Democratizar a modalidade e atrair novos participantes tem sido a missão da Federação Portuguesa de Golfe. João Pedro Oliveira, Diretor de Marketing da Federação, fala-nos um pouco mais do caminho traçado até então. Desde o Programa Nacional de iniciação denominado de “9 semanas & 1/2” aos planos para o futuro, nada é deixado ao acaso.
Para começar, e para quem ainda não sabe, no que consiste o Programa “9 semanas & 1/2”?
O Programa 9 Semanas & ½, é o primeiro programa nacional de iniciação ao golfe desenhado pela Federação Portuguesa de Golfe (FPG) que, em colaboração com Clubes e Academias de todo o país, permite a rápida descoberta desta modalidade através de um método de ensino muito simples e descontraído, por um preço acessível.
Este programa arrancou em setembro de 2021 e tem hoje 18 clubes aderentes em Portugal continental e ilha da Madeira, o que lhe garante uma efetiva cobertura nacional, facilitando a adesão ao mesmo.
Características principais do Programa
↓ Mostrar
↑ Esconder
· Duração: 9 semanas e meia
· Nº aulas do curso: 19 sessões de 60 minutos
· Frequência: 2 aulas por semana
· Tipo de aulas: de grupo, até um máximo de 8 pessoas
· Preço idêntico em todos os clubes aderentes: 190€*
*Possibilidade de deduzir o valor do Programa à anuidade do clube onde o realizou o curso.
Este programa é exclusivamente dirigido a quem nunca foi registado/federado na Federação Portuguesa de Golfe. Esta condição é fundamental para que os respetivos alunos possam beneficiar de todas as vantagens que a FPG criou para o programa, nomeadamente a possibilidade de beneficiar da primeira licença desportiva gratuita.
O que motivou o seu início?
A consciência de que a modalidade precisava de uma solução que permitisse alavancar o seu crescimento de forma sustentada, dando ferramentas aos clubes e academias nacionais para a captação de novos praticantes.
Sabíamos que uma simples campanha publicitária teria apenas um impacto efémero. Era preciso ir mais longe e encontrar uma solução estrutural a médio-longo prazo.
Pela primeira vez, desenvolvemos um programa de ensino sobre a umbrella de uma marca – 9 Semanas & ½, como uma metodologia única e um preço único, muito competitivo – 190€ para um total de 19 aulas. Isto permitiu-nos comunicar o mesmo a nível nacional, algo inédito e que se revelou ser uma aposta vencedora.
Percebemos também que a pandemia – e em particular os confinamentos que castigaram tantas modalidades – abriu uma excelente oportunidade de desafiar o grande público a descobrir uma modalidade desportiva cuja prática acontece em plena comunhão com a natureza. Os portugueses estavam ávidos de atividades físicas ao livre, sem constrangimentos para a sua saúde. O Golfe era a resposta perfeita para tal e, desde cedo, sentimos um aproximar crescente da população em geral dos campos de golfe. A tendência a nível internacional confirmou o que constatávamos nos nossos campos e clubes. Precisávamos então de criar um produto atraente, que desse resposta a esta oportunidade, o que resultou na criação deste programa.
Este programa teve início em 2021 e, desde então, conta com cerca de 18 clubes aderentes em Portugal Continental e Ilha da Madeira. Que balanço podemos fazer até agora? Como classifica a evolução neste último ano e meio?
O Programa 9 Semanas & ½ tem-se revelado neste curto período um enorme sucesso. Hoje temos já uma efetiva cobertura nacional, o que muito se deve à adesão, ao envolvimento e ao entusiasmo dos nossos clubes aderentes. Este projeto é estratégico para o desenvolvimento da modalidade e não seria possível sem uma colaboração estreita com os mesmos.
Um exemplo paradigmático deste sucesso é o facto de o programa ter hoje uma taxa de conversão de alunos em membros dos clubes onde fizeram a formação de 65%!
Importa dizer que a taxa de conversão em jogadores federados é idêntica, o que significa uma efetiva retenção na modalidade destes novos jogadores. São indicadores muito positivos do ponto de vista da sustentabilidade da modalidade e que nos fazem acreditar que estamos no caminho certo.
Mas o sucesso do programa não pode, nem deve ser avaliado apenas com base em dados estatísticos. Há muito mais portugueses a jogar Golfe do que a maioria de nós imagina.
Naquilo que é a democratização da modalidade, sente que o caminho a percorrer ainda é longo?
A democratização da modalidade em Portugal é hoje uma realidade. Um exemplo muito pragmático deste facto é o Golfe estar entre as 10 modalidades com mais praticantes federados no nosso país. A questão prende-se com a perceção errada que o Golfe ainda hoje apresenta no nosso país.
Hoje, a prática do Golfe pode ter um custo semelhante à mensalidade de um ginásio e mais baixo do que muitas outras modalidades ditas “democráticas”. Temos inúmeros exemplos de quotas de clubes/campos de golfe nacionais na casa dos 40 a 50€/mês.
Evidentemente que há campos que apresentam preços proibitivos para a maioria dos portugueses, mas existem alternativas muito competitivas. Tal como escolhemos a um restaurante, um carro ou compramos um determinado equipamento, no mercado há inúmeras alternativas a preços muito distintos. A realidade do Golfe nacional não é diferente.
Nos últimos anos temos dados passos decisivos na mudança desta perceção, mas temos ainda um longo caminho por fazer.
Quanto ao futuro, quais são as perspetivas, os desejos? Que objetivos ainda ficam por cumprir?
Crescer. Desenvolver a modalidade. Apresentar aos portugueses uma modalidade desportiva que pode transformar, para melhor, as suas vidas.
Envolver mais mulheres pode ser determinante para o crescimento da modalidade pelo papel social que têm. O Golfe permite passar tempo de qualidade com a família e amigos em plena natureza. É verdadeiramente uma modalidade que junta em campo crianças e adultos. Dos 8 aos 88 anos, ou mais.
Do ponto de vista da saúde, em particular da saúde mental e física, é recomendado por inúmeros médicos especialistas. A prática regular do Golfe, comprovadamente, ajuda a prevenir os riscos de depressão, ansiedade e demência.
Na Suécia, um conhecido estudo revelou que um golfista vive em média mais 5 anos que um não golfista. Não será esta uma proposta de valor relevante?
Seguramente, o obstáculo mais difícil de ultrapassar será a perceção existente sobre o Golfe na nossa sociedade. Sabemos bem que a mudança de uma ideia ou de um conceito na mente de um ser humano é e será sempre um enorme desafio. Naturalmente, entre os portugueses não será uma exceção. Este é o nosso desafio diário e o nosso compromisso.