Morreu Jocelyn Wildenstein, a socialite conhecida por ter feito cirurgias plásticas com efeitos tão extremos que ficou com a cara transformada e com traços semelhantes aos de um felino, pelo que chegou a ser referida como a “Catwoman” da vida real.

A morte da socialite foi confirmada pelo marido, Lloyd Klein, que disse à AFP que Wildenstein morreu a dormir, numa casa em Paris — morava entre Nova Iorque e a capital francesa –, depois de sofrer uma embolia pulmonar. A idade com que morreu é incerta, uma vez que alguns meios de comunicação referem que tinha 79 anos e outros que já somava 84, sem que haja certezas sobre a data de nascimento de Wildenstein.

Nascida em Lausanne, na Suíça, Wildenstein passou a ter uma vida pública e a conhecer os meandros da “alta sociedade” norte-americana depois de se ter casado com o comerciante de arte Alec Wildenstein, em 1977. Com ele teve dois filhos, Diane e Alec Jr.

Mas os holofotes focaram-se em Jocelyn Wildenstein sobretudo a partir do divórcio, que arrancou em vinte anos depois, em 1997, e só ficou finalizado em 1999. Foi só nessa altura que passou a ser conhecida como “Catwoman”, graças às cirurgias plásticas extremas que fez e que alteraram radicalmente a sua aparência, no meio de muitas notícias negativas sobre a relação e o processo de divórcio — incluindoe a notícia de que o ex-marido a teria ameaçado com uma arma de fogo depois de Jocelyn Wildenstein ter descoberto que estava a ser traída com outra mulher, conta aqui a Paris Match.

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Como escreve aqui a People, Alec Wildenstein acabou por pagar 2,5 mil milhões de dólares, a que se somaram 100 milhões anuais, para concretizar o divórcio. Apesar do acordo, a socialite acabaria por assumir ter gastado todo o dinheiro nos anos seguintes e por declarar falência em 2018.

A questão das plásticas tornou-se também um motivo de discórdia durante e depois do casamento, com a socialite a culpar o ex-marido, que supostamente diria “odiar estar com pessoas velhas”, e a acusá-lo de plantar histórias sobre as suas cirurgias na imprensa para pintá-la como um “monstro” durante o divórcio. Já Alec Wildenstein chegou a acusar a ex-mulher de “achar que podia arranjar a cara como se fosse uma peça de mobiliário” e de “não ouvir” quando lhe diziam que parasse.

Jocelyn Wildenstein também viria garantir que os traços felinos não se deviam inteiramente às ciurgias — em 1998, cita a People, disse à Vanity Fair que “o lince tem olhos perfeitos” e que a sua avó já tinha um rosto em que se distinguiam “os olhos de gata”.

Ainda assim, em 2006 diria ao fotógrafo Zed Nelson: “Se uma pessoa se sentir bem com as suas imperfeições, com o envelhecimento, não deve fazer nada. Caso contrário, é uma questão de escolher o médico certo“, cita a CNN.

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Desde 2003 que Jocelyn Wildenstein era companheira do estilista Lloyd Klein, de quem chegou a separar-se brevemente na sequência de um incidente em que ambos se acusaram mutuamente de violência doméstica (e ambos desistiram da queixa). Esta quarta-feira, Klein confirmou a notícia da morte dizendo que “um ícone desapareceu”.

Klein já no ano passado tinha defendido, numa entrevista à Interview Magazine, que a socialite devia ser conhecida por muito mais do que as suas cirurgias plásticas, defendendo o seu trabalho filantrópico.

Atualmente, Wildenstein tinha 1,1 milhões de seguidores no Instagram e tinha partilhado recentemente fotografias suas e do marido em Paris.