O partido conservador Lei e Justiça (PiS), arredado no ano passado do governo na Polónia, vai candidatar o historiador Karol Nawrocki às presidenciais de 2025, onde espera manter uma personalidade do seu espaço político na sucessão de Andrzej Duda.

Esta decisão, anunciada este domingo pelos nacionalistas conservadores, encerra um fim de semana em que os dois maiores partidos polacos anunciaram os seus candidatos nas eleições previstas para maio, vistas como o último capítulo de um ciclo político que conduziu em outubro de 2023 uma coligação liberal pró-europeia ao poder, ao fim de oito anos do PiS no executivo.

Karol Nawrocki, de 41 anos, dirige desde 2021 o Instituto de Memória Nacional, um organismo estatal que alberga arquivos e investiga os crimes da Segunda Guerra Mundial e da era comunista. Anteriormente, desempenhou funções de diretor do Museu da Segunda Guerra Mundial em Gdansk, cidade onde nasceu.

O anúncio foi feito numa convenção do partido na cidade de Cracóvia, no sul da Polónia, um dia depois de o principal partido do Governo, Plataforma Cívica (PO) do primeiro-ministro e ex-presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ter anunciado que iria apresentar o presidente da Câmara de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, como seu candidato.

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Embora outros partidos tenham candidatos, espera-se que a disputa seja dominada por Nawrocki e Trzaskowski, enquanto candidatos das duas maiores forças políticas polacas na sucessão de Andrzej Duda, apoiado pelo PiS mas que está à beira do fim do segundo e último mandato.

Os conservadores, que estiveram no poder de 2015 a 2023, deverão enfrentar uma dificuldade adicional devido à perda de financiamentos estatais. A autoridade eleitoral estadual determinou no início deste ano que o partido violou as regras de financiamento de campanha nas legislativas de 2023 e impôs uma avultada multa que afeta gravemente os recursos do partido.

O calendário constitucional determina que a primeira volta das eleições presidenciais seja realizada num domingo de maio de 2025, embora a data ainda não esteja definida. Se nenhum candidato obtiver pelo menos 50% dos votos na primeira volta, será realizada uma segunda entre os dois primeiros votados duas semanas depois.

Outros candidatos que anunciaram planos de candidatura incluem o presidente do parlamento, Szymon Holownia, líder do partido Polónia 2050, que está na coligação governamental, enquanto o partido de extrema-direita Confederação disse que o seu candidato será o empresário Slawomir Mentzen.

Esta eleição será determinante para a coligação governamental, que formou uma maioria negativa no parlamento à vitória eleitoral do PiS, mas que não é suficiente para ultrapassar os vetos presidenciais de Andrzej Duda.

No centro das discussões tem estado a reversão da controversa reforma judicial levada a cabo pelo PiS quando esteve no executivo, que foi criticada por ser uma forma de o executivo controlar os magistrados e os tribunais e levou a União Europeia a congelar os fundos destinados a Varsóvia, e a revisão da lei do aborto.

Após as legislativas, a Polónia já realizou eleições autárquicas, nas quais o PiS teve o maior número de votos mas perdeu nas principais cidades, e as europeias, em que a PO de Donald Tusk venceu por curta margem.