O JPP anunciou este domingo que, a meio da semana, reunirá os militantes e, no próximo domingo, a comissão política nacional para decidir como vai votar a moção de censura ao Governo Regional, liderado por Miguel Albuquerque.

“Numa fase em que será discutida a 18 de novembro a Moção de Censura apresentada pelo principal fiador do Governo [Regional], o Chega (…) Há que manter os olhos e os ouvidos bem abertos, e a boca bem fechada”, diz o líder do Juntos Pelo Povo, Élvio Sousa, citado num comunicado divulgado este domingo.

O JPP destaca neste documento que a sua matriz “foi a de procurar ouvir e auscultar os seus militantes, sempre que a conjuntura e o tempo o permitiram”.

“É isso que vamos fazer esta semana. A meio da semana vamos reunir os nossos militantes em plenário para analisar a situação e no próximo domingo dia 17 de novembro ouviremos a Comissão Política Nacional”, adianta. Segundo os responsáveis do JPP, “há que medir a temperatura ambiente”.

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Também argumenta que em todo este processo ficou evidente que “o maior fiador do Governo [Regional] retira confiança ao PSD, e ao contrário daquilo que alguma ‘orquestra mercenária’ deseja fazer passar, a confusão e a instabilidade foi gerada no seio do PSD, do Chega e de todos os fiadores que convenceram o Representante da República, em maio deste ano, que estava tudo controlado” e havia “garantias de estabilidade política e a governabilidade”.

O JPP complementa, que ao contrário deste cenário, houve “algumas tentativas de começar a fragilizar e dividir a oposição, de tentar manter vozes dissonantes abafando os principais culpados desta instabilidade política: os fiadores, os agarrados e os calculistas”.

Este partido, que tem nove deputados num universo de 47 lugares no parlamento regional, considera que “o PSD está agarrado ao esquema montado em 2015, de continuar a alimentar os DDT — Donos Disto Tudo”.

Para o JPP, “não é Albuquerque que não quer sair. São os DDT que não o querem deixar sair. Albuquerque representa a tábua de salvação para a manjedoura orçamental continuar a fazer sair dinheiro para alimentar os clientelismos”.

Ainda sustentam ser este o momento oportuno para Miguel Albuquerque e o líder do CDS-PP/Madeira, José Manuel Rodrigues, “que se dizem defensores da transparência, virem mostrar publicamente os termos do acordo (secreto) que os uniu em cordão de entendimento parlamentar.”.

José Manuel Rodrigues é o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

“Se não o fizeram até à data são igualmente cúmplices da opacidade e escondem a natureza do seu pacto dos madeirenses”, complementa o JPP.

Na passada quarta-feira, o grupo parlamentar do Chega, que tem quatro deputados na Assembleia Legislativa a Madeira, anunciou a apresentação de uma moção de censura ao Governo Regional.

O presidente do executivo, Miguel Albuquerque, já anunciou que não se demite e que o partido que lidera (PSD) está preparado para qualquer cenário, incluindo novas eleições legislativas regionais antecipadas.

Por seu turno, o líder do PS/Paulo Cafôfo, após a reunião da comissão política regional, que decorreu sábado, informou que os deputados socialistas, que ocupam 11 lugares no hemiciclo, vão votar a favor da moção, o mesmo acontecendo com a estrutura regional da Iniciativa Liberal (IL) que tem um representante.

A conferência dos representantes dos partidos na Assembleia Legislativa da Madeira reúne-se na segunda-feira para agendar a discussão da moção de censura ao Governo Regional, apresentada pelo Chega, segundo indicação do parlamento insular.