São quatro os pontos percentuais que separam a taxa de desemprego dos jovens que se formaram em instituições privadas (12,7%) da taxa registada junto dos diplomados nos estabelecimentos de ensino público (8,6%), de acordo com os dados disponibilizados no portal Infocursos, do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

Mas se há instituições em que um terço dos estudantes estava inscrito num centro de emprego no final do ano de 2014, outras há em que a taxa de desemprego não ultrapassa os 5%. É o caso, por exemplo, da Academia Nacional Superior de Orquestra ou das Escolas Superiores de Educação de João de Deus e Jean Piaget de Almada.

Descendo das instituições para os cursos, há licenciaturas no privado que também dão garantia de pleno emprego, de acordo com os dados disponíveis e que fazem o cruzamento entre o número de diplomados entre 2009/10 e 2012/13 e o número de inscritos em centros de emprego em dezembro de 2014. É o caso dos cursos de Teologia na Universidade Católica (em Lisboa, Porto e Braga), do curso de Gestão e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, na Lusófona do Porto, de Enfermagem, na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa e de Segurança Comunitária, no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração.

Privados-Menos-Desemprego

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Do lado oposto, ou seja, no top dos cursos das instituições privadas com mais desemprego estão Criminologia, na Universidade Fernando Pessoa (68,9%), Arquitetura, na Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão (51,4%), Arquitetura, na Escola Superior de Artes do Porto (47,7%), Análises Clínicas, na Universidade Fernando Pessoa (45,7%) e Arquitetura na Lusófona do Porto (41,7%).

Mas se olharmos para os cursos no seu conjunto e instituição a instituição, tendo em conta os dados que permitem comparações, o desemprego lidera nas escolas ligadas às artes. Por exemplo, a Escola Superior Artística do Porto apresentava, em dezembro de 2014, uma taxa de desemprego a rondar os 33,1% no conjunto dos seus cursos.

O Observador chegou a estas conclusões a partir dos dados do Infocursos que mostram qual o número de diplomados nos vários cursos, das várias instituições, ao longo de quatro anos (2009/10 e 2012/13), e o número de desempregos de cada curso inscritos em centros de emprego em dezembro de 2014.

Esta análise tem em conta apenas cursos que estiveram em funcionamento no ano letivo passado, excluindo ainda todos aqueles para os quais não havia informação completa sobre o número de desempregados ou cuja amostra era “demasiado pequena”, ou seja, inferior a 30 diplomados nos quatro anos em análise.

Outro dado curioso a propósito dos privados, e que o Observador publicou no sábado, tem que ver com as classificações finais médias dos alunos de cada curso. No top dos 10 cursos com piores classificações finais, cinco são privados, com médias inferiores a 11,8 valores. E fazendo uma média ponderada dos vários cursos em instituições públicas e privadas chegamos à conclusão que as classificações finais são muito semelhantes: 13,68 valores no público e 13,49 no privado.

Estes dados referem-se às classificações finais quantitativas dos diplomados em cada curso nos anos letivos 2011/12 e 2012/13, mas só são considerados cursos que tiveram diplomados no ano letivo 2012/13.

Ficha técnica

Texto: Marlene Carriço

Infografia/ilustrações: Andreia Costa