O líder do PS/Açores afirmou este domingo que o partido será obrigado a votar contra o Plano e Orçamento regional para 2025 se o Governo açoriano continuar sem dialogar, considerando que o Chega é “o parceiro escondido” da coligação.

“Aquilo que vos posso dizer é que até hoje o Governo não quis falar com o Partido Socialista. Até hoje nós não fomos sequer contactados por este Governo. É óbvio que se não falarem connosco, não dialogarem, seremos obrigados a votar contra este Plano e Orçamento. Não obstante, vamos fazer aquilo que é a nossa obrigação de estarmos disponíveis para o diálogo para melhorar o Orçamento e a vida dos açorianos”, sublinhou Francisco César.

O presidente do PS/Açores falava, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sessão de encerramento do XVI Congresso Regional da JS/Açores que reelegeu Russell Sousa.

Francisco César lembrou que o PS/Açores apresentou “mais de 11 medidas” para que “o PSD, quem gere a coligação e o presidente do Governo Regional, negociando connosco, conversando connosco”, incluísse as propostas socialistas.

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“Aquilo que os partidos políticos devem fazer é dialogar, estender a mão, a bem da nossa região”, defendeu o dirigente socialista açoriano.

Mesmo não se revendo no Orçamento do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), o PS/Açores considera “importante que nos momentos mais difíceis” e “mais complicados” para a região “é importante dar um contributo” para melhorar o Orçamento regional.

Além disso, acrescentou, o PS quer “dialogar para aprovar aquele que é o documento mais importante que cada Governo tem no final de cada ano”.

“Nós gostaríamos que isso fosse feito, mas naturalmente nós não assinamos de cruz. Nós queremos dialogar para que esse Orçamento seja pelo menos melhor do que o Orçamento é hoje”, insistiu Francisco César.

Para o líder regional do PS, “o Chega é hoje em dia o parceiro escondido” do Governo Regional PSD/CDS-PP/PPM, alegando que o partido “assina de cruz tudo aquilo que a coligação de direita “faz e diz”.

Na sua intervenção, Francisco César reiterou as críticas à governação regional, em áreas como a educação, habitação, emprego e aumento da dívida pública regional que, em três anos e meio de Governo de coligação, “aumentou em cerca de mil milhões de euros, quase um milhão por dia”.

“Ouvi dizer, até com alguns ataques pessoais ao presidente do PS, que eu estava a denegrir a Região no exterior, como se dizer que este Governo aumentou a dívida pública, em três anos e meio, em cerca de mil milhões de euros fosse denegrir”, vincou.

Para o presidente do PS/Açores, a região enfrenta este atualmente “um enorme problema na gestão das contas públicas”, acusando o executivo de “não pagar a água e luz dos edifícios da Administração Regional, não pagar o Complemento a doentes oncológicos e a doentes cardíacos, nem pagar a agricultores e a associações desportivas e culturais”.

“Denegrir a região é o Governo Regional ser posto em Tribunal por um Banco público por não cumprir as regras. É saírem relatórios do Tribunal de Contas que dizem que há compromissos por liquidar e que só até ao final de 2023 são 88 milhões de euros. É haver relatórios do Tribunal de Contas que dizem que aquilo que o Governo declara que deve não bate certo com aquilo que as empresas que existem na Região declaram que o Governo lhes deve”, alertou.

Francisco César garantiu que “se for necessário para defender a região, o PS vai denunciar o que for necessário”.

O Plano e Orçamento dos Açores para 2025 vai ser discutido e votado no final deste mês.