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Fábio deu sentido à camisola rasgada de Samu (a crónica do FC Porto-Casa Pia)

Após meia hora com bola e sem balizas, FC Porto necessitou de menos de cinco minutos para decidir vitória frente ao Casa Pia que trava série negativa mas não esconde momento que clube atravessa (2-0).

Samu marcou e assistiu pela primeira vez desde que chegou ao FC Porto, chegando aos nove golos no Campeonato
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Samu marcou e assistiu pela primeira vez desde que chegou ao FC Porto, chegando aos nove golos no Campeonato

MIGUEL RIOPA

Samu marcou e assistiu pela primeira vez desde que chegou ao FC Porto, chegando aos nove golos no Campeonato

MIGUEL RIOPA

Uma temporada é feita de momentos, de jogos chave, de picos diferentes, de séries. Olhando para a realidade atual no plano nacional a nível de candidatos ao título, há um Sporting a perder gás e um Sporting a ganhar gás. Depois, aparece o FC Porto. Não se pode dizer que o balão tenha enchido muito mesmo depois da vitória na final da Supertaça diante dos leões e do aparecimento na equipa de Samu Aghehowa (o nome pelo qual prefere ser agora tratado a par de Omorodion), também não se pode dizer que tenha perdido muito ar como nos outros quando a bola deixou de entrar. Mais do que aquilo que se passa em campo, é no que vai surgindo fora dele que promete estar o verdadeira arranque para uma nova era no clube. Problema? Essa nova era no clube que nasce de fora só poderá ser uma realidade quando tudo o que aconteça em campo estabilizar.

FC Porto vence Casa Pia, quebra série de quatro jogos sem triunfos e sobe ao 2.º lugar (a três pontos do Sporting)

Depois da goleada ao Estoril há precisamente um mês, o FC Porto perdeu em Roma com a Lazio na Liga Europa, teve nova derrota na Luz no clássico da Liga frente ao Benfica, voltou da pausa para as seleções com uma eliminação na Taça de Portugal fora com o Moreirense e empatou na quinta-feira na Bélgica com o Anderlecht. Pelo meio, o presidente André Villas-Boas foi ao balneário falar duas vezes com os jogadores, os adeptos fizeram uma espera para protestar após Moreira de Cónegos, Vítor Bruno tornou-se o principal alvo de contestação. Quatro jogos depois, os azuis e brancos continuavam à procura de uma vitória.

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“Se olharmos para o início da época, em que jogávamos muito com o [Danny] Namaso, estávamos mais protegidos sem bola. Agora temos o Samu, pede para ser alimentado de outra forma. O Gül também não tem o perfil do Namaso. Sei disso tudo. As pessoas estão fartas de ouvir falar de dores de crescimento. Uma equipa que tem elementos novos obriga a procedimentos que não nos deixam ignorar determinados momentos. Claro que isso me permite perceber que os jogadores querem fazer as coisas bem feitas. Se vamos ser implacáveis naquilo que é o erro e condenar? Não, sou muito otimista e gosto de perceber o que a equipa me vai dando. Os sinais que tenho recebido têm sido muito bons. Não é de um dia para o outro, é algo que requer tempo e o tempo aqui não existe”, apontara o técnico dos dragões, entre pedidos de apoio aos adeptos.

“São sempre importantes. Queremos sentir o carinho e o conforto que podem dar à equipa. Que entrem num sentimento de plena comunhão com os jogadores, comprometidos do início ao fim. São exigentes mas muito importantes. Temos sentido esse apoio e é importante no regresso a casa depois de um ciclo menos positivo. O Casa Pia tem apenas uma derrota nos últimos dez jogos e em Alvalade. Não me parece que vá fugir muito ao sistema, tem sido sempre com uma estrutura de cinco, bem organizada, que sofre poucos golos, uma equipa forte na transição. Temos de levar o jogo para onde queremos e andar de mãos dadas num estádio em efervescência para depois somarmos mais três pontos”, acrescentara.

Existia até esse “presente” especial de Vítor Bruno, que comemorava 42 anos esta segunda-feira, mas uma notícia que acaba por ser o espelho daquilo que é a realidade atual do FC Porto: pela primeira vez na história da SAD, um empréstimo obrigacionista dos azuis e brancos não cumpriu o objetivo proposto, ficando apenas pelos 21 milhões de procura perante os 30 milhões de euros de oferta. “Foi possível garantir que, no que respeita a dívidas a clubes decorrentes de transferências, foram efetuados pagamentos no montante total de cerca de 60 milhões, desde que o atual Conselho de Administração tomou posse no final de maio, permitindo assim o cumprimento pleno do indicador de Solvabilidade da UEFA, nos controlos trimestrais de junho e setembro passados. Importante realçar também que foram efetuados pagamentos a fornecedores correntes no montante de cerca de 20 milhões, permitindo reduzir de forma relevante os saldos vencidos a fornecedores desde o final de maio”, explicou a sociedade dos dragões em comunicado enviado à CMVM.

Tudo isso até pode mostrar o ponto em que está o FC Porto e a própria assistência no Dragão pouco acima dos 30.000 demonstra a fase de menor crença mas Vítor Bruno tem em mãos jogadores que conseguem fazer a diferença e que são a face do que melhor o mercador trouxe no verão. Fábio Vieira, que custou menos de um milhão de euros pelo empréstimo do Arsenal por uma temporada, quis deixar uma imagem diferente do que tem sido o arranque de época e fez a diferença quando começou a jogar mais pelo corredor central, não só com a bola nos pés mas também pela maturidade que emprestou à equipa nos momentos chave. Já Samu, que mostra cada vez mais que 15 milhões são um investimento e não um custo, fez o primeiro jogo a marcar e assistir. Mais do que isso, a forma como rasgou a camisola pela frustração de não ter bisado em cima do minuto 90 mostra que não será pela atitude que o mau momento nos portistas não passará.

Ficha de jogo

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FC Porto-Casa Pia, 2-0

12.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

FC Porto: Diogo Costa; João Mário (Martim Fernandes, 77′), Nehuen Pérez, Otávio, Francisco Moura; Eustáquio, Nico González; Pepê (Danny Namaso, 90+1′), Fábio Vieira (Vasco Sousa, 77′), Galeno (Gonçalo Borges, 87′) e Samu Aghehowa

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Tiago Djaló, Iván Jaime, Rodrigo Mora e Denis Gül

Treinador: Vítor Bruno

Casa Pia: Sequeira; Larrazabal, João Goulart, Kluivert, Tchamba, Lelo (Miguel Sousa, 81′); Telasco (Benaïssa, 81′), Beni (Rafael Brito, 64′); Livolant, Nuno Moreira (Henrique Pereira, 64′) e Cassiano (Svensson, 64′)

Suplentes não utilizados: Ricardo Batista, André Geraldes, Zolotic e Andrian Kraev

Treinador: João Pereira

Golos: Fábio Vieira (51′) e Samu Aghehowa (55′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gonçalo Borges (87′), Vasco Sousa (90+6′) e Otávio (90+8′)

O jogo começou com uma aproximação perigosa de Galeno à baliza do Casa Pia que acabou por sair pela linha de fundo no minuto inicial mas aquilo que mais ficou, na retina e no ouvido, foi o ambiente “estranho” que se fazia sentir no Dragão: menos público do que é normal, menor envolvência face ao que é comum no estádio, assobios que não demoraram a chegar perante uma saída de Diogo Costa na baliza com uma dose extra de risco à mistura. Fábio Vieira (única mexida na equipa para a vaga do castigado Alan Varela) jogava mais como um interior direito mas com tendência para abrir para que Pepê fosse dentro, Nico González descaía sobre a esquerda, Eustáquio descia muitas vezes para desenhar uma linha de três que iniciasse a partir de trás a construção mas a defesa do Casa Pia, baixa como acontecera em Alvalade, controlava sem grandes problemas a partida mas sem capacidade de saída (Nuno Moreira teve o único remate aos 4′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do FC Porto-Casa Pia em vídeo]

Os minutos passavam e a única alteração era mesmo o ânimo que vinha das bancadas, com os Super Dragões a tentarem fazer aquilo que a equipa não conseguia puxando pelos adeptos. Ainda assim, as características da partida mantinham-se, com o Casa Pia a aproveitar um remate de Fábio Vieira que ficou prensado nas pernas de um defesa para sair rápido numa transição conduzida por Nuno Moreira e com remate de Livolant que desviou ainda em Otávio e passou perto do poste da baliza de Diogo Costa (17′). Os movimentos de Pepê começavam a ser também desenhados por Galeno no flanco oposto, com Francisco Moura a ficar com toda a ala esquerda para subir quando o brasileiro jogava mais dentro e a cruzar após um bom passe de Otávio para o desvio de cabeça de Samu na área que saiu ao lado (22′). Sem grandes momentos ofensivos e ainda em busca do primeiro remate enquadrado à baliza de Sequeira, Vítor Bruno tentava surpreender com Pepê a dar largura e Fábio Vieira a jogar por dentro mas, entre muita posse, o FC Porto pouco ou nada fazia.

Foi preciso esperar meia hora por um erro do Casa Pia e a primeira oportunidade para os dragões: Beni teve um passe mal medido que deu canto, Galeno marcou rápido para tentar surpreender os visitantes, cruzou com arco para dentro ao segundo poste e Nehuén Pérez cabeceou isolado para uma grande defesa com a perna de Sequeira (30′). Começava aí o melhor período do FC Porto no primeiro tempo, com João Goulart a tirar um golo feito a Samu com um corte fantástico na área e Fábio Vieira a bater um livre em posição quase central para desvio do guarda-redes contrário para canto (39′). Também Galeno obrigaria o costa-riquenho a uma defesa apertada nos descontos mas a grande oportunidade acabaria por pertencer ao Casa Pia, com Nuno Moreira a arrancar de novo pela esquerda, Cassiano a assistir na área com um passe atrasado e o remate de Livolant a sair muito perto do poste de novo a sofrer ainda um desvio num adversário (43′).

O intervalo chegou com muitos protestos nas bancadas com um lance em que Galeno ficou a pedir penálti por mão após cruzamento mas, com os mesmos jogadores, a segunda parte não demorou a mudar o filme do que se passara ao longo de 45 minutos. Aliás, nem foi preciso jogar mais para ser melhor, bastando ao FC Porto saber pressionar, escolher as zonas de concentração de jogadores, ser mais intenso e agressivo na reação à perda e perceber os momentos do jogo para resolver o encontro em menos de cinco minutos: Fábio Vieira inaugurou o marcador após ser servido de bandeja por Samu num lance que começou num erro “forçado” do central Kluivert na saída a partir de trás (51′), o mesmo Samu apontou o 2-0 numa transição rápida que apanhou o Casa Pia desequilibrado por um passe de Nico antes da assistência de Pepê (55′).

A questão estava arrumada, a própria postura das duas equipas denunciava isso mesmo. Um golo do Casa Pia poderia mexer com o encontro, um golo do FC Porto poderia deixar a goleada mais perto mas o ritmo foi caindo ao mesmo tempo que se iam fazendo substituições. Otávio, numa arrancada onde não teve qualquer oposição até à entrada do último terço, arriscou a meia distância para acertar com estrondo no poste (61′), Galeno aproveitou um raro erro de Sequeira a sair a partir de trás para ficar isolado mas desperdiçar o golo (72′), Tchamba teve um desvio de cabeça após bola parada que acertou na trave ainda tocada por Diogo Costa com a ponta dos dedos (77′), Samu ainda esteve perto do bisar num lance em que rasgou a camisola com toda a frustração (89′), Diogo Costa acabou a brilhar a um livre de Svensson (90+8′). Não houve mais golos mas o destino do encontro não seria alterado no regresso às vitórias que devolveu a paz ao Dragão.

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