Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia, faltou à cerimónia do feriado nacional, o Dia da Bandeira, Emblema e Hino do Estado, que se celebra este domingo, 14 de maio. Seria expectável que o chefe de Estado marcasse presença e fizesse um discurso, mas essa função acabou por ser desempenhada pelo primeiro-ministro, Roman Golovchenko.
A ausência do chefe de Estado numa ocasião tão “importante”, descreve o jornal independente bielorrusso Zerkalo, vem aumentar as suspeitas sobre o estado de saúde de Lukashenko.
Este é o quinto dia consecutivo em que o chefe de Estado da Bielorrússia, no poder há quase três décadas, não aparece em público. Foi visto pela última vez nas celebrações do Dia da Vitória, em Moscovo, a 9 de maio, evento que marca o aniversário da derrota da Alemanha nazi.
Já nesse evento, descreve o alemão Der Spiegel, o presidente bielorrusso não caminhou na parada militar, como seria suposto — e como fizeram os outros chefes de Estado presentes. Lukashenko também faltou ao almoço de celebração.
O Zerkalo relata que o chefe de Estado visitou uma unidade de saúde no sábado, 13 de maio. No momento da sua chegada, as entradas do hospital já estavam bloqueadas e forças de segurança ocupavam a estrada.
Ao mesmo jornal, o gabinete de Lukashenko justificou a ausência do líder com uma agenda muito ocupada, “incluindo papelada”. A imprensa estatal da Bielorrússia não comentou a ausência ou ida ao hospital do presidente.
O feriado do 14 de maio marca os 28 anos desde que um referendo na Bielorrússia — “com inúmeras violações”, diz o jornal bielorrusso — resultou na alteração da bandeira do país, que voltou a ser semelhante à utilizada quando o país integrava a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), branca e verde. Veio, nessa altura e por vontade de Lukashenko, substituir a que foi adotada quando a União Soviética caiu, uma bandeira branca e vermelha, semelhante à que era utilizada antes do controlo russo.