No princípio deste ano, a revista de propaganda do autoproclamado Estado Islâmico, a Dabiq, publicou uma entrevista com Abdelhamid Abaaoud. É este belga de origem marroquina que as autoridades belgas dizem ser o cérebro de toda a operação dos ataques de Paris da ´ultima sexta-feira, dia 13 de novembro. O belga viveria num bairro de Bruxelas liderando uma alegada célula terrorista no país mas, no passado mês de janeiro, a casa onde habitavam os membros desta célula foi atacada e desmantelada pelas autoridades. Abaaoud terá conseguido fugir para a Síria.

O jornal El Espanol relembrou esta conversa e destacou algumas das declarações (há que referir que esta revista é totalmente propagandista e é possível que as afirmações sejam inventadas ou que tenham sido, inclusivamente, ditas por outra pessoa):

  • Abaaoud terá viajado para a Bélgica juntamente com outros dois elementos de uma célula terrorista que foram mortos dias depois dos ataques contra o Charlie Hebdo pela polícia belga na cidade de Verviers. Porque viajou até ao país belga? Porque “Alá me escolheu” e o motivo era “aterrorizar os cruzados que fazem a guerra contra os muçulmanos”.
  • E para o que serviu a viagem à Bélgica? Apesar de revelar pouca coisa Abaadoud contou que “conseguimos armas e criámos uma casa segura enquanto planeávamos operações”.
  • O belga de origem marroquina conta até que foi detido pelas autoridades do país, mas, e apesar de a sua fotografia estar presente em todas as televisões, soltaram-no: “O agente olhou para mim para me comparar com a fotografia, mas deixou-me ir. Nada mais do que um presente de Alá“. 
  • Depois a revista pergunta como é que foi possível ter sido relacionado com os outros dois jihadistas, que foram mortos mais tarde, se não estava em casa. A polícia conta que foram intercetas chamadas alegadamente destes militantes. Mas Abaaoud conta que “depois do ataque à casa segura, deduziram que eu estive com os irmãos e que planeámos operações juntos. Assim, reuniram espiões de todo o mundo, desde a Europa à América, para me deterem. Prenderam muçulmanos na Grécia, França, Espanha e Bélgica para me apanharem. Nenhum estava ligado aos nossos planos!”
  • O homem conseguiu fugir para a Síria através da Grécia. Mas não oferece muitos detalhes em relação à fuga: “O meu nome estava nas notícias e, no entanto, pude estar na terra deles, planear operações contra eles e partir quando foi necessário.”

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