Marilyn Manson aceitou desistir do processo por difamação contra a atriz Evan Rachel Wood, avança a publicação Deadline. Rachel Wood, que namorou e esteve noiva do músico entre 2006 e 2010, acusou publicamente Marilyn Manson de abusos sexuais em 2021 e o músico processou-a por difamação em 2022, dizendo que as alegações dela tinham “atrapalhado” a sua carreira e alegando que Wood “recrutou, coordenou e pressionou” várias mulheres a testemunhar contra ele.

“Marilyn Manson — cujo nome verdadeiro é Brian Warner — entrou com uma ação contra a Sra. Wood como um golpe publicitário para tentar minar a credibilidade das suas muitas acusadoras e reavivar sua carreira”, disse o advogado da protagonista da série Westworld, Michael Kump, à publicação norte-americana esta terça-feira. “Mas a tentativa de silenciar e intimidar a Sra. Wood falhou.” O músico aceitou ainda pagar honorários dos advogados de Wood, que ascendem a 327 mil dólares (cerca de 310 mil euros).

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Em fevereiro de 2021, a atriz Evan Rachel Wood denunciou o artista por “agressão sexual, abuso psicológico e/ou várias formas de coerção, violência e intimidação” durante os vários anos em que mantiveram uma relação, que terminou em 2010. Já em 2018, durante audiências que decorreram no Congresso dos Estados Unidos da América, a atriz tinha referido que fora violada sem, no entanto, revelar a identidade do agressor. Foi através de uma publicação nas redes sociais, em 2021, que Wood revelou que Brian Warner era o agressor de que falava três anos antes. Entretanto, mais de uma dezena de mulheres quebraram o silêncio com acusações da mesma natureza contra o artista, que tem refutado todas as alegações.

O processo de difamação contra Evan Rachel Wood surgiu um ano mais tarde, em 2022, na iminência da estreia de Phoenix Rising, um documentário da HBO com o testemunho de Rachel Wood sobre os alegados abusos de que terá sido vítima. O músico alegou junto do Tribunal Superior de Los Angeles que a ex-companheira estava a mentir para “ilustrar publicamente” Warner como “um violador e um abusador”. A acusação alegava que Wood requeria refazer a sua reputação mostrando-se como uma defensora de vítimas deste género crimes, “absolvendo-se da sua reputação de um passado rebelde e da sua vergonha por ter tido uma longa relação com Marilyn Manson”.

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A maioria das alegações de Manson já haviam sido rejeitadas por um juiz em maio.  “Como o tribunal de primeira instância concluiu corretamente, as reivindicações da Warner eram infundadas”, acrescenta agora o advogado Kinsella Holley Iser Kump Steinsapir LLP ao Deadline. “A decisão de Warner de finalmente abandonar o seu processo e pagar à Sra. Wood o valor total dos honorários de quase 327.000 dólares só confirma isso.”

De acordo com a publicação norte-americana, os documentos judiciais que atestam o fim do processo e o acordo para pagar os honorários do advogado a Rachel Wood foram assinados pelo músico esta segunda-feira.

A notícia chega numa altura em que o artista está regressado à música com novo álbum, One Assassination Under God – Chapter 1. O disco marca o regresso de Marilyn Manson, depois das numerosas acusações de abuso sexual de que foi alvo. O último disco havia sido We Are Chaos, em 2020.