A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) garantiu este sábado que já foi reposta a normalidade no abastecimento de água do Estabelecimento Prisional (EP) do Linhó, depois de várias ruturas que deixaram temporariamente os reclusos sem água para banhos e para despejo das sanitas.

Num comunicado enviado às redações, a DGRSP diz que foram “reparadas as sucessivas ruturas” e reposto o abastecimento de água em todo o EP pelas 16h30 deste sábado. A fuga principal, explicou o organismo, “teve origem numa conduta improvisada há alguns anos que não respeitava as normas técnicas.”

A DGRSP diz que a sucessão de ruturas “levou à necessidade de proceder à utilização faseada e seccionada da água à população do Estabelecimento Prisional durante vários dias, sobretudo em duas áreas do EP”. Garante, contudo, que “foram sempre encontradas alternativas para assegurar o fornecimento de água para consumo próprio, para a higiene pessoal e para a limpeza dos espaços comuns.”

“Apesar destes constrangimentos, a normalidade no quotidiano no EP foi garantida graças, não só à disponibilização aos Reclusos de água engarrafada e à permissão de acesso às torneiras dos pátios para uso sanitário, mas também atendendo à prestação permanente de informação, por parte da Direção e da Chefia dos Guardas do EP, sobre a situação e sobre as diligências em curso para a resolver”, refere o comunicado.

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As declarações contrastam com a informação prestada ao jornal Público pelo secretário-geral da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso, que revelou que na sexta-feira que nos primeiros cinco dias “deram duas vezes uma garrafa de litro e meio de água aos reclusos.”

“Estamos a falar de perto de 500 reclusos, muitos dos quais diabéticos”, explicou Vítor Ilharco, que acrescentou que como não há água para assegurar as descargas das sanitas, “os reclusos têm feito as necessidades fisiológicas em sacos plásticos que depois atiram fora pelas janelas”. “Se estivéssemos a falar de animais sem água, o PAN já estaria a falar disto na Assembleia da República, como é de reclusos que estamos a falar, parece que o problema não existe”, criticou.

Numa cronologia dos eventos, a DGRSP diz que a primeira rutura foi detetada no dia 16 de dezembro devido à redução da pressão da água na prisão. No dia seguinte, o problema foi resolvido, mas foi identificada uma nova rutura, que impediu o abastecimento, em simultâneo, de todos os espaços prisionais. No dia 19 ainda surgiram mais problemas de pressão da água e na madrugada de 20 para 21 foi detetada uma outra fuga.

A DGRSP adiantou que o problema ficou resolvido este sábado após a intervenção de diversas empresas externas e com a colaboração dos Bombeiros de Alcabideche e da Águas de Cascais.

Rotura de água compromete higiene no estabelecimento prisional do Linhó