No álbum de estreia a solo, Cajarana, André Henriques fez uma promessa, ou melhor, desabafou um desejo que germinava na sua cabeça. Uma Casa na Praia era a canção que suspirava por esse cenário idílico, de “pés cheios de areia” e deixando para trás a cidade “a posar pró turista”.

Desde o lançamento desse disco em 2020, o artista — conhecido sobretudo por ser vocalista e guitarrista dos Linda Martini — cumpriu esse desígnio a que se propôs, deixando as incertezas para trás. Deixou a cidade, não precisando de atravessar o país para, ainda assim, entrar noutra geografia mental. O seu segundo álbum, Leveza, lançado esta sexta-feira, 22 de setembro, resulta dessa mudança e é por ela alimentado.

Todavia, ao contrário do que este título possa sugerir, André Henriques não traz dessa experiência 12 canções de harmonia e tranquilidade. O ar bucólico do campo que perfuma este álbum tem de conviver com o rebuliço interno de um artista em busca de paz interior. “A ideia de Leveza funciona enquanto conceito do disco não tanto como mote de chegada, mas como uma procura. Eu queria mais leveza, queria estar mais apaziguado comigo, com as mudanças, com a forma também de fazer canções”, conta ao Observador num café em Lisboa.

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