O secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional defendeu esta segunda-feira que devem ser estabelecidos critérios ainda mais exigentes na aplicação dos fundos europeus, perante a possível diminuição de recursos financeiros a aplicar em políticas de coesão.

“No contexto de redução de recursos, há a necessidade de estabelecer critérios mais exigentes na escolha e aplicação dos fundos europeus. Será sensato apostar em áreas que aumentem o retorno económico e social de cada euro aplicado”, destacou Hélder Reis.

No discurso de encerramento da conferência “Os fundos europeus não são invisíveis: Impacto no desenvolvimento da Região Centro“, que decorreu em Albergaria-a-Velha, o secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional evidenciou que a Europa enfrenta desafios significativos no contexto das políticas de coesão.

“O processo de alargamento europeu, a transição verde, a transição digital, a competitividade, a segurança geopolítica e a defesa serão temas centrais nos próximos anos, com reflexo nos futuros programas de coesão, nomeadamente no que aos recursos financeiros disponíveis diz respeito”, acrescentou.

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Ao longo da sua intervenção, Hélder Reis admitiu que os novos desafios que a União Europeia enfrenta, em particular a necessidade de defesa e reforço do orçamento para a defesa, “é provável que haja alguma redução desse financiamento do orçamento [europeu]dedicado à coesão”.

“Estamos em crer, a bem do sucesso da Europa, que a União Europeia continue a investir nas regiões menos desenvolvidas, não obstante maior atenção para novas áreas. A capacidade de adaptar o orçamento a essas prioridades e implementar uma governança mais eficaz e menos burocrática seria decisiva para o sucesso da política de coesão nos próximos anos”, apontou.

A propósito da “execução plena dos fundos europeus do Portugal 2020 na Região Centro”, o governante destacou o trabalho e o esforço que permitiu “este balanço positivo”, apesar das vicissitudes que o país, a Europa e o mundo atravessaram neste período.

“Ao longo dos últimos 10 anos, a Região Centro transformou-se e modernizou-se, com alguns dos projetos mais impactantes que Portugal tem e que poderia apresentar ao mundo como exemplo”, concluiu.