Depois das sete vitórias, dois encontros sem triunfos e mais dúvidas em torno daquilo que é (ou pode ser) o Al Nassr. Stefano Pioli, sucessor de Luís Castro no comando técnico da equipa de Riade, não fez revoluções na equipa após a chegada mas conseguiu estabilizar aquilo que estava a ser uma campanha errática no início da temporada. Problema? Mesmo a ganhar as exibições nunca encheram o olho. Mais do que isso, durante alguns períodos do encontro, mais ou menos largos dependendo do resultado da partida, o jogo era lento e faltava intensidade. Quando os golos não surgiram, as debilidades tornaram-se mais notórias e, depois de um empate diante do Al Kholood para a Liga, o Al Nassr foi eliminado da Taça do Rei frente ao Al Taawon.

Tudo correu mal nesse encontro. Até nos descontos, com uma grande penalidade que podia levar tudo para o prolongamento, Cristiano Ronaldo, que tinha descansado na partida anterior, não conseguiu marcar, num raríssimo castigo máximo que não conseguiu transformar. Agora, com seis pontos de atraso em relação à liderança, a receção ao Al Hilal ganhava outro peso para encurtar distâncias e travar o período menos conseguido frente a um conjunto de Jorge Jesus apenas com vitórias e quase em modo “passeio” esta época.

No final, o empate acabou por ser um mal menor. A diferença de seis pontos para o primeiro lugar manteve-se naquele que foi o terceiro encontro consecutivo sem vitórias do Al Nassr. “A batalha está longe do fim. Obrigado a todos pelo apoio de hoje”, escreveu Ronaldo após a partida que foi também um duelo entre internacionais portugueses e jogadores com passagens por Portugal entre o capitão da Seleção, Otávio, João Cancelo, Talisca e Marcos Leonardo (Rúben Neves está lesionado). No entanto, e mais uma vez, aquilo que ficou claro é que o Al Hilal continua alguns furos acima da concorrência não tanto pelos jogadores que dão outro brilho em termos individuais mas pela força coletiva que coloca a equipa mais perto do sucesso.

Num Mrsool Park cheio, o Al Nassr teve um início de sonho: um minuto, um ataque, um golo. Na sequência de um cruzamento de Otávio na direita, Talisca conseguiu receber de forma orientada, passou um primeiro opositor e rematou sem hipóteses para Bono. Malcolm deu um sinal de reação pouco depois (5′) mas foi preciso esperar quase meia hora para que o Al Hilal conseguisse de vez assumir mais o encontro, com Mitrovic a ver um golo anulado (38′) e Talisca a aproveitar a subida de linhas dos visitantes para fazer também o bis invalidado por fora de jogo (42′). Apesar das ameaças, o intervalo chegava com o Al Nassr na frente e Cristiano Ronaldo com um cartão amarelo após uma entrada fora de tempo de carrinho (45+1′).

No segundo tempo, o Al Hilal continuou a assumir o comando da partida com o meio-campo a ditar leis e Al Dwasari a aparecer mais nas ações ofensivas, tendo um remate ao poste que poderia ter mudado o rumo do jogo antes de Bento conseguir evitar a recarga de Renan Lodi (63′). Ronaldo continuava muito alheado do encontro, aparecendo apenas uma vez para ficar muito perto de sentenciar o resultado com um remate que obrigou Bono a defesa apertada (75′), e a insistência do conjunto de Jorge Jesus acabou por trazer frutos, com Milinkovic-Savic a surgir na área a desviar de cabeça um cruzamento da esquerda de Renan Lodi (77′). Mais uma vez, a força coletiva e mental do Al Hilal fez-se sentir, com o sexto duelo consecutivo frente ao Al Nassr sem derrotas entre três vitórias e outros tantos empates desde a final da Taça dos Campeões Árabes do início da última temporada, resolvido por Ronaldo com um bis no prolongamento.

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