O chefe do exército tailandês, Prayuth Chan-Ocha, disse esta quinta-feira num anúncio televisivo que os militares estão a tomar controlo do Governo: dizem que vão restaurar a ordem e incentivar reformas políticas, escreve a BBC.

O correspondente da cadeia britânica em Banguecoque, Jonah Fisher, diz que esta movimentação por parte do exército confirma estar em curso um golpe de Estado.

Na terça-feira os militares impuseram a lei marcial no país para “manter a paz e a ordem” e tentar travar a violenta crise política que se arrasta desde o final de 2013, quando a primeira-ministra Yingluck Shinawatra dissolveu o Parlamento. No início de maio os tribunais tailandeses afastaram Shinawatra do cargo por considerarem que esta agiu ilegalmente quando, em 2011, afastou o chefe de segurança nacional, nomeado pelo anterior Governo. A substituí-la ficou Niwatthamrong Boonsongpaisan, nomeado primeiro-ministro interino.

Durante os primeiros dias não havia certezas de que um novo golpe de Estado estivesse em curso no país e de que os militares tivessem deposto Boonsongpaisan.

Os tailandeses estão habituados a golpes destes. Desde que a Tailândia se tornou uma monarquia constitucional, em 1932, houve pelo menos 18 tentativas ou golpes concretos. O último foi em 2006, quando os militares depuseram Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, condenado a dois anos de prisão por corrupção e abuso de poder. Desde 2008 que Thaksin Shinawatra está exilado no Dubai, mas a oposição à antiga primeira-ministra considerava que a influência de Thaksin era ainda muito forte.

 

 

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