Os ventos de uma nova era já tinham soprado há muito no Dragão, agora tudo passou das palavras aos atos em termos internos no clube: Fernando e Sandra Madureira, Vítor Catão e Vítor Oliveira (Aleixo), todos envolvidos na Operação Pretoriano por incidentes decorridos na Assembleia Geral de novembro de 2023, foram expulsos de associados do FC Porto, ao passo que Fernando Saúl foi suspenso por 180 dias.

A informação foi inicialmente avançada pelo JN e entretanto confirmada pelo Observador junto do clube azul e branco. Não está prevista qualquer comunicação “oficial” da decisão do Conselho Fiscal e Disciplinar, até porque todos os visados foram agora notificados do veredicto e podem recorrer desse “resultado”.

Além dos nomes supracitados, Carlos Nunes (Jamaica) foi também suspenso por um ano, ao passo que José Dias, Paulo Moura, Manuel Barros e Sérgio Ferreira tiveram sanções de seis meses. De referir que os três últimos não estão envolvidos como arguidos na Operação Pretoriano, sendo castigados depois de factos que foram apurados durante as diligências e inquéritos feitos pelo Conselho Fiscal e Disciplinar. Desta forma, ficaram cinco nomes de fora entre as sanções aplicadas pelo clube e os arguidos do processo que tem como um dos principais focos os que se passou na Assembleia Geral dos dragões a 13 de novembro de 2023.

Fernando Madureira, antigo líder da claque Super Dragões que se encontra detido preventivamente ainda no âmbito da Operação Pretoriano, a mulher Sandra Madureira, o também membro da claque Vítor Aleixo e Vítor Catão, conhecido adepto portista que foi presidente do São Pedro da Cova, podem agora avançar com recurso nos próximos 30 dias, sendo que o mesmo terá sempre de ser sufragado em Assembleia Geral.

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Na primeira vez que foi ouvido no âmbito da fase de instrução da Operação Pretoriano, Madureira negou atos ilícitos na polémica reunião magna, sublinhando que não agrediu, ameaçou ou coagiu ninguém.

“Os inquéritos prévios acabaram e já foram instaurados processos disciplinares. São três, à partida. Neste momento, estão a correr os prazos. Está tudo dentro das conformidades. A tramitação subsequente segue normalmente e penso que em dez ou 15 dias ficará tudo encerrado. A Direção sabe o que se está a passar e sabe que os processos foram instaurados após um inquérito rigoroso. Já visualizámos as câmaras de vigilância e o suporte de vídeo do pavilhão. Há vários vídeos que circularam abundantemente nas redes sociais e a própria imprensa escrita tratou de publicar alguns deles. Foi com base nisso que se encerrou o inquérito prévio e que se instauraram as ações disciplinares”, tinha referido Jorge Guimarães, antigo líder do Conselho Fiscal e Disciplinar ainda no tempo de Pinto da Costa como presidente, em janeiro deste ano.

FC Porto abre processo disciplinar aos sócios acusados na Operação Pretoriano

“Na sequência das notícias que dão nota de que foi proferido despacho de acusação pelo Ministério Público a 6 de agosto de 2024, no âmbito da designada ‘Operação Pretoriano’, referente aos factos ocorridos na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto do dia 13 de novembro de 2023, vem a Direção do FC Porto informar que irá proceder à participação formal junto do Conselho Fiscal e Disciplinar relativamente a todos os seus associados acusados ao abrigo do referido processo com vista à instauração, instrução e decisão de competentes processos disciplinares. Pretende a Direção que nestes processos sejam apuradas as devidas responsabilidades dos associados em questão e aplicadas as sanções disciplinares previstas nos Estatutos do clube que se vierem a revelar apropriadas tendo em conta a gravidade dos incidentes e comportamentos em causa”, tinham comunicado os dragões em agosto deste ano.