O governo açoriano anunciou, esta terça-feira, a implementação de uma medida para recuperar a atividade médica e cirúrgica após o incêndio no hospital de Ponta Delgada, enquanto o PS propôs um programa de emergência para recuperar listas de espera.

“Dando seguimento ao programa do XIV governo, começará a ser implementado o programa de recuperação de atividade médica e cirúrgica DIAGNOSIS +, com intensidade redobrada no HDES [Hospital Divino Espírito Santo], e especial atenção para a quebra de produção da atividade cirúrgica perante a ausência de condições de segurança para a abertura total das seis salas de bloco operatório, após o incêndio do passado dia 4 de maio”, disse a secretária regional da Saúde e Segurança Social dos Açores.

Mónica Seidi falava na discussão do Plano e Orçamento para 2025 no plenário da Assembleia Legislativa Regional, na Horta.

Na sua intervenção, a governante referiu que “a dispersão de serviços fora do HDES é cada vez menor, sendo essencial o papel do hospital modular como estrutura diferenciada para a atividade médica e cirúrgica habitual, mas também possibilitará uma intervenção mais rápida no futuro HDES enquanto estrutura de retaguarda”.

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A governante referiu que, na semana passada, o serviço de cardiologia e a sala de hemodinâmica regressaram “ao seu local de origem, restando agora apenas dois polos de funcionamento do HDES fora do HDES: um na Ribeira Grande e outro na CUF”.

Mónica Seidi também assegurou que, no próximo ano, o Hospital Digital será “uma realidade para os utentes e profissionais do setor”.

“Começa, assim, a ser visível este projeto de excelência para o Serviço Regional de Saúde (SRS), permitindo colocar as várias instituições a comunicar de forma facilitada e agregar toda a informação do utente no mesmo repositório de informação”, afirmou.

Também em 2025 “a marca My Saúde Açores será uma realidade que muito honrará o SRS, colocando a região na vanguarda da interoperabilidade entre sistemas de informação neste setor”, disse.

No debate, o deputado socialista José Toste disse que o seu grupo parlamentar vai propor a criação de um programa de emergência para recuperar as listas de espera, que foram agravadas pelo incêndio do HDES, alegando que “o que está em causa é a vida e a dignidade de quem mais precisa”.

O socialista referiu que, no Orçamento para 2025, o DIAGNOSIS + “não tem qualquer verba inscrita” para a recuperação das listas de espera cirúrgicas, que aumentaram devido ao incêndio no HDES.

António Lima (BE) salientou que o Orçamento significa que “pouco ou nada se avançará” na reconstrução do HDES, enquanto José Pacheco (Chega) perguntou quando começam as obras de recuperação do hospital, “porque é uma urgência” a sua requalificação.

O hospital de Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio em 4 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.

Relatório conclui que incêndio no hospital de Ponta Delgada teve origem nas baterias dos condensadores

A secretária regional da Saúde e Segurança Social açoriana referiu ainda na sua intervenção que o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM pretende continuar no próximo ano com o apoio à infância e juventude, aos idosos e às famílias, à deficiência, às vítimas de violência doméstica, aos toxicodependentes e à luta contra a pobreza e exclusão social.

O Orçamento dos Açores para 2025, que define as linhas estratégicas do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM para o próximo ano, atinge os 1.913 milhões de euros, dos quais cerca de 819 milhões são destinados aos investimentos previstos no Plano.

O parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.