Índice
Índice
A polémica é tanta que o Presidente do Brasil teve de se referir a ela no encontro anual do Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça: “Se, por um acaso, ele errou e for provado, eu vou lamentar como pai, mas ele terá que pagar o preço por aquelas ações que nós não temos como aceitar”. “Ele” é Flávio, o filho mais velho de Jair Bolsonaro.
O atual Presidente do Brasil referia-se à polémica das movimentações financeiras “atípicas” e muito avultadas (ao todo, e alegadamente, perto de sete milhões de reais) do antigo motorista e assessor do seu filho mais velho, o senador pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro. Acresce que, num período inferior a um mês, em 2017, foram feitos 48 depósitos na conta de Flávio, que perfizeram um total de 96 mil reais depositados (mais de 22 mil euros). Para se ter uma ideia do valor de 96 mil reais no Brasil, o salário mínimo decretado pelo governo federal (que nem todos os estados adotam) é de perto de mil reais, quase um centésimo do valor que foi depositado em dinheiro — em tranches sempre iguais, de dois mil reais de cada vez.
Esta não é, contudo, a primeira nem a única polémica em que Flávio Bolsonaro se vê envolvido. Há mais: de uma reação pouco consensual ao assassinato de uma juíza, à ligação do senador à mãe e à mulher de um antigo capitão implicado no assassinato da vereadora feminista Marielle Franco, passando pela condecoração de polícias mais tarde condenados ou acusados de crimes, pela forma como empregou vários familiares do antigo motorista e assessor (agora investigado), por um crescimento súbito de património, por um episódio de troca de tiros na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e pela desvalorização da gravidade do período da ditadura militar em declarações antigas (preferiu chamar-lhe “período de transição para a democracia”).
Tal pai, tais filhos: Eduardo e Flávio também ganharam com “efeito Bolsonaro”
Juíza assassinada “humilhava polícias”
Um dos episódios polémicos em que Flávio Bolsonaro já esteve envolvido foi o da reação à morte da juíza brasileira Patrícia Lourival Acioli, em 2011.
A magistrada, abertamente feminista e bastante dura na aplicação de penas em casos de tráfico de droga, violência com gangues e corrupção na polícia, foi alvo de uma emboscada à porta de sua casa no bairro de Piratininga, na cidade de Niterói, e assassinada com 21 tiros, a 12 de agosto de 2011. Mais tarde, a justiça brasileira concluiu que o assassinato foi cometido por polícias militares que Patrícia Lourival Acioli tinha como alvo, por suspeitas de envolvimento em homicídios e extorsões. Em 2014, 11 polícias foram condenados por estarem ligados ao homicídio.
A primeira reação do senador do clã Bolsonaro ao assassinato da juíza dividiu os brasileiros. No Twitter, o filho mais velho do atual Presidente do Brasil sugeriu que a juíza “humilhava polícias” que eram réus em casos judiciais, o que teria contribuído para ter “inimigos”: “Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com que ela humilhava policiais nas sessões contribuiu para ter muitos inimigos”.
Diante da execução de uma juíza, que resolveu enfrentar milicianos, o então dep estadual Flávio Bolsonaro resolveu criticar… a vítima.
Na época ele disse no twitter: "a forma absurda e gratuita com q ela humilhava Policiais nas sessões contribuiu p ter mts inimigos" pic.twitter.com/Oi3rVsvsOq
— Ivanildo Terceiro ???????? (@ivanildoiii) January 22, 2019
Quando foi criticado pela reação, Flávio Bolsonaro ripostou: “Repudio a morte da juíza, apenas disse que ela teria muitos inimigos, não pelo exercício da profissão, mas por humilhar gratuitamente réus”. O atual senador disse ainda que Patrícia Lourival Acioli costumava chamar “vagabundo” e “marginal” aos suspeitos.
Reação diferente tiveram associações de juízes e órgãos judiciais. O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, lembrou a juíza com grandes elogios: “Enfrentava grupos perigosos que atuavam na região: milícias, bicheiros [envolvidos no Jogo do Bicho, uma lotaria ilegal no Brasil] e quadrilhas de transporte clandestino”, referiu. Também a Associação dos Juízes Federais do Brasil optou por um comentário de tom diferente: ”Realizava exemplarmente o seu trabalho no combate ao narcotráfico em defesa da sociedade”. Ao todo, Patrícia Lourival Acioli mandou prender 60 agentes da Polícia Militar .
A ligação indireta a suspeitos de morte de Marielle
A comoção com o assassinato da vereadora Marielle Franco, a 14 de março do ano passado, não se registou apenas no Brasil, país onde nasceu e onde, ao longo da vida, combateu a discriminação a mulheres — sobretudo as negras. A comoção foi generalizada, estendendo-se, por exemplo, a Portugal, onde se realizaram manifestações de homenagem e onde o artista português Vhils a retratou num mural, pintado numa parede do Panorâmico de Monsanto, em Lisboa.
Muito crítica da atuação da Polícia Militar, que considerava abusar do uso da força, Marielle Franco teve o mesmo destino da juíza Patrícia Lourival Acioli, também ela com uma relação conflituosa com esta unidade das forças de segurança brasileiras.
Notícias recentes acabaram por ligar indiretamente o atual senador Flávio Bolsonaro a alguns suspeitos de envolvimento no homicídio da antiga vereadora brasileira. Esta terça-feira de manhã, 22 de janeiro, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do país prendeu cinco alegadamente envolvidos no homicídio, noticiou a estação de televisão Globo.
Os alvos da operação do Gaeco brasileiro eram figuras de uma milícia, isto é, um grupo paramilitar formado por elementos de forças de segurança que, paralelamente às atividades profissionais, agiam ilegalmente por conta própria.
Um dos suspeitos é um antigo capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope): Adriano Magalhães de Nóbrega. Este estaria ligado à organização Escritório do Crime, que as autoridades brasileiras acreditam ter “encomendado” o assassinato de Marielle.
Flávio Bolsonaro tem algumas relações com pessoas (bastante) próximas de Adriano Magalhães de Nóbrega. A mãe e a mulher do capitão agora suspeito de homicídio, respetivamente Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, terão ocupado cargos no gabinete de Bolsonaro quando o senador era deputado estadual, revelou o jornal Globo. As duas terão sido exoneradas a 13 de novembro, de acordo com a mesma fonte. Antes, ganhariam perto de 6.500 reais por mês.
O filho mais velho do Presidente brasileiro já negou qualquer responsabilidade na contratação das duas familiares do suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco. Segundo Flávio Bolsonaro, o responsável pelas nomeações das familiares de Adriano Magalhães de Nóbrega (suspeito também de estar reiteradamente envolvido em homicídios há mais de dez anos) é Fabrício Queiroz, seu antigo assessor e motorista.
Há, contudo, um problema adicional com estas relações profissionais de Flávio Bolsonaro: quer a mãe do antigo capitão quer o seu amigo e antigo assessor e motorista são suspeitos de estarem envolvidos num esquema de pagamentos duvidosos, dos quais o senador tem tido dificuldades em dissociar-se.
Polícias militares: os voluntários e os condecorados
A prisão, em 2018, dos irmãos gémeos Alan e Alex Rodrigues de Oliveira, polícias militares suspeitos de envolvimento numa quadrilha de agentes especialistas em crimes de chantagem e extorsão, também levantou alguns sobrolhos face à ligação que estes tinham com Flávio Bolsonaro. Durante a campanha do político para senador, no ano passado, os dois foram vistos em ações de campanha “dando apoio de segurança”, segundo refere o Estadão.
Há uma fotografia publicada pelo político no Instagram em que o candidato ao Senado aparece ao lado do pai, Jair Bolsonaro, e destes dois irmãos. Na imagem, aparece também uma irmã dos dois antigos polícias militares, Valdenice — ela sim, parte “oficial” da campanha. Segundo Valdenice, os irmãos Alan e Alex Rodrigues de Oliveira trabalhavam como “voluntários” em “dias de folga”, por acreditarem no projeto e nas ideias do filho mais velho do atual presidente do Brasil.
Flávio Bolsonaro disse algo parecido sobre Alan e Alex Rodrigues de Oliveira: “Eles são irmãos da Valdenice, que é um dos pilares do nosso trabalho de política aqui no Rio. Mas os irmãos dela não trabalham comigo. De vez em quando aparecem, mas não têm vínculo nenhum comigo”.
Além desta ligação, Flávio Bolsonaro já condecorou ou homenageou alguns agentes posteriormente acusados ou suspeitos de envolvimento em quadrilhas ou milícias paralelas, no âmbito de operações como a Quarto Elemento. Foi o caso, por exemplo, dos antigos polícias militares Leonardo Ferreira de Andrade, Carlos Menezes de Lima e Bruno Duarte Pinho, que receberam “moções de louvor e congratulações” por “serviços prestados à sociedade”. Também Ronald Paulo Alves Pereira, antigo major da Polícia Militar que foi detido na Operação Intocáveis, mereceu uma homenagem do filho do atual presidente do Brasil, em 2004.
Em sua defesa, o Senador afirmou ter condecorado durante a sua carreira “centenas” de pessoas pelo trabalho prestado no âmbito das forças de segurança. As condecorações surgem por motivos diferentes: “Ou porque prendeu algum marginal importante ou porque conseguiu impedir uma quadrilha importante de roubo de carga”.
Os esquemas financeiros duvidosos
Além de ser mãe de um antigo capitão suspeito de estar envolvido na morte de Marielle Franco e de ter trabalhado no gabinete de Flávio Bolsonaro, Raimunda Veras Magalhães é suspeita de ter estado ligada a um esquema de transferências duvidosas envolvendo o antigo motorista e assessor de Bolsonaro, Fabrício Queiroz (também ele um antigo polícia militar).
As autoridades acreditam que Raimunda Vera Magalhães terá enviado pelo menos 4.600 reais para a conta bancária de Queiroz, não se sabe exatamente a que propósito. Queiroz foi responsável pela nomeação da filha do antigo capitão envolvido no homicídio de Marielle Franco para o gabinete de Bolsonaro, conforme o filho mais velho do Presidente já revelou e o seu antigo assessor e motorista confirmou.
As autoridades brasileiras estarão neste momento a investigar também movimentações “atípicas” de 7 milhões de reais, feitas por Fabrício Queiroz durante quatro anos. O antigo motorista e assessor de Flávio Bolsonaro deu a sua explicação para os movimentos financeiros, que parecem, à primeira vista, não bater certo com a dimensão dos seus rendimentos: “Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro. Eu compro, revendo, compro, revendo. Compro carro, revendo carro. Eu sempre fui assim, sempre. Eu gosto muito de comprar carro em seguradora. Na minha época, lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, vendia. Tenho segurança”.
A 18 de janeiro, uma reportagem do Jornal Nacional da rede Globo avançou que, entre junho e julho de 2017, foram feitos quase 50 depósitos na conta de Flávio Bolsonaro. A principal suspeita das autoridades é que os funcionários do seu gabinete devolviam parte do salário (já inflacionado no cálculo) para a conta do filho mais velho do Presidente do Brasil. As transferências seriam feitas através de Fabrício Queiroz, o antigo assessor, em cujas contas bancárias os investigadores de delitos financeiros do Brasil encontram movimentos “atípicos”.
O método é conhecido no país como “rachadinha” — e as suspeitas devem-se às transferências que outros funcionários do gabinete de Bolsonaro poderão ter feito para Fabrício Queiroz. As autoridades acreditam neste pormenor também por um motivo: o dinheiro depositado na conta do antigo assessor e motorista de Flávio Bolsonaro era transferido ou no mesmo dia ou poucos depois de ser feito o pagamento aos funcionários do gabinete do atual senador.
Os movimentos causam alguma estranheza. Terão sido efetuados 48 depósitos em dinheiro vivo, sempre no mesmo valor: dois mil euros. Ao todo, terão sido colocados na conta de Flávio Bolsonaro 96 mil reais em apenas cinco dias. No dia 9 de junho de 2017, terão sido feitos dez depósitos, num intervalo de cinco minutos. No dia 15 de junho, terão sido feitos cinco depósitos, em dois minutos. No dia 27, novamente dez depósitos, em apenas três minutos. No dia seguinte, seguiram-se oito depósitos em quatro minutos. Por último, a 13 de julho, foram feitos 15 depósitos na conta de Flávio Bolsonaro, em seis minutos.
A 19 de janeiro, o Jornal Nacional da Globo voltou a visar Flávio Bolsonaro. Numa nova reportagem, foi avançado que o filho mais velho de Jair terá pago um título bancário no valor de um milhão de reais.
Perante todas as suspeitas, Flávio Bolsonaro garante que tem uma explicação para as movimentações financeiras. Um dia depois desta nova investida da Globo, afirmou, em entrevista ao canal TV Record, que os movimentos resultavam de vendas de imóveis. Flávio Bolsonaro terá mesmo levado para estúdio um conjunto de documentos que garante provarem aquilo que diz, mas não os quis mostrar, revelando-se apenas disposto a apresentá-los em sede mais “própria”.
A tese de Flávio Bolsonaro é esta: terá recebido dinheiro vivo de compradores de imóveis que ele mesmo terá depois depositado na sua conta. A identidade dos depositantes é algo que o Coaf — Controlo de Atividades Financeiras, a unidade que monitoriza e investiga grandes delitos financeiros do país — não conseguiu (pelo menos ainda) identificar.
A tese de Flávio Bolsonaro foi reforçada por um antigo jogador de voleibol de praia, Fábio Guerra, que disse em público ter feito o pagamento de um imóvel comprado ao político em dinheiro vivo.
O senador do Rio de Janeiro também tem uma explicação para o facto de os depósitos terem sido feitos todos no mesmo valor, 2.000 reais: é o máximo permitido em caixas automáticas e o filho mais velho de Jair Bolsonato quis “evitar filas”. Preferia, também, que os funcionários do banco onde tem conta não “contassem o dinheiro” à frente de todos.
O nome de Fabrício Queiroz também surge ligado ao atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, num outro caso. Da conta do antigo motorista e assessor de Flávio terão saído 24 mil reais para a conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. As partes envolvidas aqui apresentaram uma versão coincidente: João Queiroz teria dívidas com Jair Bolsonaro e os 24 mil reais transferidos para Michelle decorreram do pagamento dessas dívidas.
Bolsonaro diz que depósito feito na conta da mulher por ex-assessor de filho foi para pagar dívida
Uma família de funcionários
No Brasil, é possível que as ligações familiares de funcionários que trabalham para um mesmo gabinete político não sejam sequer alvo de discussão ou polémica. No entanto, é de salientar que Nathalia Mello de Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, também trabalhou para Flávio Bolsonaro, entre 2007 e 2016. Depois de exonerada, foi nomeada para o cargo de secretária parlamentar do filho mais velho do “clã”, na Câmara dos Deputados.
O mais inusitado é que não é a única. Evelyn Mello de Queiroz, outra filha do antigo motorista e assessor de Flávio Bolsonaro investigado pelos movimentos financeiros “atípicos” da sua conta, também trabalhou no gabinete do político, segundo revelou o jornalista do Globo Lauro Jardim. Auferia, como assessora parlamentar (cargo anteriormente ocupado pela irmã Nathalia) perto de 7.500 reais. A própria mulher de Fabrício, Márcia Oliveira de Aguiar, terá também trabalhado para o atual senador e filho mais velho de Jair: aparece na folha de pagamentos, em agosto de 2017, como “consultora parlamentar” e com um salário de perto de nove mil reais.
O crescimento de património e os negócios imobiliários
Na área da valorização imobiliária, Flávio Bolsonaro também tem polémicas. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o atual senador comprou, em 2012, dois apartamentos diferentes no mesmo dia, por 60 mil reais. Pouco mais de um ano depois, “lucrou 813 mil reais com a venda dos imóveis”, o que significa que estes “valorizaram mais de 260%”.
No fim de 2016, o atual senador fez nova escritura de mais um imóvel comprado, no município de Laranjeiras, estado do Sergipe. No papel registou a compra por 1,7 milhões de reais. Perto de um ano depois, “vendeu-o por 2,4 milhões”.
Série da Netflix? “Você está louca, querida”
Mais cómica que polémica foi a troca de galhardetes entre o senador brasileiro e a Netflix. Isso mesmo. Face às críticas de Dilma Rousseff à série ‘Mecanismo’, que retrata ficcionalmente a operação Lava Jato — que condenou vários políticos (entre eles Lula da Silva, antigo líder do Partido dos Trabalhadores e ex-Presidente do Brasil) e contribuiu para a destituição de Dilma como “presidenta” (como gostava de ser chamada) do país —, o atual senador escreveu no Twitter: “Se a esquerda está apavorada com a série ‘Mecanismo’, imagina se eles soubessem que a @NetflixBrasil poderia estar interessada em fazer uma série sobre Bolsonaro”.
O tweet tornou-se viral e o serviço brasileiro da Netflix quis responder: “Você está louca, querida” foi o contraditório oficial. O político não se ficou e publicou um excerto de uma conversa no WhatsApp, em que alguém (não identificado) sugeria a Flávio Bolsonaro a ideia de um documentário para a plataforma de streaming de filmes e séries, que incluiria a participação do seu pai.
Você está louca, querida.
— netflixbrasil (@NetflixBrasil) March 27, 2018
Os tiros trocados na Barra da Tijuca
Defensor, tal como Jair Bolsonaro, da posse e porte de arma (tem aliás licença para isso), Flávio Bolsonaro terá estado envolvido numa troca de tiros com dois criminosos na Avenida das Américas, Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.
O incidente aconteceu em 2016. Eis a versão do atual senador, citada pelo G1: “Vimos um assalto no carro ao lado e meu segurança, que é policial militar, saiu do carro para prendê-lo, quando o assaltante pegou a arma para atirar nele e eu reagi. Foi um susto”. De acordo com o portal online do grupo Globo, todos os disparos que atingiram o veículo do atual senador “partiram de dentro do carro” dele próprio — e Bolsonaro saiu ileso. O filho mais velho do Presidente brasileiro alegou, à data, ter ferido um dos assaltantes, na troca de tiros.
A defesa da ditadura militar (e a relação com a comunidade gay)
Outros dos pontos em que Flávio Bolsonaro concorda com o pai prende-se com o período de ditadura militar no Brasil. Numa entrevista publicada em 2011, o atual senador defendeu que nesse tempo “havia segurança, havia saúde, educação de qualidade, havia respeito”. Hoje, alega, a situação é diferente e para pior: “A pessoa só tem o direito de votar. E ainda vota mal”. A ditadura militar é vista por Flávio Bolsonaro como um período “de transição para a democracia”.
Outros dos aspetos que já originaram críticas ao antigo deputado e atual senador foram declarações consideradas homofóbicas. O filho mais velho de Jair Bolsonaro já proferiu frases como “o normal é ser heterossexual” e “duvido que algum pai tenha orgulho de ter um filho gay”, que caíram mal na comunidade homossexual, embora sejam apoiadas pelo núcleo duro dos votantes do pai.