Nada fazia prever pelos resultados anteriores, alguns sinais mostravam que podia ser uma questão de tempo até acontecer. Depois de uma fase com três empates em quatro encontros frente a Inter, Arsenal e Newcastle, o Manchester City conseguiu uma série de cinco triunfos consecutivos com 15 golos marcados e dava sinais de que pretendia estabilizar para não permitir grandes fugas do Liverpool na Premier League. No entanto, e a seguir, chegou o caos. Um caos nunca antes visto desde que Pep Guardiola assumiu o comando técnico da equipa, com todos os males a juntarem-se no mesmo contexto para deixarem os campeões em crise.
BRIGHTON SCORE TWO GOALS IN FOUR MINUTES TO TAKE THE LEAD VS. MAN CITY ???? pic.twitter.com/onyp7ulO00
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Tudo começou com a eliminação da Taça da Liga frente ao Tottenham com muitos nomes menos utilizados em campo e a derrota frente ao Bournemouth, que quebrou uma série de 32 partidas seguidas sem derrotas no Campeonato. “Temos poucos jogadores com muitos minutos e muitos jogadores sem minutos, o equilíbrio é um pouco desconfortável. Jogámos bem mas hoje não conseguimos aguentar a intensidade que eles tinham e foi por isso que perdemos o jogo”, apontou após o desaire por 2-1. De seguida, a inesperada goleada em Alvalade frente ao Sporting numa partida em que até começou na frente mas não mais conseguiu reagir após sofrer dois golos nos cinco minutos iniciais do segundo tempo. Por fim, e quando todos estavam à espera de uma resposta, novo jogo a começar em vantagem que terminou em derrota com o Brighton (2-1).
Razões? Várias. A ausência do Bola de Ouro Rodri com uma lesão grave nunca conseguiu ser “reparada” na plenitude em termos coletivos, outros jogadores chave estiverem também de fora, outras unidades não atravessam o melhor momento, o próprio Pep Guardiola deixou de encontrar soluções para os problemas que iam sendo colocados pelos adversários. Com a saída de Txiki Beguiristain confirmada (tal como a entrada de Hugo Viana na próxima temporada) e um técnico em final de contrato, a par de todas as incógnitas que os processos em que o clube está envolto levantam a começar pela possibilidade de haver uma descida em caso de derrota, o futuro dos citizens começava a ser colocado em causa. Uma notícia mudou tudo.
We are absolutely delighted to announce that @PepTeam has signed a contract extension ????
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— Manchester City (@ManCity) November 21, 2024
Confirmando uma notícia que ainda antes da saída de Ruben Amorim do Sporting para o Manchester United já começava a ser encarada como certa, Pep Guardiola decidiu renovar contrato com o City, colocando um travão na espiral que se começava a instalar. “O Manchester City significa muito para mim. Esta é a minha nona temporada aqui. Vivemos tantas coisas incríveis juntos. Tenho um sentimento especial por este clube, por isso estou tão feliz por continuar aqui por mais duas épocas”, salientou o catalão no anúncio. “Senti que não podia sair agora, tão simples quanto isso. Não me perguntem porquê, talvez as quatro derrotas sejam a razão pela qual senti que não posso sair”, acrescentou depois a esse propósito, indo mais longe e dizendo que mesmo que exista uma despromoção na secretaria pretende continuar nos citizens.
????️| Pep Guardiola:
"If we get relegated, I will be here"
[via @SkySportsPL]
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O mote estava dado para o regresso às provas de clube, neste caso com uma receção ao Tottenham a contar para a Premier League numa fase em que o Manchester City partia com cinco pontos de atraso em relação ao líder Liverpool. No entanto, a lei de Murphy que se abateu nos campeões está longe de ter sido ultrapassada. Pelo contrário, até ficou adensada. E a quinta derrota consecutiva tornou-se quase inevitável.
The world's best! ????
Welcome home, Rodri ???? pic.twitter.com/hawZck9355
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???????? 13 goals conceded in the last 5 games for Manchester City.
Three from Tottenham today so far. pic.twitter.com/IVjW3oporx
— Fabrizio Romano (@FabrizioRomano) November 23, 2024
Com as recuperação de John Stones e Akanji a darem alguma estabilidade ao eixo central recuado, o City voltou a desenhar um 4x3x3 com nuances que colocou desta vez Savinho mais a cair na esquerda com Phil Foden no flanco contrário. Guardiola tentava fazer algo diferente para fugir à maré de maus resultados e viu uma boa resposta nos minutos iniciais, com Haaland a ter um primeiro aviso ao lado (4′) e a obrigar Vicário a uma grande defesa com os pés após um desvio de primeira na sequência de um cruzamento de Savinho (11′). No entanto, e na primeira vez que o Tottenham chegou à área contrária, Kulusevski passou bem por Gvardiol na direita, cruzou largo e o aniversariante Maddison surgiu ao segundo poste para o 1-0 (13′).
Maddison não perdoa ????
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Apesar da desvantagem no marcador, o City poderia ter agarrado o que fizera de bom no início para trabalhar em cima da exibição e acreditar de que o 1-0 tinha sido circunstância do jogo. Não foi isso que aconteceu, longe disso, e o segundo golo do Tottenham acabou por surgir quase de forma natural pelo menos Maddison, neste caso depois de uma grande combinação com Son após uma perda de bola no primeiro terço da equipa visitada (20′). Pep Guardiola saía do banco e ia ao limite da zona técnica pedir aos jogadores para manterem a mesma crença de que seria possível mudar o rumo dos acontecimentos mas essa reação acabou por não surgir de imediato, com o intervalo a chegar com dois golos de desvantagem e muito por fazer.
A classe de Maddison ????
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Ao intervalo, Guardiola trocou apenas Stones por Nathan Aké, mantendo todos os jogadores do meio-campo para a frente com outras dinâmicas e posicionamentos que fossem capazes de mexer na boa organização sem bola do Tottenham. Mais uma tentativa, mais um falhanço, mais uma mão cheia de problemas: numa saída rápida perfeita com Son a lançar Solanke, o avançado assistiu Pedro Porro vindo de trás e o antigo lateral do Sporting e do City aumentou para 3-0 (52′). A quinta derrota parecia uma inevitabilidade, sendo que Erling Haaland ainda acertou na trave num momento que poderia mexer com o encontro (60′) e Kevin de Bruyne entrou para fazer dois passes para golo que também não foram concretizados. O “mal” estava feito mas, já depois de um remate ao poste, os londrinos ainda foram ao 4-0 por Brennan Johnson (90+3′).
Que jogada e Porro a faturar ????
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