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A diferença entre Jovane e Jesé foi a vitória na derrota de um clube (a crónica do Sporting-Marítimo)

Este artigo tem mais de 4 anos

Silas ganhou, Bruno ganhou, Jovane ganhou (Jesé foi mais do mesmo), Sporting ganhou (ao Marítimo, 1-0). Mas três pontos e o 3.º lugar não escondem derrota que veio das bancadas: a "falência" do clube.

Borja festeja com Rafael Camacho o primeiro golo do Sporting, após assistência do regressado Jovane Cabral
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Borja festeja com Rafael Camacho o primeiro golo do Sporting, após assistência do regressado Jovane Cabral

Getty Images

Borja festeja com Rafael Camacho o primeiro golo do Sporting, após assistência do regressado Jovane Cabral

Getty Images

Primeiro eram os jogos em Alvalade frente aos candidatos FC Porto e Benfica. Depois, a Final Four da Taça da Liga. E se a lógica se mantivesse, os olhos estariam agora apontados à Liga Europa. No entanto, a derrota frente ao Sp. Braga na Pedreira acabou por fazer ruir de forma mais célere o muro das lamentações de uma época que no plano nacional se resume à conquista do terceiro lugar com uma visão improvável de chegar ainda ao segundo (para isso os leões teriam de recuperar 12 pontos ao FC Porto). Os mais “radicais” em relação à realidade leonina fizeram uma manifestação no sábado que juntou 100 pessoas, os mais “moderados” começam a despertar para os pedidos de Assembleia Geral para os sócios serem ouvidos. No meio deste contexto estão Silas e Bruno Fernandes.

Golo de Borja dá vitória frente ao Marítimo (1-0) e recoloca Sporting no terceiro lugar

Por considerar que ainda existem objetivos atingíveis na presente temporada, o técnico recusa pensar muito sobre a nova época – até por ter cláusulas que lhe garantem a permanência automática mediante a obtenção de algumas metas. Há quem lhe atribua alguma culpa no rendimento, há quem o considere sobretudo uma vítima de tudo o que foi (mal) preparado em Alvalade. Da parte de Silas, a figura que mais uma vez deu a cara após a eliminação na Taça da Liga, ficou a garantia de que se tiver de sair, sairá como qualquer um sai. “Ninguém está aqui agarrado ao lugar. Comigo é muito fácil chegar a acordo para trabalhar ou para deixar de trabalhar. Só estou onde as pessoas me querem e onde também eu quero estar. Garantias? Não ando a pedir garantias à Direção todas as semanas. Se o Sporting quiser pode mandar-me embora. A garantia que tenho é o meu trabalho”, comentou.

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Depois há Bruno Fernandes. O jogador foi a grande revelação no primeiro ano em Alvalade após chegar de Itália (Sampdória), voltou atrás na rescisão depois da invasão da Academia para se tornar o médio mais goleador de sempre numa das principais ligas europeias na última temporada, ganhou a braçadeira de capitão, renovou e teve uma influência crescente na ideia de jogo de uma equipa que ficou tão acomodada que sem perceber se tornou quase refém da movimentação, do posicionamento, da inspiração e da eficácia de remate do número 8, gerando uma perceção dividida entre os que o consideravam inegociável e os que não concordavam com a ideia de que fosse quase superior aos interesses do clube (reconhecendo a sua valia desportiva, claro). E este ou seria o último jogo no Sporting ou o primeiro de pelo menos 19 que teria ainda pelos verde e brancos.

Sem ter feito a melhor das exibições, o Sporting venceu o Marítimo de forma justa por 1-0 com golo de Borja. Silas, pelas apostas e pelo risco que colocou nas substituições, foi um dos vencedores. Bruno Fernandes, que esteve em quase todas as ações ofensivas com perigo da equipa, também. Jovane, última substituição que veio revolucionar o encontro depois de não jogar na equipa A desde final de setembro, foi o maior dos vencedores. Mas os três pontos e a reconquista do terceiro lugar não esconde aquela que foi outra derrota de um clube: uma partida marcada para as 21 horas de uma segunda-feira de chuva convida pouco mas o completo deserto nas bancadas a nível de assistência (não foram revelados números oficiais mas deverão ter andado entre os 10.000 e os 15.000 espetadores) comprovou numa imagem uma “falência” que não se explica em 1.000 palavras.

Ficha de jogo

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Sporting-Marítimo, 1-0

18.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Sporting: Luís Maximiano; Ristovski, Luís Neto, Coates, Borja; Doumbia (Jovane Cabral, 71′), Wendel, Bruno Fernandes; Jesé Rodríguez (Gonzalo Plata, 62′), Rafael Camacho e Luiz Phellype (Sporar, 15′)

Suplentes não utilizados: Diogo Sousa, Tiago Ilori, Rosier e Battaglia

Treinador: Silas

Marítimo: Amir; Bebeto, Zainadine, René Santos, Rúben Ferreira; Diego Moreno (Getterson, 79′), Vukovic; Correa, Nanú (André Mesquita, 90′); Rodrigo Pinho e Joel (Edgar Costa, 62′)

Suplentes não utilizados: Charles, Grolli, Bambock e China

Treinador: José Gomes

Golo: Borja (76′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Luís Neto (28′), Bebeto (51′), Bruno Fernandes (82′), René Santos (89′) e Edgar Costa (90+4′)

Com Mathieu, Acuña e Bolasie de fora das opções, Silas acabou por surpreender não tanto com a introdução de Borja como lateral esquerdo mas com a aposta em Luís Neto em vez de Tiago Ilori (que no último jogo feito não tinha estado ao melhor nível com o Benfica) e Jesé Rodríguez a partir de fora para dentro como apoio mais direto a Luiz Phellype com Rafael Camacho. Joel, num remate de fora da área num espaço sem dono entre centrais e zona média à figura de Luís Maximiano (5′) mas entre as clareiras que as duas equipas iam deixando nas transições foi o Sporting a ter uma melhor definição até à entrada do último terço, onde as dificuldades iam aparecendo.

Ristovski, após um grande passe de Bruno Fernandes a aproveitar o movimento interior do lateral, deixou uma ameaça inicial mas o remate na área com a pressão de um adversário saiu muito por cima (12′). Pouco depois, Luiz Phellype lesionou-se no joelho (e pelas queixas pode ser um problema com alguma gravidade) e antecipou a estreia do reforço de inverno Sporar, segundo esloveno do Sporting depois de Jug e 12.º na Liga portuguesa (após nomes como Pavlin, Zahovic ou Oblak) que entrou e podia ter marcado apenas três minutos depois não fosse uma defesa de Amir com os pés para canto (17′). E como aí parecia que os leões jogavam sozinhos, Coates ainda chegou a marcar após cruzamento de Bruno Fernandes mas o golo foi invalidado por posição irregular (18′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Sporting-Marítimo em vídeo]

Sem fazer propriamente um jogo de grande qualidade mas sabendo aproveitar os erros posicionais dos insulares a meio-campo (muitos, até por comparação com os encontros iniciais com José Gomes no comando) para darem o espaço necessário a Bruno Fernandes, que como ponta final do circuito de jogo mais habitual a começar por Neto e a ter Wendel pelo meio fez quatro remates à baliza, um dos quais enquadrado. Aqueles 20/30 metros estavam a ser tão fáceis de conquistar que o Sporting quase que se deslumbrou, tendo cinco minutos menos conseguidos onde Rodrigo Pinho, sozinho nas costas de Luís Neto, obrigou Maximiano a grande defesa (38′).

O segundo tempo começou com características semelhantes à primeira parte mas com menor presença em zona de finalização do Sporting, que teve apenas uma boa oportunidade até aos 65′, altura em que Wendel conseguiu sair de trás para criar superioridade na área, receber um passe de Bruno Fernandes e rematar para defesa de Amir. Antes, Rafael Camacho ainda marcou aproveitando um erro do guarda-redes iraniano após cruzamento de Borja mas uma falta de Sporar nas costas de René Santos acabou por anular o lance via VAR (53′). E ainda houve mais uma chance flagrante mas para o Marímo, com Rodrigo Pinho a ultrapassar os adversários que lhe foram surgindo pela frente incluindo Luís Maximiano até Ristovski ganhar a frente e cortar perto da linha de golo (60′).

Não havendo mais unidades para aumentar a presença na zona de decisão, Silas apostou na velocidade pelos dois corredores laterais e ganhou muito nessas entradas de Gonzalo Plata e Jovane Cabral, que regressou após uma longa ausência desde final de setembro para fazer a assistência que deu a Borja a possibilidade de inaugurar o marcador no último quarto de hora (76′), já depois de Bruno Fernandes ter arriscado mais uma vez o remate de fora da área a acertar com estrondo na trave da baliza de Amir (70′). Foi dos pés do extremo formado no Sporting que veio o fator diferenciador que Jesé nunca foi, nem hoje nem desde que assinou pelos leões. O técnico leonino ganhou um reforço interno no dia em que estreou um avançado centro e perdeu o outro por lesão.

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