895kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

A corrida à Casa Branca está a ser renhida. Porquê?

Donald Trump conseguiu contrariar o favoritismo de Joe Biden na Florida e travou as pretensões do democrata em estados-chave como o Texas e o Ohio. Para já, só o Arizona mudou de mãos.

À partida para esta noite eleitoral, Joe Biden era apontado como o grande favorito para vencer as eleições norte-americanas. O FiveThirtyEight, um projeto jornalístico de análise de sondagens, por exemplo, atribuía 89% de favoritismo ao candidato democrata e antigo vice-Presidente de Barack Obama. Um número que foi perdendo força à medida que a contagem de votos ia avançando, sobretudo graças a um revés chamado Florida.

Florida: a força dos cubanos

Aquele que é um dos mais importantes estados norte-americanos — elege 29 delegados –, contribuiu para a derrota de Hillary Clinton em 2016. Agora, os dois candidatos — Biden e Trump — apostaram muitas das suas fichas na Florida e o primeiro era apontado como favorito. Trump, no entanto, acabou por ter mais votos na Florida do que em 2016. Biden ficou mesmo aquém do resultado atingido por Hillary Clinton há quatro anos, quando esta conseguiu o apoio de dois terços da comunidade latina.

A forte presença de cubanos (ou descendentes), em particular no condado de Miami-Dade, é um fator apontado como decisivo para este resultado. Trump dramatizou o discurso e pintou o candidato democrata como um “socialista” ou um perigoso comunista, explorando o fantasma do regime castrista, entre um tipo de eleitorado tradicionalmente republicano e que dá prioridade à lei e à ordem. Os mesmos argumentos terão pesado junto de venezuelanos (ou descendentes), que deixaram o país de origem para fugir à crise económica e social.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em contrapartida, Biden precisava que uma outra parte da comunidade latina — porto-riquenhos, mexicanos, dominicanos e outros — se mobilizasse nestas eleições. Mas falhou: muitos destes cidadãos, tendencialmente democratas, são tradicionalmente abstencionistas ou não estão sequer devidamente recenseados.

De acordo com o The New York Times, Trump teve uma vitória esmagadora entre a comunidade branca (61% para 39%). Biden, no entanto, teve uma margem mais curta entre a comunidade latina (52% contra 47%).

Texas: Biden cresce mas Trump também

A Florida não foi o único estado a travar as ambições de uma vitória robusta dos democratas. Noutro plano — até porque Biden partia em desvantagem nas sondagens — o estado do Texas (elege 38 delegados) era encarado como um objetivo possível nestas eleições. Marcadamente republicano — a última vez que votou num democrata foi em 1976 –, o estado tem conhecido uma profunda alteração sociodemográfica, com o crescimento da comunidade latina, em particular, mas também negra e asiática.

No Ohio, tal como no Texas, Joe Biden conseguiu crescer face ao que aconteceu em 2016 (mais de 200 mil votos), mas Donald Trump anulou essa vantagem crescendo na mesma proporção.

Na verdade, e ao contrário do que aconteceu na Florida, Biden conseguiu crescer e muito face ao resultado registado por Hillary Clinton — são mais de 1,5 milhões de votos a mais. No entanto, Trump também caumentou a sua votação em relação a 2016, quase na mesma proporção que os democratas (mais de 1 milhão de votos). Aliás: tivesse Trump tido os mesmos votos que em 2016 e teria perdido para Biden. Significa isto que o republicano conseguiu mobilizar o seu eleitorado tradicional — brancos e conservadores — para impedir a vitória de Biden.

Ohio: segurar o eleitorado de 2016

Recuperar o Ohio era outra grande aposta dos democratas (18 delegados) depois de o estado ter fugido para Donald Trump em 2016. Biden não era um favorito claro — os dois candidatos estavam praticamente empatados — mas o descontentamento entre os eleitores mais velhos, cidadãos com formação superior e mulheres dos subúrbios para com Donald Trump fazia crescer as expectativas entre os democratas. A crise económica como resultado da crise pandémica podia afastar a grande base de apoio de Trump — a comunidade branca e a classe trabalhadora, que em 2016 votou esmagadoramente no agora Presidente.

Mas a verdade é que agora não foi diferente. Trump ganhou entre os homens (57%), brancos (58%) e os eleitores mais velhos: 45-64 anos (55%) e +65 (63%). Mais uma vez, e tal como no Texas, Biden conseguiu crescer face ao que aconteceu em 2016 (mais de 200 mil votos), mas Trump anulou essa vantagem crescendo na mesma proporção.

Baralhando e dando de novo: ao contrário do que previa a maioria das sondagens, Trump está a conseguir manter os seus bastiões, em grande medida porque conta com um eleitorado tradicional que se mobilizou e impediu que Biden conseguisse cavar um fosso para o republicano.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.