Terra de múltiplos encantos, paisagens naturais intocadas e tradições que perduram ao longo dos séculos, a Beira Baixa é sempre um destino perfeito para uma escapadinha ao fim de semana.
Aqui, regressa-se às origens e à mais pura essência da alma portuguesa. Os cheiros, os sons e os sabores transportam-nos para um mundo onde a vida corre como deve ser: com calma e muita tranquilidade. Para trás fica a agitação citadina e o stress causado por rotinas e tarefas diárias intermináveis.
Neste artigo levamo-lo numa viagem pela região da Beira Baixa com uma sugestão de roteiro de um dia para seis diferentes municípios beirões: Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penamacor, Proença-a-Nova, Oleiros e Vila Velha de Ródão.
Castelo Branco
Capital de distrito, Castelo Branco é uma cidade que, apesar de ter praticamente tudo o que um grande centro urbano pode oferecer, foi capaz de preservar os seus traços característicos ao longo do tempo.
Comece o dia com uma caminhada pelas extraordinárias paisagens naturais da Serra da Gardunha. Ao almoço, aproveite para recuperar energias com um dos mais típicos pratos de Castelo Branco, o Cabrito Assado em forno de lenha, servido com batatas assadas.
De estômago cheio, parta rumo ao coração do centro histórico da cidade para uma visita ao Museu Cargaleiro, instalado no histórico edifício Solar dos Cavaleiros, onde poderá apreciar as magníficas obras do artista Manuel Cargaleiro, natural da Beira Baixa.
Idanha-a-Nova
São aldeias como Monsanto, conhecida como a “aldeia mais portuguesa de Portugal”, ou Idanha-a-Velha, fundada pelos romanos e hoje um autêntico museu ao ar livre, que fazem do concelho de Idanha-a-Nova um local a visitar pelo menos uma vez na vida.
O dia começa com uma brisa de ar puro no Parque Natural do Tejo Internacional, onde poderá, com a ajuda de um par de binóculos ou uma boa máquina fotográfica, avistar e registar as várias espécies de aves que ali habitam, como por exemplo águias, abutres ou grifos.
Quando a fome apertar, já perto da hora do almoço, procure um restaurante para provar a Perdiz de Escabeche, uma iguaria ligada à tradição de caça desta região rica em pratos desta especialidade. E da parte da tarde uma visita ao Centro Cultural Raiano dar-lhe-á uma visão mais completa sobre a história, costumes e tradições de Idanha-a-Nova.
Penamacor
Com origens que remontam ao século XIII, Penamacor foi em tempos uma das mais importantes fortalezas da fronteira portuguesa, e o seu castelo um dos mais poderosos do reino.
Comece o seu dia com uma visita à Torre de Menagem, a única estrutura sobrevivente do antigo castelo, onde o espera uma maquete que lhe dará uma ideia da dimensão e organização do antigo burgo amuralhado, e onde poderá admirar várias peças encontradas em escavações arqueológicas locais.
Ao almoço faça uma pausa para um prato de Borrego ou Cabrito à Beirã e à tarde inclua no seu roteiro um passeio pela Reserva Natural da Serra da Malcata, habitat de várias espécies animais, já não vislumbramos o lince ibérico, mas há, entre outras, o abutre-negro, a cegonha-preta e o rouxinol-do-mato.
Proença-a-Nova
Com cerca de 80% do território coberto por área de floresta, o concelho de Proença-a-Nova é perfeito para os amantes de turismo de natureza. Assim, o dia não poderia começar de outra forma do que com uma caminhada por um dos sete percursos pedestres à disposição na zona.
No final da caminhada aproveite para recarregar energias ao almoço, prove o plangaio um enchido tradicional feito com a massa da farinheira à qual se juntam os ossos do espinhaço do porco, uma especialidade deste concelho. Feche a refeição com uma deliciosa Tigelada, um dos doces tradicionais locais.
À tarde, não perca a oportunidade de descobrir mais sobre os costumes e tradições de Proença-a-Nova com uma visita ao Museu Isilda Martins, repleto de vestuário, objetos de uso diário, alfaias agrícolas e outros utensílios datados principalmente do início do século XX.
Oleiros
Inserida numa zona montanhosa e numa das maiores áreas de pinheiro-bravo da Europa, Oleiros é um destino de excelência no que toca a turismo de natureza. Locais como as Cascatas da Fraga da Água d’Alta e o Miradouro do Cabeço do Mosqueiro, oferecer-lhe-ão momentos inesquecíveis logo pela manhã, dando início a um dia muito bem passado.
Para além da natureza, a gastronomia é outro dos pontos fortes de Oleiros, sendo frequentemente um dos principais motivos de visita. Assim, ao almoço, não perca a oportunidade de se deliciar com um dos mais emblemáticos pratos de Oleiros: o famoso cabrito estonado. Para sobremesa, sugerimos o bolo de mel ou as papas de milho.
À tarde faça um passeio pelo centro de Oleiros. Não só o ajudará a digerir melhor o delicioso mas algo pesado repasto, como também o levará a descobrir o Projeto Arte à Porta, uma das iniciativas artísticas mais interessantes da região da Beira Baixa. No total são mais de 60 casas cujas portas foram pintadas por diversos artistas nacionais, das mais variadas formas.
Vila Velha de Ródão
O contraste entre as montanhas e o Rio Tejo é uma das razões que justificam o encanto nos olhos de quem visita Vila Velha de Ródão. Para perceber exatamente do que falamos, comece o seu dia com um passeio de barco até às Portas de Ródão, uma imponente garganta escavada pelo rio na Serra do Perdigão, considerada um dos geomonumentos mais importantes do país.
Ao almoço inclua no menu pelo menos um dos pratos típicos da região feitos com peixe oriundo do rio: as famosas Sopas de Peixe, as Migas de Peixe do Rio com Poejo ou a Caldeirada de Enguias. E logo de seguida, parta à descoberta do Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo onde se encontram mais de 20000 gravuras que compõem um dos mais importantes conjuntos de arte pós-paleolítico da Europa.
Independentemente do roteiro que escolha, existe a garantia de um regresso a casa repleto de recordações felizes. Já decidiu por onde vai começar a sua viagem pela Beira Baixa?