O Movimento Cívico Abolicionista da tauromaquia nos Açores denunciou esta quinta-feira que três pessoas morreram este ano na sequência de touradas à corda realizadas na ilha Terceira, enquanto o PAN apelou a uma severa fiscalização da atividade.

Segundo revela o Movimento Cívico em comunicado, as pessoas que morreram foram “um homem de 58 anos, a 1 de junho, em Angra, um de 52 anos, a 29 de junho, em Porto Martins, e um outro de 62 anos, a 3 de agosto, em São Bartolomeu dos Regatos”.

O movimento admite que possa ter ocorrido mais alguma morte que “não tenha sido publicamente noticiada”, não sendo também conhecido o número de feridos graves.

Ainda de acordo com Movimento Cívico Abolicionista da tauromaquia, é “infelizmente algo habitual” todos os anos morrerem pessoas “como consequência das touradas à corda” realizadas na ilha Terceira e o número de feridos graves “é também consideravelmente elevado”.

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Citando dados de um estudo realizado no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, o movimento salienta que “uma em cada dez touradas à corda acaba com um ferido grave“.

“Destes feridos, quase todos eles, nove em cada dez, são pessoas que assistem como público às touradas. E um em cada cinco, de forma bastante significativa, são turistas que se encontram de visita na ilha”, refere, acrescentando que em 2018 e 2019 registaram-se “um total de 56 feridos graves”.

Na nota, o movimento alerta ainda para a violência das touradas, que afeta não só as pessoas, mas também “animais que são forçados a participar como vítimas nesta retrógrada tradição“, relatando o caso de uma situação ocorrida este ano em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, onde um touro terá sido obrigado a ingerir álcool.

Sobre essa situação, o PAN/Açores revelou esta quinta-feira que na quarta-feira foi notificado pela GNR de que a denúncia realizada pelo partido em setembro, por suspeita de maus-tratos a um bovino durante uma tourada/vacada, levou à instauração de processo de contraordenação, porque “o bem-estar do animal não foi salvaguardado”.

Em comunicado, o partido indicou que aguarda as conclusões do processo, esperando que os arguidos sejam punidos, bem como o delegado municipal que não teve nenhuma intervenção “para cessar os maus-tratos”.

Citado na nota, o porta-voz do PAN/Açores e deputado único do partido na região, Pedro Neves, lamentou “mais uma inegável violação dos direitos dos animais“, considerando ter sido “um triste episódio” que reforçou “a revolta da população em relação ao tratamento dos animais de lide”.

O PAN/Açores apelou ainda a “uma severa” fiscalização das atividades tauromáquicas e revelou que todos os verões continuam a chegar ao partido “dezenas de notícias de casos de maus-tratos a animais”.