A Nicarágua demarcou-se do acordo hoje alcançado na conferência do clima em Paris (COP21) e denunciou “o procedimento antidemocrático” usado na votação pela presidência francesa, considerando que enfraquece o resultado final.
No plenário, o ministro das Políticas Nacionais nicaraguense, Paul Oquist, criticou “o procedimento antidemocrático” usado pelo presidente da reunião, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, que “enfraquece o multilateralismo, esta COP e o seu acordo”.
Oquist garantiu não querer bloquear o compromisso, mas trabalhar para o aperfeiçoar com sugestões “para o bem da mãe terra e da humanidade”. O ministro referiu, sem citar quais, que outras nações apoiavam a posição da Nicarágua.
Sobre as razões “mediante as quais não é possível acompanhar este consenso, Oquist sublinhou que embora tenha sido fixado o objetivo de limitar o aquecimento a 1,5 graus centígrados até final do século, medida “absolutamente crítica” para países tropicais como a Nicarágua, existem problemas no estabelecimento do nível necessário de redução de emissões de gases com efeito de estufa.
“Falta trabalho” do painel internacional de peritos sobre o clima (GIEC), disse. Oquist advertiu que não será possível corrigir esta questão em dez ou 15 anos, quando foram revistos os objetivos. Por outro lado, se “25% dos compromissos dos países em desenvolvimento estão condicionados a terem financiamento (…), não se vê nada sobre financiamento no documento”, afirmou. O ministro da Nicarágua pediu que seja calculado um orçamento de emissões de carbono globais, que tenha em conta as “responsabilidades históricas”.
A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) aprovou um acordo global vinculativo em que 195 países, desenvolvidos e em desenvolvimento, se comprometem a caminhar para uma economia de baixo carbono e tomarem medidas para limitarem o aquecimento global da atmosfera até 2100 a 1,5 graus centígrados, em relação aos valores médios da era pré-industrial.