Florêncio de Almeida, presidente da ANTRAL – Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros –, avançou com um processo-crime contra o representante da Uber em Portugal, disse o próprio ao Observador. Na terça-feira, a associação que representa os taxistas apresentou um requerimento ao juíz do Tribunal da Comarca de Lisboa “para que a lei seja cumprida”.

“É mais do que evidente que avançámos com um processo-crime. Todas as pessoas ou entidades que não cumprem com as indicações do tribunal incorrem num processo-crime”, referiu Florêncio de Almeida, acrescentando que  o tribunal tem de desenvolver as diligências necessárias para o cumprimento da lei.

A 28 de abril, o Tribunal da Comarca de Lisboa aceitou a providência cautelar apresentada pela ANTRAL para impedir a Uber de operar em Portugal. A 12 de maio, o responsável pela empresa escreveu num post do blogue da empresa a informar que os serviços da Uber continuavam disponíveis para os utilizadores, porque “a notificação não abrangia a plataforma da Uber em Portugal”.

A notificação foi enviada para a sede da empresa, nos Estados Unidos da América, mas segundo as faturas a que o Observador teve acesso, a morada da empresa que opera em portugal tem sede na Holanda.  Sobre isto, Florêncio de Almeida diz que “Uber só há uma no mundo”.

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“Só há uma, não há mais nenhuma. Seja na America ou em Espanha, Uber só há uma”, diz o presidente da ANTRAL, acrescentando que “o que eles escrevem é para mandar serradura para os olhos das pessoas”.

Florêncio de Almeida recorda que a Uber está a ser multada em 10 mil euros por cada dia que opera em Portugal, após ter sido notificada para suspender os seriços UberX e UberBlack.

O advogado Miguel Santos Pereira explicou ao Observador que a providência cautelar e o processo-crime são processos paralelos e que, na ação avançada pela ANTRAL na terça-feira ,o que está em causa é um crime de desobediência qualificada.

O especialista explica que à partida, o tribunal remeterá a certidão para o Ministério Público para que seja aberto um inquérito criminal. A ANTRAL também poderá pedir uma indemnização pelo não cumprimento da decisão judicial – pelos danos que conseguir demonstrar que teve desde o dia em que era suposto a Uber ter parado de operar e não parou.