O Governo reagiu esta terça-feira com “surpresa” à eleição de Alberto Arons de Carvalho para o Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, apontando que a RTP “precisa de paz social”.

Na audição no parlamento no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, o ministro dos Assuntos Parlamentares foi questionado sobre a eleição de Alberto Arons de Carvalho para o CGI da RTP, à qual este disse ter reagido com “surpresa”.

Pedro Duarte salientou que “o Governo não tem de se pronunciar sobre isso”, mas não deixou de “manifestar surpresa”, porque este órgão “está sem presidente eleito há anos, não se percebe porquê de um momento para o outro, quando saiu Leonor Beleza, de repente internamente foi eleito um novo presidente”.

É uma surpresa porque a RTP “precisa de paz social e o conselho devia ser moderação e árbitro”, explicou. O órgão precisava de um perfil que deve “lutar por menos militantismo e mais moderação”, defendeu, reiterando que a RTP “deve olhar para mais modernidade e não ultraconservadorismo”.

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Mesmo assim, assegurou que o Governo “trabalhará com a RTP” e espera que os “profissionais da RTP continuem imunes a partidarização”.

No passado dia 4 de novembro, a até então presidente do CGI da RTP, Leonor Beleza, confirmou à Lusa que tinha renunciado ao órgão.

“Renunciei à qualidade de membro do CGI por considerar que não devo manter-me como tal quando pertenço à direção de um partido político”, afirmou, na altura, Leonor Beleza.

O primeiro presidente do CGI foi António Feijó, que esteve no cargo até 2020. Em 17 de novembro desse ano, José Carlos Vieira de Andrade foi eleito presidente do CGI da RTP, substituindo António Feijó. Vieira de Andrade presidiu ao órgão até 27 de julho de 2023.

De acordo com informação obtida pela Lusa, a primeira ata assinada por Leonor Beleza como vogal a exercer funções de presidente data de 19 de setembro 2023.

Quando não há presidente, o vogal mais antigo exerce a função de presidente do órgão, de acordo com a lei.

Arons de Carvalho foi eleito presidente do CGI na segunda-feira, por “unanimidade”, segundo fontes contactadas pela Lusa.