Foi há quase três décadas que a UNESCO classificou a vila e a serra de Sintra como Património da Humanidade. Rui Ramos e João Miguel Tavares assinalam o aniversário da distinção com uma emissão de E o Resto é História a partir do Palácio Nacional de Sintra.
O dia 6 de dezembro de 1995 é uma das datas mais relevantes da história recente de Sintra. Foi nesse dia que a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura classificou Sintra como Património Mundial na categoria de Paisagem Cultural – uma categoria acrescentada poucos anos antes, em 1992, e que permitiu enquadrar o património da vila de uma maneira abrangente, de forma a incluir a arquitetura, os parques e jardins, os lugares históricos e até os pré-históricos, entre outros elementos.
A vila de Sintra tem uma história mais que milenar. Os achados arqueológicos que ali se encontraram, na vila e na zona envolvente da serra, estendem-se no tempo até ao Neolítico, sendo que existe uma forte presença de vestígios das idades posteriores, como o calcolítico (Idade do Cobre), a Idade do bronze e a Idade do Ferro, demonstrando que Sintra tem desempenhado um papel de grande relevo, quando não mesmo central, para as comunidades que povoaram a região desde tempos ancestrais. Essa importância manteve-se aquando das ocupações mouras e acentuou-se depois da fundação de Portugal como nação. Ainda hoje abundam os elementos – palácios, castelos, exuberantes jardins – que caracterizam a vila de Sintra e toda a zona de serra que a envolve.
Quando Sintra elaborou a sua candidatura a Paisagem Cultural Património Mundial da UNESCO, um dos grandes desafios foi incluir sítios diversos naturais e culturais, ligados por um carácter comum. O Palácio Nacional de Sintra, também conhecido como Palácio da Vila, um edifício medieval com origem em construções mouriscas, ocupou o lugar mais importante de uma vila que, ao longo da história de Portugal, desempenhou sempre um papel principal, acolhendo cortes e servindo de residência – e até de lugar de nascimento e de clausura – de alguns de reis de Portugal.
As características únicas da vila e da serra acabaram por atrair nobres, que ali se estabeleceram, na vertente norte da serra, ao longo da qual se foram erguendo sumptuosas villas e quintas, com jardins e parques artisticamente decorados, adornados ainda por uma flora luxuriante. Por outro lado, o isolamento proporcionado pela floresta da serra nas proximidades da vila de Sintra atraiu monges e eremitas que ali se instalaram, construindo conventos e ermitérios, acrescentando á paisagem cultural o aspeto religioso.
Assinalando os 29 anos do reconhecimento de toda esta riqueza cultural e natural, o programa E o Resto é História, com João Miguel Tavares e Rui Ramos, é emitido no dia 4 de dezembro, às 19h10, no Palácio Nacional de Sintra. Uma vez mais, Rui Ramos e João Miguel Tavares irão “tirar o pó à história” e, certamente, deitar um olhar sagaz a muitas das passagens que compõem a longa e vetusta história da vila de Sintra e da serra que a acolhe.
Além da emissão na rádio, o programa ficará disponível nas plataformas de podcast e no site do Observador.