A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, destacou, esta quinta-feira, a “mais-valia” dos Centros de Atendimento Clínico (CAC) para melhorar a acessibilidade na doença aguda e retirar doentes dos serviços de urgência dos hospitais centrais.

A governante, que falava na inauguração do CAC do Hospital do Avelar, no concelho de Ansião, distrito de Leiria, salientou que estes centros “são uma grande ajuda para o inverno, que se avizinha difícil”.

“Estes centros funcionam maioritariamente 24 horas por dia, como é o caso deste, e têm dois objetivos essenciais: tratar a doença aguda com a qualidade e excelência de qualquer ponto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e estar em proximidade com as populações, retirando utentes das urgências hospitalares”, frisou.

Salientando que o CAC do Hospital do Avelar fica, “no máximo”, a 20 minutos de distância do perímetro populacional que vai servir, Ana Paula Martins disse que o Governo está a “cumprir o que é mais importante para os cidadãos: qualidade, acesso e proximidade”.

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A ministra da Saúde referiu que existem mais centros, uns criados dentro dos próprios centros de saúde e outros em colaboração com o setor social, como é o caso do CAC do Hospital do Avelar, que resultou de um protocolo assinado, esta quinta-feira, entre a Unidade de Saúde Local (ULS) de Coimbra e a Fundação de Nossa Senhora da Guia.

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“Temos esta perspetiva que, efetivamente, para nós, um cidadão precisa de ter os seus problemas resolvidos em qualquer das circunstâncias, seja no serviço público de saúde ou no setor social”, defendeu.

Segundo a governante, a criação dos CAC “só é possível porque as autarquias estão muito empenhadas, o que, mais uma vez, prova que sem os autarcas não conseguiríamos fazer a transformação que precisamos no SNS e no sistema de saúde português”.

Confrontada sobre a remuneração dos médicos tarefeiros que vão ser contratados para unidades com falta de recursos, Ana Paula Martins remeteu os valores para a direção-executiva do SNS, mas realçou que está previsto “pagar o que for necessário para manter as urgências abertas nos fins de semana mais difíceis, como o do Natal e fim de ano”.

“Estamos a falar de pagar o que for necessário, como a Lei prevê, quando estão em causa serviços de saúde que são fundamentais à preservação da vida”, sublinhou a ministra da Saúde, salientando que, para garantir as escalas hospitalares, o Governo “fará tudo o que for preciso”.

O presidente da ULS de Coimbra, Alexandre Lourenço, disse que o CAC do Hospital do Avelar abriu na terça-feira e funciona 24 horas por dia, atendendo os doentes referenciados pela linha SNS 24, que têm acesso a análises clínicas, eletrocardiograma e radiologia convencional (raio X).

Este centro vai abranger uma população de cinco concelhos (Ansião, Castanheira de Pera, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Alvaiázere), “que é uma grande mais-valia numa área geográfica que tem falta de médicos de família”.

“Garantimos aqui um serviço de enorme proximidade a 20 minutos de qualquer sede do concelho que está a ser servido, permitindo evidentemente que os doentes consigam ter acesso em proximidade”, sustentou.

De acordo com Alexandre Lourenço, o CAC do Hospital do Avelar evitou que, nos últimos dois dias, 44 doentes tivessem de ir a um serviço de urgência dos Hospital Universitário de Coimbra ou do Hospital Pediátrico e isso é uma enorme mais-valia para todo o sistema funcionar para uma população que, muitas vezes, sentia falta da presença do SNS em situações de doença aguda”.

A ULS de Coimbra, que abrange 21 municípios, prevê a abertura de mais CAC no seu território, depois de já ter colocado em funcionamento um centro em Cantanhede, no distrito de Coimbra, no Hospital João Crisóstomo, numa parceria com a Santa Casa da Misericórdia local.