Mais de dez mil pessoas aglomeraram-se e formaram um cordão humano esta quinta-feira em torno da sede de governo da Áustria, em Viena, como protesto contra as negociações de coligação governamental entre a extrema-direita do Partido de Liberdade da Áustria (FPÖ) e os conservadores cristãos do Partido Popular Austríaco (ÖVP).

O FPÖ, liderado por Herbert Kickl, venceu as eleições legislativas do passado mês de setembro, com 28,8% dos votos. O segundo lugar foi ocupado pelo ÖVP, liderado pelo chanceler atual, Karl Nehammer, com 26,3%. Caso as negociações, que começam esta sexta-feira, sejam bem sucedidas, esta coligação conseguirá atingir a maioria absoluta dos lugares no parlamento austríaco.

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“Não queremos um chanceler Kickl, de um partido de extrema-direita que vai contra as minorias e os dissidentes. Queremos uma Áustria liberal e livre”, disse um manifestantes nos protestos em Viena, que tem como lema “Alarme para a República”.

As posições extremistas do partido ultranacionalista deram origem a negociações de uma coligação entre conservadores, social-democratas e conservadores. Todavia, o acordo governamental acabou por não acontecer, após as negoiações falharem no passado final de semana. Desta forma, os conservadores anunciaram início das negociações com o partido de Kickl.

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O FPÖ é um dos mais antigos partidos de extrema-direita na Europa, tendo sido fundado por nazis pouco depois da Segunda Guerra Mundial, em 1949.