A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) financia 1.778 novos lugares para investigadores doutorados entre outubro de 2004 e o final de 2025, mais de dois terços dos quais serão permanentes, informou estasexta-feira a FCT.

“Este conjunto de lugares contempla a 1.ª edição do programa FCT-Tenure, os concursos CEEC-LA (Concurso de Estímulo ao Emprego Científico — Laboratórios Associados) 1.ª edição, CEEC-Individual (6.ª e 7.ª edição) e o programa ERC-PT Careers”, do Conselho Europeu de Investigação, explica a entidade em comunicado.

Segundo a FCT, 1.210 (68%) dos novos lugares “serão permanentes, reforçando os incentivos à contratação de investigadores para posições permanentes no modelo de financiamento de emprego científico da FCT”.

No âmbito do FCT-Tenure, “o primeiro instrumento de financiamento da FCT para o apoio à contratação de investigadores exclusivamente em lugares de carreira”, foram atribuídos 1.104 lugares com vínculo permanente.

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“Somando estas novas oportunidades às 351 posições contratualizadas no terceiro trimestre de 2024, a FCT prevê alcançar um total de 2.129 novos lugares no sistema de investigação entre julho de 2024 e dezembro de 2025”, refere, acrescentando que “esta política representa uma alteração significativa face ao (seu) anterior modelo de financiamento de emprego científico”.

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E garante o “reforço da estabilidade nas carreiras científicas”, assim como “uma significativa autonomia estratégica para as instituições”.

A FCT refere ainda ter criado “incentivos específicos que promovem a mobilidade intersetorial e intercarreiras”, como os programas para investigadores não doutorados, como o DoutorAP (1.ª edição) e o Concurso de Bolsas de Doutoramento Não-Académicas (três edições).

Adianta que em breve será lançado “um novo concurso de apoio à contratação de investigadores doutorados em ambiente não académico”.

“A proposta de revisão do Estatuto da Carreia de Investigação Científica (ECIC), atualmente na Assembleia da República, prevê também a criação de uma carreira de investigação aplicável a diversos setores públicos, como museus e hospitais, ampliando as oportunidades de carreira para investigadores e fortalecendo o impacto social da Ciência em diferentes áreas da sociedade”, bem como “englobar todo o ciclo da carreira de um investigador num estatuto único, incluindo doutorandos, permitindo o enquadramento legal necessário para transformações ao nível de futuros concursos”, assinala a FCT.

A FCT é a principal entidade, na dependência do Governo, que subsidia a investigação científica em Portugal, nomeadamente através de bolsas, contratos de trabalho e apoios diretos a projetos e a instituições.