O ex-vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Diogo Moura, está de volta à câmara após ter suspendido o mandato em maio do ano passado a pedido do presidente da autarquia, Carlos Moedas. Em causa estavam acusações de fraude em eleições internas do CDS-PP, das quais acabou por ser ilibado entretanto.
O regresso de Diogo Moura à CML foi anunciado pelo próprio nas redes sociais esta quinta-feira à noite. “Neste início de 2025, retomo o mandato de Vereador da Câmara Municipal de Lisboa pelo CDS-PP, eleito na coligação Novos Tempos”, começou por escrever numa publicação no Facebook, em que garante manter o “compromisso” com os lisboetas. “Não tenho por hábito incumprir mandatos”, atirou.
Não é certo que Diogo Moura fique de novo com a pasta da Cultura, já que os pelouros só serão formalmente distribuídos pelo presidente da Câmara na próxima semana.
Aquando da suspensão do então vereador da Cultura, Economia e Inovação, Carlos Moedas optou por assumir o pelouro da Cultura. Joana Oliveira e Costa, eleita pelo CDS, assumiu a Economia e Inovação, uma subida à veração que, noticiou o Expresso, poderá estar ilegal por não ser a próxima da lista autárquica. No entanto, o departamento jurídico da CML nega irregularidades.
Em maio de 2024, Diogo Moura foi acusado pelo Ministério Público (MP) de crimes de fraude em duas eleições internas dos democratas-cristãos. O vereador da CML e também vice-presidente do CDS-PP era suspeito de ter tentado introduzir nas urnas, em dois atos eleitorais (2019 e 2021), votos de pessoas que não se tinham apresentado na mesa. Face à acusação do MP, Diogo Moura anunciou a suspensão do mandato a pedido do presidente da CML no dia 12 de maio, pedido esse a que acedeu de imediato, considerando que estava a ser alvo de “um ataque pessoal sem fundamento”.
Diogo Moura acabaria por ser ilibado na instrução do processo, que foi arquivado. Contactado pelo Observador, o vereador remeteu declarações para mais tarde.
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