O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco defendeu, esta sexta-feira, perante os líderes do G20 a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas e “uma maior representatividade” através do acesso das mulheres a cargos de decisão.

“Manter tudo como está não é uma opção. Os desafios atuais e futuros não se compadecem com respostas passadas. Precisamos de novas respostas”, começou por dizer Aguiar-Branco, no seu discurso perante o Congresso do Brasil, país que este ano preside o grupo das 20 maiores economias mundiais e que convidou Portugal para ser membro observador.

O presidente do parlamento português alinhou-se com a posição da presidência brasileira no G20, que defende a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e afirmou que a “adaptação da arquitetura e das regras, a nível internacional, para se fazer face aos novos desafios, é inevitável”.

O responsável português sublinhou ainda a necessidade de uma maior representatividade “através do acesso das mulheres a cargos decisórios e uma maior inclusão dos diferentes países e regiões do mundo, de modo a conferir mais legitimidade a uma arquitetura e ordem internacionais adaptadas aos novos desafios”.

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Temas como “a crise climática, a revolução digital, a luta contra a fome e as desigualdades, são algumas das áreas que carecem de novas abordagens”, frisou Aguiar-Branco.

Tal como já o tinha feito em declarações à Lusa, na quarta-feira, no arranque do P20, o presidente da Assembleia da República defendeu que “a diplomacia parlamentar é uma ferramenta importante de diálogo que deve ser aproveitada”.

“Em cenários de maior fragmentação político-partidária, como vivemos atualmente em muitos países, incluindo em Portugal, os Parlamentos ganham uma centralidade muito relevante, assim como a diplomacia parlamentar”, disse, no Congresso brasileiro.

Por fim, Aguiar-Branco, que discursou poucos minutos antes do vice-presidente do conselho da federação russa, disse que o mundo não pode ser complacente “no que toca a conflitos que têm um impacto para além das suas fronteiras, como é o caso da Ucrânia e também de Gaza”.

“Há que condenar o que tem de ser condenado: violações de integridade territorial, violações de direitos humanos. Se não o fizermos, estaremos a minar uma das maiores conquistas da humanidade: um mundo baseado em regras”, sublinhou.

Tal como nas mais de 20 reuniões ministeriais do G20 já realizadas este ano, é esperado hoje no final dos trabalhos a Declaração Conjunta do P20, com as sugestões do a serem encaminhadas à Cimeira de Chefes de Estado do G20, que acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro e que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e dos principais líderes mundiais.

As prioridades do Governo brasileiro para esta presidência são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.