Uma ovação de pé para Ruben Amorim no encontro de despedida frente ao Manchester City, uma ovação de pé para João Pereira no encontro de estreia diante do Amarante. As provas eram distintas, o contexto surgia de uma forma diametralmente oposta mas nem por isso deixou de haver mais uma vez uma “mensagem” que veio das bancadas para o terreno – de agradecimento ao atual treinador do Manchester United, de confiança ao técnico que foi escolhido para a sucessão. O resultado e a própria exibição ajudaram mas dificilmente a nova equipa técnica poderia ter uma estreia melhor antes do primeiro “teste de fogo” na Champions.

Trincão e a teoria do lado a lado do lado certo (a crónica do Sporting-Amarante)

Ao longo da partida, João Pereira foi tentando manter as “regras” a que está sujeito enquanto não recebe o certificado de nível III de treinador. Nem sempre conseguiu, como se viu após um lance no final da primeira parte em que saiu do banco até à parte da frente da zona técnica, nem por isso deixou de ir dando indicações no próprio banco como aconteceu depois do 2-0, em que foi ter com Gyökeres para abordar uma situação específica com o avançado sueco. Antes do arranque do segundo tempo, João Pereira esteve também a dar indicações a Morita e Geovany Quenda fazendo recurso à prancheta que tinha no banco, que seriam lançados em campo logo ao intervalo. No final, cumprimentou o técnico contrário e saiu de campo.

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Em paralelo, entre constantes conversas com os seus adjuntos (algumas vezes a ver imagens no ecrã que está no banco, como acontecia antes também com Ruben Amorim), João Pereira aproveitou a estreia para poder também promover mais dois jogadores da formação na equipa principal, João Simões e Henrique Arreiol, jovens internacionais portugueses que foram dos nomes mais utilizados na formação secundária.

“Foi uma exibição bem conseguida, com muito compromisso e seriedade. Os jogadores encararam o jogo como uma final, como se fosse o jogo contra o Arsenal. Fizemos alguma gestão, mas todos os que jogaram deram uma excelente resposta. A única gestão foi mesmo a pensar no Amarante. Sabíamos que tínhamos jogadores com muita utilização nas seleções, outros que precisavam de minutos, outros com viagens longas, outros que chegaram tocados da seleção. Foi uma gestão inteiramente a pensar no Amarante”, comentou Tiago Teixeira, adjunto de João Pereira, em declarações à SportTV no final do jogo.

“João Pereira? Estivemos todos tranquilos. Foi uma excelente estreia, não só pelo resultado, por ser mais uma vitória, mas por tudo o que os jogadores conseguiram fazer. Tivemos pouco tempo para treinar mas eles já assimilaram algumas ideias”, referiu de seguida. “Estivemos todos tranquilos no banco. Claro que foi uma nova experiência para nós enquanto equipa técnica, mas acho que cumprimos e o resultado final é o mais importante”, acrescentou depois sobre o chefe da equipa técnica, falando ao Canal 11.

“Estreias de João Simões e Henrique Arreiol? Esta aposta na formação é política do clube mas apostamos na formação porque sentimos que os jogadores estão preparados para a equipa principal. Desta vez foram o João e o Henrique mas esperamos que possam ser outros e que esses possam ter mais minutos na equipa principal. É este o caminho, é o que queremos continuar a fazer, mas é mérito dos jogadores, que trabalham todos os dias para jogar cada vez mais pela equipa principal”, salientou Tiago Teixeira.

“Não vou expor o que andámos a trabalhar mas os jogadores estão a assimilar as ideias. Agora temos de recuperar porque terça-feira temos um jogo importante para ganhar. Sabemos como é o João, como era como jogador e como é como treinador. Tem ainda semelhanças e pede-nos o máximo porque daí vai surgir a qualidade para ganharmos os jogos que teremos pela frente”, comentou Ricardo Esgaio, que assinalou o jogo 500 da carreira com um golo, à SportTV. “Tem sido muito bom. O sistema é o mesmo que usávamos. Alguma ideias um pouco diferentes mas torna-se fácil assimilar as ideias do novo treinador. Vamos ter tempo suficiente para trabalharmos e chegar terça-feira na máxima força. Desconfiança? Nnca tivemos dúvidas. Sabíamos muito bem o que apresentava na equipa B, com todas as adversidades que ele tinha com jogadores mais novos e tudo mais. Conseguia impor o futebol dele”, acrescentou ao Canal 11.