Foi desafiado, ganhou entusiasmo com a ideia. Entrou num período de reflexão, questionou se valia ou não a pena ter um último desafio no dirigismo desportivo, ganhou nas últimas horas as certezas que lhe faltavam: Fernando Gomes, atual presidente cessante da Federação Portuguesa de Futebol, vai mesmo ser candidato à liderança do Comité Olímpico de Portugal, numa corrida que será entre quatro listas… para já.
O Observador sabe que a decisão foi tomada em definitivo esta manhã. Fernando Gomes, que tem todas as pastas definidas, arrumadas e resolvidas na Federação Portuguesa de Futebol depois da aprovação do 13.º Relatório e Contas com lucro, da inauguração da parte 3 da Cidade do Futebol com a Arena Portugal e da confirmação da organização do Mundial-2030 com Espanha e Marrocos, sabe que terá uma concorrência forte entre os três nomes já confirmados na corrida (José Manuel Araújo, Laurentino Dias e Alexandre Mestre) mas acredita que, com a base que conseguiu reunir, tem condições para vencer o sufrágio.
O ainda presidente da Federação, que antes liderou a Liga de Clubes de futebol, esteve esta semana com o secretário de Estado para o Desporto, Pedro Dias, mas foi uma série de contactos feitos nos últimos dias que acelerou em definitivo a vontade que tinha começado com o desafio proposto por quatro federações, as primeiras a manifestar o apoio a Fernando Gomes caso avançasse: basquetebol, canoagem, râguebi e ténis. Além destas, o agora candidato terá conseguido assegurar outros apoios que lhe permitirão entrar na corrida com uma base interessante para abordar o sufrágio eleitoral que irá decorrer no dia 19 de março.
Basquetebol, canoagem, râguebi e ténis desafiam Fernando Gomes para liderar COP
Segundo o que o Observador apurou, o atual cenário de quatro candidaturas não é um dado “fechado”. Por um lado, ainda existe margem (agora mais reduzida) para o aparecimento de mais um nome na corrida além de Jorge Vieira, que anunciou a intenção de avançar há um mês mas não voltou a abordar o assunto; por outro, não está colocada de parte a possibilidade de haver entendimentos que possam promover a fusão de listas com o respetivo aumento da base de apoio. Nesta fase, ambas as hipóteses estão em cima da mesa.
Eleições do Comité Olímpico de Portugal agendadas para 19 de março de 2025
“Desafiado? Se calhar é uma expressão muito forte, fui sondado no sentido de saber se estaria disponível. Sinceramente, neste período, não tive ainda tempo disponível porque a grande preocupação é terminar aquilo que são os dois ou três pilares do nosso mandato. Nem excluo, nem incluo. Estou num período de desenvolvimento das ações finais enquanto presidente da Federação. As eleições são em março, teremos tempo de refletir. Acima de tudo, é uma avaliação, se efetivamente com a minha ação eu posso, com o meu saber e conhecimento, aportar algo positivo às organizações onde estiver inserido”, tinha referido Fernando Gomes em outubro, à margem do congresso internacional S4, em Viseu.
“Vivo e sinto as emoções do desporto e do olimpismo desde os anos em que fui praticante de basquetebol e talvez por isso os que me conhecem começaram a desafiar-me para uma candidatura ao Comité Olímpico de Portugal. Mais recentemente, quatro federações formalizaram o seu apelo: basquetebol, canoagem, râguebi e ténis. Depois disso, várias outras me contactaram, entre as quais o atletismo e o triatlo. Para alguém que gosta de fazer e transformar, perante tão relevantes apoios, aos quais nos últimos dias se somaram contactos de vários dos nossos campeões olímpicos, é gratificante poder contribuir para o engrandecimento do olimpismo e continuar a elevar o desporto português ao mais alto nível nacional e internacional, como já o fiz noutras funções ao longo da minha vida”, explicou Fernando Gomes.
“É com enorme orgulho e grande motivação que me apresento como candidato à presidência do Comité Olímpico de Portugal, respeitando o pensamento de José Manuel Constantino. Estou consciente e empenhado em servir o desporto olímpico e continuar a projetar Portugal através do desporto. Da melhoria das instalações desportivas ao aumento dos apoios aos nossos atletas e federações, muito há a fazer e a transformar. Como sempre fiz na vida, venho para unir e agregar o valor de todos, e é com todos que irei impulsionar Portugal e o movimento olímpico nacional no mundo. Juntos vamos dar mais dimensão olímpica a Portugal”, acrescentou o ainda líder da Federação de Futebol no vídeo de apresentação.