Embora venham de áreas profissionais completamente distintas e tenham histórias pessoais bem diferentes, a verdade é que há uma coisa – aliás, duas – a unir o Daniel Aboim, a Mónica Fernandes, a Fabíola Rossiter e a Cláudia Machado, sem que eles o suspeitem. A primeira é o enorme entusiasmo com que falam das suas opções e as assumem com convicção. A outra é a coragem que revelam, porque quando tudo parecia estar a dar errado – devido a uma pandemia impiedosa que, nos últimos dois anos, nos virou o mundo do avesso – eles não se aquietaram e seguiram em frente. E ainda bem que o fizeram, como irá perceber já de seguida.
Um pão que é uma delícia
Quem gosta de pão e conhece A padaria do Vizinho quase de certeza que dá graças porque a pandemia permitiu, ao menos, que esta maravilha acontecesse. O certo é que foi mesmo o coronavírus que empurrou Daniel Aboim, 43 anos, para este caminho. Ou antes, padeiro já ele era, mas por conta de outrem. Quando a pandemia foi decretada, em março de 2020, acabou por ser dispensado da padaria onde trabalhava há pouco mais de um mês – que vendia sobretudo para escolas e restaurantes, que, como sabemos, tinham sido todos encerrados devido ao confinamento – e viu-se em casa sem trabalho e sem saber como garantir o sustento da família.
Mas porque ficar parado não resolvia o problema, Daniel Aboim reagiu rapidamente e começou a fazer em casa aquilo que sabia (e bem): pão, claro. “A única hipótese no momento foi comprar farinha e começar a fazer pão em casa para vender à família e amigos”, conta-nos. Começou a fazê-lo para entrega ao domicílio, através do perfil de Instagram criado na altura para o efeito – O Pão que o Vizinho Amassou – mas depressa deixou de ter condições para continuar a ocupar a cozinha de casa, até porque o boca-a-boca funcionou e já vendia a outras pessoas, que não amigos, conhecidos ou vizinhos. É que no forno de casa apenas conseguia cozer um pão de cada vez, ou seja, “cozer seis pães demorava cinco horas… era demasiado tempo e precisava de arranjar uma solução”, explica. Comprar um forno maior e que pudesse ser usado em casa foi a resposta: “Veio da Bélgica e custou 2 mil euros, dinheiro que correspondia às únicas poupanças que tínhamos. Em 24 horas, tivemos de decidir se ficávamos com esse dinheiro para aguentarmos mais dois meses ou se o gastávamos para poder fazer mais dinheiro.” “Foi uma decisão difícil, mas para mim era o único caminho a seguir e confiei que as pessoas iriam gostar do pão”, recorda.
Gostaram de tal forma do pão que cozê-lo em casa já se tornava insustentável. Então, em agosto de 2020, decidiu arrendar um local, em Algés. No mês seguinte, foi ali que começou a amassar e a cozer o pão que entregava porta a porta. Mas este modelo ainda não era o ideal: “Percebi que estava a perder clientes e hipóteses de negócio continuando de porta fechada e apenas a produzir para entregar.” Foi quando decidiu abrir ao público, o que aconteceu em novembro de 2020, para alegria de todos os que hoje se deliciam com os diversos pães que ali confeciona e disponibiliza, seguindo os preceitos do pão de fermentação prolongada.
Daniel Aboim não duvida que “entre a espada e a parede havia pouco a fazer que não seguir em frente”, mas também admite que “se não fosse a pandemia muito provavelmente ainda seria feliz em Cascais”, que era onde trabalhava antes de a Covid-19 nos vir trocar as voltas. Acima de tudo, diz que “não desistir” é provavelmente o seu lema de vida. E ainda bem, dizemos nós com uma saborosa fatia de pão com sementes na mão.
Velejar, sim, e também viver sobre rodas
Para grandes males, grandes remédios, já lá diz o ditado. E Mónica Fernandes, 23 anos, leva o provérbio bem a sério. Prova disso mesmo foi a decisão que tomou há cerca de um ano, quando se encontrava a ter aulas online e já estava a ter dificuldades em lidar com o isolamento. Aprender a velejar foi o que decidiu fazer como resposta à “necessidade de sair de casa, de espairecer, de mudar de ambiente e até de procurar um novo desafio”. Finalista do Mestrado Integrado de Medicina Veterinária, diz que “sentia a vida parada pela pandemia”, além de que estava “isolada”, devido à situação que se atravessava. A determinada altura, viu um vídeo “absolutamente aleatório” sobre velejar e de imediato se sentiu cativada “pela sensação de liberdade que transparecia”. Sem pensar muito, decidiu ver como era, e a experiência correu tão bem que nunca mais deixou de ir para o mar.
Quando lhe perguntamos pelo impacto que a decisão – tomada num instante – acabou por ter na sua vida, responde-nos que acabou por ser “maior do que imaginava”. “No barco temos de estar muito presentes no que estamos a fazer e no que está a acontecer à nossa volta, e essa presença é uma grande lição. Isso, e aprender a lidar com as condições a que somos expostos pela natureza, em vez de contrariar e forçar. Aprendemos a trabalhar com o que nos é dado, a deixar fluir e a tirar o melhor do percurso, e isto também pode aplicar-se noutros aspetos da vida”, afirma. Hoje, encontra-se a tirar as cartas de Patrão Local e de Patrão de Costa, as quais poderá usar, quem sabe, para organizar passeios turísticos ou transporte de barcos, acabando por ver “uma potencial fonte de rendimento numa coisa que começou apenas como hobby, além de que é também mais uma forma de viajar pelo mundo”.
E porque viajar é uma das suas maiores paixões, Mónica Fernandes acabou de dar mais um passo em frente, apesar de ainda se viverem os efeitos da pandemia. Recentemente, comprou o que designa como a sua “mini-casa sobre-rodas”, ou seja, uma carrinha onde planeia viver, e o entusiasmo transborda quando fala do assunto: “A verdade é que procurei uma casa convencional, mas os valores das rendas estavam demasiado altos. No entanto, eu continuava a querer uma forma de independência e ter o meu espaço.” “A ideia é permitir-me ter um custo de vida mais baixo e poder investir mais em experiências”, conta, revelando que, para já, pretende explorar Portugal a bordo da sua casa nova. “Nos últimos dois anos, as dificuldades de viajar devido à pandemia fizeram-me parar de olhar tanto para fora e começar a descobrir o encanto que o nosso país tem e esse é o meu plano inicial, conhecer bem o Norte e interior do país. Depois disso é uma incógnita, na realidade, o plano é não ter grandes planos”, remata.
Persistência e determinação – Na vida como no pilates
Concentração, centralização, precisão, respiração, controlo e fluidez. Estes são os seis princípios essenciais definidos pelo alemão Joseph Pilates – o criador do método de exercícios batizado com o seu nome – e não erraríamos muito se disséssemos que são também princípios que Fabíola Rossiter, 37 anos, segue no seu dia a dia. Poderia até explicar a enorme perseverança desta professora de pilates e fisioterapeuta, natural de Recife, Brasil, que, no próprio mês em que se preparava para abrir o seu estúdio de pilates no nosso país, viu o mundo fechar portas devido à pandemia. Ainda assim, nada a demoveu: “No fim de fevereiro de 2020, o estúdio estava montado, faltavam apenas alguns pequenos ajustes até seu lançamento, que estava programado para março do mesmo ano. Março, pandemia, tudo fecha!” Nessa altura, teve de lidar com a ansiedade relacionada com a espera, mas também com a incerteza: “Sou bem ansiosa e não saber o tempo que teria de ficar parada me angustiava. Para lidar melhor com isso tive de reprogramar a minha mente, estudar novas formas de desenvolver meu trabalho, sair da minha zona de conforto.” Acima de tudo, retroceder não estava nos seus planos: “Mesmo que fosse no meio da pandemia, não haveria nada que me impedisse de dar o passo para que o estúdio existisse. Quando quero verdadeiramente algo e projeto isso na minha mente e no meu coração, persevero até à conquista.”
O estúdio acabaria por abrir portas em setembro de 2020, quando as restrições o permitiram, mas a determinação de Fabíola Rossiter não tem limites e pouco tempo depois, em janeiro de 2021, já estava a planear mudar-se para um espaço em nome próprio, em Linda-a-Velha. “Em fevereiro, encontrei o lugar perfeito e abri a empresa em abril. Mesmo no meio da pandemia, a decisão foi um salto em direção à minha liberdade, visto que estava com o estúdio inserido no espaço de outra pessoa e me sentia limitada em desenvolver o meu trabalho como sempre acreditei”, justifica.
A explicação para a energia que a faz seguir em frente é avançada pela própria: “Sou uma mulher que ganha forças no meio de adversidades. Posso até ser abalada em um primeiro momento, mas nunca deixo isso me derrubar. Consigo enxergar cada obstáculo como uma grande oportunidade de superação e crescimento. Resiliente? Sim! Quando acredito em algo, persisto e vou até ao fim para alcançar a vitória.”
Do caos se faz luz
“Um grande choque” é como Cláudia Machado, 35 anos, nos descreve o impacto que o primeiro confinamento teve na sua vida. E não é difícil imaginar porquê, se tivermos em conta que as duas atividades profissionais que desenvolvia na altura – consultas de astrologia e aulas de ioga para crianças em escolas – dependiam inteiramente do contacto presencial. “Os primeiros dias foram mesmo muito difíceis, fiquei em desespero, pois tudo foi cancelado, as consultas foram quase todas desmarcadas, as aulas nas escolas foram canceladas e eu fiquei assim, sem rendimento, de um dia para o outro. E como trabalhava a recibos verdes, os apoios demoraram muito a chegar, e nem sequer cobriam a renda da minha casa”, recorda. A morar sozinha em Lisboa com os dois filhos (na altura, com 5 e 10 anos, respetivamente) e uma renda de 800 euros para pagar, além de todas as despesas habituais, diz que se sentiu “bastante perdida, desorientada, sem chão”.
Após alguns dias, começou a reagir, o que significa fazer planos e desenhar estratégias: “Sabia que tinha de deixar a casa e a zona onde vivia e que provavelmente teria de trocar os meus filhos de escola no ano letivo seguinte, caso não conseguisse voltar para aquela zona. Sabia também que o trabalho presencial não ia voltar tão cedo. Agarrei-me à parte positiva de sentir que finalmente ia fazer algo que há anos dizia que gostava de ter, ou seja, ter mais tempo para mim e para os meus filhos e ter um negócio online.”
Sem tempo a perder, vendeu a maior parte das coisas que possuía e, apenas com as roupas e alguns livros, aceitou o convite de uns amigos e mudou-se para a casa deles, situada numa aldeia perto da Lourinhã – “foram os nossos anjos na terra”, desabafa, lembrando que “os miúdos viveram esse período como se fossem umas férias prolongadas”. Ao fim de umas semanas, percebeu que “viver fora de Lisboa e numa cidade mais pequena poderia ser uma excelente solução”. Acabou por procurar casa na zona das Caldas da Rainha, mesmo sem ter lá qualquer familiar, e aí decidiu “começar uma vida totalmente do zero”, com o seu negócio baseado no online. Hoje, consegue olhar com otimismo para tudo o que viveu: “Foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Perante a adversidade, encontrei uma nova força, desenhei soluções e não desisti nem de mim, nem dos meus sonhos, nem dos meus filhos.”
Cumpra os seus sonhos, sem medo de avançar
Para que a concretização de sonhos esteja ao alcance de todos e seguir em frente seja possível, há alturas em que se torna necessário recorrer ao apoio de créditos, como os disponibilizados pelo Credibom. Isto porque, muitas vezes, basta uma pequena ajuda inicial para que os planos se tornem realidade. Assim, o Credibom oferece diversas opções conforme as necessidades, como o Crédito Pessoal, que permite um financiamento até 75 mil euros (TAN desde 3,99% e TAEG desde 6,05%), com prazos de 24 a 84 meses; ou o Crédito Pessoal Simples, para financiamentos até 4.900 euros (TAN desde 6,80% e TAEG desde 10,93%) e prazos de 12 a 60 meses. Mas avançar na vida pode também implicar o recurso a um Crédito Automóvel, como o do Credibom, destinado a financiar a compra de automóveis novos e usados, com prazos de 30 a 120 meses (TAN desde 4,80% e TAEG desde 6,68%). Pode ainda ser necessário fazer obras e reparações em casa, comprar mobiliário ou decorar a habitação, ou ainda adquirir eletrodomésticos novos. Para tudo, há uma solução. O importante é dar crédito à sua liberdade.
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