Uma despedida sem lágrimas, sem acenos e até sem garantias. Matheus Uribe fez este domingo o último jogo pelo FC Porto, tendo já tudo acertado com um clube do Médio Oriente para deixar a Europa no fim do contrato com os dragões, mas não se emocionou, não disse adeus aos adeptos e nem sequer confirmou que vai deixar o clube esta época.

“Tenho contrato até dia 30 de junho, vamos ver o que vai acontecer. Estou contente por esta vitória, é muito merecida. A equipa vinha a fazer as coisas bem. Terminámos a época com um balanço positivo, embora não possamos dizer que foi um ano perfeito porque não ganhámos a Liga. Temos de perceber o que não fizemos tão bem, mas agora é altura de desfrutar deste momento. Sou muito feliz em Portugal, receberam-me muito bem a mim e à minha família. Sou feliz aqui, estar no FC Porto foi algo de muito grande que me aconteceu. Qatar ou Arábia Saudita? Não sei, é esperar. Tenho contrato até dia 30 de junho, tenho de esperar”, atirou o médio colombiano à RTP, que voltou a ser dos melhores elementos da equipa de Sérgio Conceição no Jamor contra o Sp. Braga.

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Depois de uma carreira inteira entre a América Central e do Sul, com passagens por clubes da Argentina, da Colômbia e do México, Uribe chegou ao FC Porto em 2019 para se tornar desde logo uma figura crucial para o meio-campo dos dragões. Com mais de 170 jogos ao longo de quatro temporadas, conquistou sete títulos e decidiu agora, com 32 anos, apostar no último grande contrato da carreira e deixar a Europa para abraçar o futebol do Médio Oriente — tal como Pinto da Costa, em nome próprio, acabou por confirmar minutos depois das declarações do jogador.

“Dizem que vão sair todos, fala-se em 28 jogadores para sair. Os que têm cláusula de rescisão é fácil saírem, se pagarem. O Uribe? Esse sai. Tem um contrato fabuloso na Arábia Saudita e há muito que sabemos que não havia possibilidade de o manter, são números que o futebol português não comporta. Mas tenho pena, é um grande atleta e um grande jogador”, afirmou o presidente do FC Porto.

Em sentido oposto, e com o contrato já renovado por mais um ano e a ideia de fim de carreira totalmente afastada, existe Pepe. Aos 40 anos, o capitão do FC Porto conquistou mais um troféu e demonstrou em campo o porquê de ser um elemento fulcral para Sérgio Conceição e para a própria equipa — e até para os adeptos, com quem festejou os dois golos como se estivesse na bancada. No fim, subiu a escadaria do Jamor entre abraços e sorrisos com a mancha azul e branca, acabando por colocar Sérgio Conceição nas próprias cavalitas para ser o treinador a levantar a Taça de Portugal na tribuna presidencial no Estádio Nacional.

“Foi mais uma final para dar uma alegria a estes adeptos, foram maravilhosos a apoiar desde o início. Foi um jogo difícil, contra uma grande equipa, e estamos de parabéns pelo esforço que fizemos. Não existia carga emocional por não termos conquistado o Campeonato, até pela forma como trabalhamos e nos dedicamos ao treino e ao que o mister nos pede. O compromisso de dar a alegria aos adeptos que vieram e aos que não puderam estar cá. É para eles esta vitória, desde o primeiro dia até ao dia de hoje que sentimos o apoio deles”, disse o internacional português em declarações à RTP.

Mais à frente, Pepe acabou por comentar a relação próxima com Sérgio Conceição e respondeu se o português é mesmo o melhor treinador que já teve. “Infelizmente, não pude estar no dia a dia com Fernando Santos, que foi outro treinador com quem aprendi muito. Mas o mister Sérgio Conceição motiva-nos a cada dia, para seguirmos e darmos o nosso melhor”, disse, recordando o antigo selecionador nacional.

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