É um dos mais belos edifícios da vila de Sintra. E um dos mais famosos – o que se deve também ao seu nome: reza a lenda que os sete ais eram o eco do “ai” gritado ao miradouro pelos convidados bem impressionados do seu segundo proprietário, D. Diogo Vito, o bon vivant que fez deste palácio palco de algumas das mais pomposas festas do final do século XVIII, início do século XIX.
Antes disso, começou por ser propriedade do empresário de diamantes e cônsul holandês em Portugal, Daniel Gildemeester, o responsável pela sua edificação. Homem das artes, Gildemeester chamou o pintor e decorador francês Jean Baptiste Pillement para que decorasse com a sua arte algumas das salas: são da sua autoria as paisagens naturais repletas de tritões, sereias, figuras mitológicas e plantas que inventava que ainda hoje podem ser apreciadas tanto no Salão Nobre como na Sala Pillement.
O “velho Gildemeester”, como era conhecido, viveu apenas seis anos na Quinta da Alegria, o nome que deu à propriedade. A sua viúva vendeu-a a D. Diogo Vito, 5º Marquês de Marialva, que lhe mudou o nome para Palácio Marialva e o tornou destino obrigatório de toda a aristocracia. E não só: no início do século XIX, o Marquês acolheu os príncipes regentes D. João VI e D.Carlota Joaquina no Palácio tendo feito obras de ampliação para esse efeito: construiu uma nova ala e uniu-a à existente com um arco triunfal rematado com a coroa portuguesa e uma inscrição em latim do ano de 1802.
Da morte de D. Diogo Vito, no ano seguinte, até 1946, quando foi comprado pelo Estado português, o Palácio esteve praticamente ao abandono. Após a aquisição pelo Estado, o arquiteto Raul Lino assinou o projeto de adaptação do edifício para hotel, que seria inaugurado a 29 de setembro de 1955.
O número de quartos, apenas 30, mantém-se inalterado desde 1989 – estes dividem-se em várias categorias, conforme as vistas que oferecem: jardim, piscina ou vale. O que também se mantém inalterado são os pormenores que dão riqueza pictórica a este palácio, como os frescos de Pillement que decoram alguns dos quartos e salas comuns.
O Hotel Palácio de Seteais passou a fazer parte do portfólio do Grupo Valverde no início de 2024. Mas a política é de continuidade: tanto nos detalhes que fazem a diferença – como o serviço gratuito de tratamento do calçado dos hóspedes –, como nos eventos que ali se organizam com frequência: as Noites de Bailado de Seteais, que trazem prestigiadas companhias de dança para atuar nos jardins do Palácio, o clássico Chá da Tarde ou o piquenique servido em três locais distintos, também nos jardins.
Este tipo de experiências inusitadas estendem-se à gastronomia. A Ultimate Dining Experience, por exemplo, propõe refeições para dois nos recantos mais especiais do palácio, desenhadas à medida pelo chef Hélder Damião, que lidera a cozinha do restaurante do hotel, o Marialva.
É também no Marialva que, nesta época festiva, acontecem verdadeiros banquetes: a 24 ao jantar, com direito a lombo de bacalhau confitado e peru recheado; a 25 ao almoço num buffet de variedade impressionante; num jantar de gala para assinalar a passagem de ano, que contará com pratos luxuosos: do lavagante gratinado ao tornedó de novilho e foie gras; e, ainda, um almoço de Ano novo à carta preparado pelo chef Hélder Damião, que termina com um buffet de sobremesas e que pretender reunir a família e os amigos para arrancar o novo ano com elegância e sabor. Afinal, Palácio de Seteais rima com ocasiões especiais.