A última semana foi atribulada. Que o diga José Mourinho. Em mais uma jornada do campeonato turco, o Fenerbahçe deslocou-se a casa do Trabzonspor e teve particulares dificuldades para alcançar o triunfo, que só surgiu no tempo de compensação (2-3). Bem ao seu estilo, o técnico português acabou por comemorar a vitória suada de joelhos no relvado e, depois do encontro, voltou a visar a equipa de arbitragem, o video-árbitro e acusou a Liga da Turquia de ser “obscura e cheirar mal”. Perante essa atitude, o treinador setubalense foi suspenso por um jogo, cumprido este domingo.

“Em Londres só o meu filho assiste ao Campeonato turco”: Mourinho volta a criticar arbitragem e diz que Liga turca é “obscura e cheira mal”

“Antes de mais, quero perceber a razão e o porquê de ter sido castigado. Fui exuberante nos festejos? É verdade. Queixei-me do árbitro e do VAR? Também é verdade. Mas não insultei ninguém, nem tive um comportamento agressivo. Se foi pelo meu festejo do golo, gostaria de lembrar que, quando era criança, um dos meus maiores ídolos, só atrás do meu pai, foi o Eusébio. E o Eusébio tinha uma celebração de golo icónica, mas que representava a alegria dele. Se os meus gestos significaram alguma ofensa para a cultura turca, tenho de aprender, mas não era essa a minha intenção”, explicou Mourinho na quinta-feira, depois do desaire em casa do Az Alkmaar, na Liga Europa, partida em que também cumpriu castigo (3-1).

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Sem o timoneiro de serviço no banco de suplentes, o emblema de Istambul regressou a casa à procura de prolongar a série de invencibilidade de quatro jogos, mas pela frente tinha um Sivasspor que, apesar de se encontrar a meio da tabela, chegava a esta 12.ª jornada com três triunfos seguidos. Assim, o Fenerbahçe entrava em campo à procura de subir ao segundo posto, que ficou à sua mercê depois de o líder Galtasaray ter batido o Samsunspor (3-2), com apenas um ponta de lança, já que Dzeko regressou ao banco de suplentes.

O início do desafio trouxe um Fenerbahçe mais ofensivo, ainda que raramente tenha acelerado os processos, procurando acautelar a defesa que, na reta inicial, sofreu um duro revés com a lesão de Söyüncü. Djiku acabou por substituir o central e, pouco depois, ficou ligado a um lance polémico que resultou no primeiro golo da partida. Akaydin apareceu solto no centro da área a completar um cruzamento de Yandas e uma grande jogada da formação da casa, contudo o lance começou com Djiku a tocar na bola com o braço mas, após consultar as imagens do lance, o árbitro manteve a decisão inicial e validou o golo (24′). Até ao intervalo — que foi antecedido de um período de compensação com nove(!) minutos —, o defesa que saiu do banco reapareceu, mas o seu cabeceamento em zona perigosa saiu para fora (41′).

Na etapa complementar, En-Nesyri teve, nos primeiros segundos, a oportunidade de dilatar a vantagem, mas o remate saiu ao lado (46′). Pouco depois, o árbitro Kadir Saglam voltou a ter de recorrer ao VAR, acabando por assinalar um penálti para o Fenerbahçe. Na cobrança, Tadic enganou Nikolic, atirou para a esquerda e fez o 2-0 (53′). O jogo prosseguiu a nível baixo e a primeira oportunidade do Sivasspor surgiu apenas ao minuto 69, com Livakovic a mostrar-se entre os postes. Na reta final, Amrabat também fez o gosto ao pé, com um grande pontapé de fora da área (82′). E, a fechar, Saint-Maximin aproveitou o espaço para se isolar e fazer o 4-0 final (90+5′).

Feitas as contas, o clube de Istambul confirmou a subida ao segundo posto, ainda que tenha menos um jogo que o Samsunspor, que está agora a um ponto de distância. Face ao líder Galatasaray, a equipa de Mourinho tem ainda que recuperar cinco pontos.