Pode ser uma das estrelas do novo filme dedicado a Steve Jobs, mas nem por isso Kate Winslet é fã dos gadjets que a Apple tem vindo a desenvolver, sobretudo quando estes preenchem em demasia os tempos livres dos mais novos. A atriz que conheceu a fama mundial com a ajuda de Titanic disse que os pais devem tirar os iPads “das mãos das crianças” e incentivou o uso de brinquedos mais tradicionais, como os jogos de tabuleiro.
“Eu acho que os pais estão a perder o controlo, especialmente se forem pais atarefados”, disse a atriz à publicação The Sunday Times, fazendo a ressalva de que, se usados corretamente, os meios digitais podem ser uma poderosa ferramenta de educação. “Mas acho que o problema é que muitas destas coisas não estão a ser usadas de uma forma correta. Acho que se está a abusar.”
Kate Winslet, que já antes deu a entender que o divórcio pode ser uma coisa boa para as crianças, não permite aparelhos destes em casa e afirma-se como a pessoa menos tecnológica que conhece: “Não temos quaisquer media digitais na nossa casa.” Nesse contexto, deixa os seguintes conselhos: não deixar crianças dormir com tablets (e afins) e incentivá-las a desenhar. “Se vamos a um pub, levamos sempre connosco papel e caneta. (…) Temos de ficar em contacto com os nossos filhos. É tão simples como isto.”
Steve Jobs star Kate Winslet doesn't want her kids using iPads https://t.co/IWC5zEKVRD pic.twitter.com/d9JQrdQcCy
— The Independent (@Independent) November 2, 2015
O maior receio da artista será o facto de as chamadas redes sociais terem um forte impacto na autoestima das jovens raparigas, ao convidarem crianças e adolescentes a “desenharem-se” à imagem e semelhança do que os outros possam vir a gostar. Mais, Kate aponta o dedo a algumas consequências para a saúde derivadas dessa situação, como os distúrbios alimentares. Foi por isso que, quando a sua filha Mia pediu para ter uma conta de Instagram, a artista argumentou que partilhar fotografias era como ceder memórias.
O maior criticismo destina-se, então, às famílias que estão frequentemente coladas aos dispositivos móveis, mesmo quando saem juntas — é a já tradicional imagem de uma família sentada à mesa de um restaurante que, em vez de estar a conversar, fica presa à dimensão virtual que o smartphone oferece. “Vou ser criticada por dizer isto, mas são precisos todos os membros de uma família para se ser uma família e, por estes dias, há demasiadas interrupções — e os dispositivos são uma grande interrupção.”
A mãe de três deixou ainda outras duas sugestões: “Deixem os vossos filhos subirem às árvores” e “joguem ao Monopólio”.