribuição do título profissional como pela fiscalização do uso ético do mesmo”.

O SJ “entende que o regular funcionamento das instituições do setor é mais importante do que nunca e fundamental para responder aos enormes desafios que se colocam ao jornalismo”.

Nesse sentido, e “perspetivando-se alterações ao enquadramento legislativo da comunicação social, o SJ defende que aí se repensem as condições de operação, e o próprio modelo de funcionamento das estruturas do jornalismo, para que eficazmente defendam a produção rigorosa, e ética, de informação”.

Tendo em conta que a CCPJ entrará em breve em processo eleitoral, “o SJ, como sempre, apresentará uma lista que possa defender da melhor forma os interesses dos jornalistas“, conclui.