O chefe da unidade policial espanhola de combate à fraude e branqueamento de capitais foi detido após inspetores da Polícia Nacional terem encontrado 20 milhões de euros em notas escondidos numa parede da sua habitação e mais um milhão no seu gabinete, avançou o jornal espanhol VozPópuli.

A detenção foi revelada ao público no dia 8 de novembro, dois dias após 13.062 quilos de cocaína terem sido confiscados no porto de Algeciras, na região da Andaluzia. Fontes policiais do jornal confirmaram a relação entre a detenção do chefe da polícia, Óscar Sánchez Gil, e aquela que é a maior apreensão desta droga em Espanha de sempre e a segunda maior a nível europeu.

Depois do confisco da droga, foram feitas várias buscas em casas e escritórios de Madrid e Alicante. As operações desvendaram a ligação entre o importador dos estupefacientes e Sánchez Gil, de quem os colegas profissionais já suspeitavam, tendo inclusive posto uma escuta no seu telemóvel, afirma o El Mundo.

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A cocaína apreendida tinha partido de Guayaquil, a maior cidade do Equador — conhecida como um eixo central do narcotráfico —, camuflada num carregamento de bananas, segundo noticia o Guardian.

Na operação, foram detidas 15 outras pessoas, entre elas a companheira de Sánchez Gil que também era agente policial. A mulher trabalhava na esquadra de Alcalá de Henares, a 35 km de Madrid, localidade na qual o casal vivia. Foi nessa habitação que foram encontrados os 20 milhões de euros em numerário escondidos nas paredes e teto.

Outra parte do dinheiro que Sánchez Gil arrecadou, nos últimos anos, terá sido lavado em compras de criptomoedas e no investimento numa extensa frota de carros privados registados em nome dos seus familiares, de acordo com o El Mundo. Fonte do jornal acredita que o agente terá trabalhado com os traficantes durante “pelo menos cinco anos”.

O casal foi acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção e participação em organização criminosa. Após terem sido presentes a um tribunal na capital, ficaram em prisão preventiva, revela o Guardian.