O Presidente da República esteve, esta sexta-feira, no bairro do Zambujal, na Amadora, onde visitou a esquadra da PSP e conversou com diversos moradores daquele bairro, incluindo familiares de Odair Moniz, anunciou a Presidência da República, numa nota publicada no site oficial.
Marcelo Rebelo de Sousa iniciou esta sexta-feira “visitas informais na zona da Grande Lisboa”, nomeadamente ao concelho da Amadora. O chefe de Estado esteve, juntamente com o presidente da Câmara Municipal da Amadora, no bairro do Zambujal, onde morava o cabo-verdiano Odair Moniz, morto pela polícia a 21 de outubro.
Aí, o Presidente da República visitou a esquadra da PSP e “conversou com diversos moradores daquele bairro, incluindo familiares de Odair Moniz”, adianta a Presidência. Também jantou na Amadora, onde visitou o quartel dos Bombeiros.
A visita não constava da agenda do chefe de Estado transmitida à comunicação social.
Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro e morreu pouco depois, no hospital.
Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos, e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Nessa semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.
O procurador-geral da República pediu celeridade na investigação à morte do cidadão e rapidez nas perícias da Polícia Judiciária e do Instituto Nacional de Medicina Legal.