A semana do PSG foi algo ambígua. Depois de dois empates consecutivos na Ligue 1, que se seguiram a quatro jornadas sem ganhar na Liga dos Campeões, os franceses venceram o RB Salzburgo — mas não conseguiram sair da zona de eliminação da competição europeia. Ainda assim, o dono do clube apressou-se a reconfirmar a confiança em Luis Enrique.

“É o melhor treinador do mundo”, defendeu Nasser Al-Khelaïfi, garantindo que o treinador espanhol é parte importante do “projeto a longo prazo” do PSG. Ora, para muitos, a ideia não faz qualquer sentido. “Se acreditas mesmo nisto não precisas de o dizer e não és tu que tens de o dizer, são outras pessoas. Contrataste-o, não vais dizer o contrário, não te vais apunhalar a ti próprio. O que faz dele o melhor do mundo? Gostaria que me explicasse o porquê de achar que Luis Enrique é o melhor treinador do mundo”, disse Christophe Dugarry, antigo internacional francês.

Gonçalo Ramos mata, Nuno Mendes esfola e o PSG ganha: franceses vencem RB Salzburgo e entram na zona do playoff

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“Se pensa assim, tudo bem, mas que explique porquê. São frases inúteis, retiradas do contexto, que vão contra a corrente. O PSG tornou-se num clube que usa as relações públicas para tentar vender um produto, uma marca, uma forma de jogar de que algumas pessoas gostam e outras não, mas que tentam enfiar-nos pela garganta abaixo. É insuportável. Este PSG é insuportável para muita gente”, acrescentou, numa semana que também Danilo Pereira e Neymar criticaram o clube pela forma como geriu as respetivas saídas.

Ora, neste contexto, o PSG recebia o Lyon no Parque dos Príncipes e procurava voltar às vitórias também na Ligue 1 — até porque o Marselha tinha empatado com o Lille, o que podia permitir um avolumar da vantagem na liderança da classificação. Luis Enrique lançava Nuno Mendes, Vitinha e João Neves no onze inicial, com Dembélé, Kang-in Lee e Doué no ataque e Gonçalo Ramos no banco, e Pierre Sage tinha Cherki, Mikautadze e Nuamah no setor mais ofensivo, para além do ex-Benfica Matic no meio-campo.

O PSG abriu o marcador ainda nos dez minutos iniciais, com Zaïre-Emery a acelerar na esquerda e a servir Dembélé, que atirou cruzado já na área para bater Lucas Perri (8′). Pouco depois, os parisienses aumentaram a vantagem. Tolisso fez falta sobre Doué no interior da área do Lyon e Vitinha, na conversão da grande penalidade, não falhou (14′). Ainda antes do intervalo, porém, a equipa de Pierre Sage conseguiu mesmo reduzir a desvantagem, com Mikautadze a bater Donnarumma com um belo chapéu (40′).

A segunda parte trouxe um momento lamentável, com o árbitro da partida a ser obrigado a interromper o jogo devido a cânticos homofóbicos por parte dos adeptos do PSG. Achraf Hakimi e Vitinha acercaram-se das bancadas para pedir às claques que parassem, assim como Luís Campos, e os ecrãs do Parque dos Príncipes transmitiram mensagens a lembrar aos adeptos que o clube poderia ser sancionado com uma derrota. As claques acabaram por parar e o jogo foi reatado, numa situação em que os apoiantes do PSG são mais do que reincidentes.

Luis Enrique só mexeu depois da hora de jogo, lançando Marquinhos, Barcola e Lucas Hernández de uma vez, e a partida arrastava-se sem grandes pontos de interesse. Gonçalo Ramos ainda fechou as contas instantes depois de entrar em campo (88′), o PSG venceu o Lyon e conseguiu mesmo voltar às vitórias na Ligue 1, aumentando para sete pontos a vantagem em relação ao Marselha e ao Mónaco na liderança da classificação.