No novo documentário sobre a vida e carreira de Rachel Wood, “Phoenix Rising”, a atriz confessa ter sido “coagida a um ato sexual comercial sob falsos pretextos”. Em causa está a alegada violação do ex-namorado Marilyn Manson durante as gravações do single “Heart-Shaped Glasses (When the Heart Guides the Hand)”, em 2007.

Rachel Wood e Marilyn Manson anunciaram o namoro no mesmo ano de gravação do single — na altura a atriz tinha 19 e o músico 38 anos— e, em 2010, separaram-se já com o noivado anunciado. “O vídeo foi apenas o início da violência que veio a aumentar ao longo da relação”, garante a atriz.

Wood afirma nunca se ter sentido tão pouco segura, avança o The Guardian. “Nunca tinha estado num cenário tão pouco profissional na minha vida até hoje. Foi um caos e eu não me senti segura. Ninguém estava a cuidar de mim”.

A atriz e o músico falaram previamente sobre a cena de sexo simulado. Antes das gravações a atriz bebeu absinto e ficou num estado que não lhe permitiu defender da situação, que não estava acordada entre os dois.

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Falámos sobre simular uma cena de sexo, mas quando as câmaras começaram a filmar ele penetrou-me a sério. Não consenti isso. Sou uma atriz profissional, fiz isto durante toda a minha vida, e nunca tinha estado num estúdio tão pouco profissional como nesse dia”, revelou.

A atriz sublinha que tinha medo de denunciar o abuso sexual, pois o músico deu-lhe instruções “muito claras” de como devia descrever o vídeo aos jornalistas: “Um momento ótimo e romântico”.

Wood descreve situações de manipulação psicológica e que se sentiu “nojenta” e com vergonha da situação, com a qual não concordou. Em 2018, assumiu que foi violada, mas só este ano revelou a identidade do violador: “Brian Warner, também conhecido pelo mundo como Marilyn Manson”.

O documentário “Phoenix Rising” estreou no Festival de Sundance e deverá chegar à HBO em março deste ano.

As revelações da atriz inspiraram mais mulheres a denunciar abusos sexuais e maus tratos por parte de Manson, que já reagiu às acusações, afirmando se tratar de “distorções horríveis da realidade”.

Não é a primeira vez que o músico norte-americano é acusado de situações como esta, enfrentando quatro processos judiciais, incluindo o da atriz Esmé Bianco de Game of Thrones, que o denunciou em maio de 2021.