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É sobretudo de regressos que se fará 2024 no cinema. Depois de um ano conturbado, em que a retoma da indústria no pós-pandemia foi travada por meses de greve em Hollywood e em que os super-heróis parecem ter perdido a “coroa” de reis da bilheteira, os próximos doze meses serão sobretudo de transição para uma indústria ainda em busca de alguma estabilidade.
Filmes adiados de 2023, sequelas e remakes de clássicos do passado e o retorno de algumas figuras de peso (nalguns casos após ausência prolongada), são o prato forte de um calendário de estreias fortemente influenciado pelas greves. Nomes como Dennis Villeneuve ou Luca Guadagnino são alguns dos cineastas que viram os seus filmes “empurrados” para o próximo ano, onde terão de partilhar o calendário com os novos trabalhos de velhos conhecidos como George Miller, Tim Burton ou Ridley Scott.
2024 será também o ano em que nomes consagrados do cinema mundial farão o seu regresso (não se sabe ainda se triunfal). Francis Ford Coppola está a ultimar preparativos para o seu primeiro filme em mais de uma década. De igual modo, cineastas contemporâneos premiados, como Barry Jenkins ou Bong Joon-ho, também vão ressurgir com os seus primeiros filmes desde a pandemia, em mais um sinal da retoma progressiva da produção cinematográfica.
Há também espaço para novos blockbusters de super-heróis, como não podia deixar de ser… ou podia? 2023 deixou no ar a dúvida, com fracassos de bilheteira como há muito não se via a custar centenas de milhões de dólares aos seus respetivos estúdios. O género não morreu, como nenhum género nunca morre (ainda se fazem westerns, afinal), e 2024 trará mais-que-prováveis êxitos com sequelas de Deadpool e Joker. Mas a tendência é evidente e, aliada ao sucesso de produções relativamente originais como Barbie ou Oppenheimer, aponta para uma direção clara: os espectadores querem algo novo.
Falar em algo novo é também falar de cinema europeu e internacional, que seguindo lógicas diferentes da dos EUA, sempre permitem mais espaço à criatividade dos seus autores. Nomes como Leos Carax, Audrey Diwan e Pablo Larraín são alguns dos destaques para 2024, ano em que também se poderá vir a assistir aos novos trabalhos de cineastas nacionais como João Salaviza, Miguel Gomes ou Leonor Teles, num ano em que até há espaço para um exemplar raro: uma longa-metragem de terror portuguesa.
Muitos dos filmes que constam desta lista estão a vários meses de distância; alguns serão certamente adiados das suas datas previstas. A boa notícia é que não é preciso esperar muito para assistir a filmes de qualidade. Como sempre, os primeiros meses do ano trazem às salas portuguesas vários filmes que, entre favoritos de festivais internacionais (Anatomia de Uma Queda, Priscilla) e aclamados candidatos aos Óscares (Vidas Passadas, Pobres Criaturas), fazem desta uma época alta para os amantes de cinema. 2024 começa cedo.
Estes são alguns dos filmes a não perder em 2024:
“Ferrari“
de Michael Mann | 4 de janeiro
O novo ano arranca a toda a velocidade com Adam Driver no papel de Enzo Ferrari, num novo filme de Michael Mann (Heat – Cidade Sob Pressão, Colateral, Miami Vice) que foi incluído entre os 10 filmes norte-americanos do ano para o National Board of Review. Penélope Cruz, Shailene Woodley e Patrick Dempsey são outros dos nomes no elenco, num filme que explora a tumultuosa vida pessoal do empresário na antecâmara da trágica Mille Miglia de 1957.
“Folhas Caídas”
de Aki Kaurismäki | 11 de janeiro
O filme do ano para a revista Time, esta tragicomédia romântica centra-se num casal, Ansa e Holappa, duas pessoas nas margens da sociedade que se relacionam depois de se conhecerem a trabalhar num supermercado em Helsínquia. “É sobre pessoas solitárias e com bagagem, que se conhecem numa fase mais tardia da vida. É preciso muita coragem para se apaixonar quando se é mais velho”, disse a atriz Alma Pöysti, recentemente nomeada para um Globo de Ouro. Um novo filme de um dos realizadores de culto do cinema europeu, para ver em Portugal no início do ano.
“A Zona de Interesse”
de Jonathan Glazer | 18 de janeiro
Um dos filmes que mais elogios arrancou no último festival de Cannes chega a Portugal no início do novo ano. Jonathan Glazer regressa, uma década depois do singular Debaixo da Pele, com um drama de época falado em polaco e alemão e levantado do romance do mesmo nome de Martin Amis (que morreu este ano). Christian Friedel e Sandra Hüller interpretam um casal que tenta construir uma vida idílica em família – mesmo ao lado do campo de concentração de Auschwitz, do qual a personagem de Friedel é comandante.
“A Semente do Mal”
de Gabriel Abrantes | 18 de janeiro
O terror, até aqui um género praticamente inexistente no contexto da produção nacional, figura entre os destaques no início do novo ano. Gabriel Abrantes (co-realizador de Diamantino) assina um filme descrito pelo próprio com um “slasher transmontano”, que esteve em competição na última edição do MotelX. Carlotto Cotta é Edward, um americano cuja procura pelas origens o leva a uma remota moradia no Norte de Portugal, onde redescobre a mãe e o irmão gémeo — bem como um aterrador segredo do qual não desconfia. Brigette Lundy-Paine, Alba Baptista e Rita Blanco são alguns dos outros nomes que compõem o elenco.
“Pobres Criaturas“
de Yorgos Lanthimos | 25 de janeiro
Como descrever uma história onde cabem elementos tão díspares como a comédia, o romance, a fantasia, cientistas loucos, descobertas sexuais e o road movie? O filme de abertura do último LEFFEST, Pobres Criaturas encontra Emma Stone no papel de Bella Baxter, uma rapariga da Londres vitoriana que, após ser ressuscitada, parte à descoberta do mundo e de si mesma na companhia de um boémio advogado (Mark Ruffalo). Um dos principais candidatos aos Óscares, da autoria do realizador grego de A Favorita e A Lagosta.
“Anatomia de Uma Queda“
de Justine Triet | 1 de fevereiro
Quase nove meses depois de conquistar Cannes (e após passagem pelo LEFFEST), o vencedor da Palma de Ouro estreia finalmente em território nacional. Depois de A Zona de Interesse, Sandra Hüller volta a estar em destaque no papel de Sandra, mulher, mãe e escritora que descobre o marido morto numa queda. Chamadas a investigar, as autoridades não se deixam convencer pelas circunstâncias do aparente acidente, o que levanta a suspeita de que Sandra pode estar envolvida. O inevitável julgamento acaba por pôr a descoberto algo muito mais complexo do que as circunstâncias de um possível crime: a natureza íntima das relações e o impacto dos media na nossa perceção da realidade.
“Baan“
de Leonor Teles | 8 de fevereiro
Uma das mais conceituadas figuras da nova geração de cineastas portugueses, Leonor Teles assina a sua segunda longa-metragem depois do documentário Terra Franca, de 2018. Parcialmente rodado na Tailândia durante a pandemia, Baan é um filme sobre as ansiedades do início da idade adulta e os desafios pessoais e profissionais com que se depara a protagonista, L. Um drama com toques autobiográficos e que acena na direção do cinema de Wong Kar-wai e Hou Hsiao-Hsien, teve direito a honras de encerramento na última edição do Doclisboa, chegando às salas comerciais no início de 2024.
“A Cor Púrpura”
de Blitz Bazawule | 8 de fevereiro
O nome pode dar aso a equívocos, mas sejamos claros: esta adaptação do romance homónimo de Alice Walker é muito diferente da que Steven Spielberg logrou em 1985. Da autoria do músico e realizador ganês Blitz Bazawule, esta versão de A Cor Púrpura é um musical com base na peça vencedora de dois Tony Awards. O elenco mistura caras conhecidas do grande ecrã (Taraji P. Henson, Colman Domingo) a nomes que voltam a dar vida aos papéis que interpretaram na Broadway (Danielle Brooks e Fantasia Barrino, ambas indicadas aos Globos de Ouro).
“Vidas Passadas”
de Celine Song | 8 de fevereiro
Possivelmente o filme mais aclamado pela crítica norte-americana em 2023, a estreia da argumentista e dramaturga Celine Song na realização é um dos principais títulos a ter em conta na época de prémios. Uma co-produção entre Coreia do Sul e Estados Unidos, tem sido comparado ao cinema de Jacques Rivette e Richard Linklater pela subtileza do romance entre as personagens centrais de Greta Lee e Teo Yoo. É um dos filmes do último ano e chega em Portugal nas primeiras semanas de 2024.
“O Pior Homem de Londres“
de Rodrigo Areias | 8 de fevereiro
Já é habitual o cinema português dar cartas no circuito internacional de festivais, mesmo que isso nem sempre se traduza em sucessos na bilheteira doméstica. O fim de 2023 trouxe consigo mais um capítulo nesta história, quando foi anunciado que O Pior Homem de Londres, o novo filme de Rodrigo Areias, integrará a competição oficial do Festival de Roterdão. Com distribuição de Paulo Branco e um elenco internacional que inclui Albano Jerónimo e Victoria Guerra, conta a história de Charles Augustus Howell, negociador de arte e charlatão luso-inglês da Era Vitoriana.
“Os Excluídos“
de Alexander Payne | 15 de fevereiro
Outro filme que tem sido apontado como um potencial peso-pesado da época de prémios é a mais recente comédia dramática de Alexander Payne, já nomeada para três Globos de Ouro. Vinte anos depois de Sideways, Payne volta a colaborar com Paul Giamatti, que aqui interpreta um professor de um colégio interno obrigado a tomar conta de um grupo de alunos que não têm para onde ir durante as férias de Natal de 1970. Num ano em que muitos dos principais candidatos aos Óscares pautam por visões cínicas e austeras do mundo, Os Excluídos perfila-se como o tipo de feel-good movie que a Academia tende a favorecer.
“Duna: Parte Dois“
de Denis Villeneuve | 29 de fevereiro
Era um dos mais aguardados de 2023, mas as greves em Hollywood obrigaram a segunda parte do épico de ficção científica de Denis Villeneuve a ser adiado para o início do novo ano. A adaptação da segunda metade do livro de Frank Herbert continua a história de Paul Atreides (Timothee Chalamet), à medida que este leva a cabo uma vingança contra os inimigos que lhe destruíram a família e cumpre o seu destino de “messias” profetizado — ao mesmo tempo que tenta evitar um futuro negro que só ele consegue prever.
“Priscilla“
de Sofia Coppola | 7 de março
Outro filme que também esteve no LEFFEST e que chega em breve às salas nacionais é a mais recente biografia de Sofia Coppola, que valeu a Cailee Spaeny a Taça Volpi de Melhor Atriz em Veneza. À semelhança de As Virgens Suicidas e O Amor é um Lugar Estranho, Priscilla é um filme sobre o desespero silencioso de uma jovem rapariga prisioneira das suas circunstâncias – neste caso, as de uma adolescente casada com a maior estrela rock do mundo (Elvis Presley) que, qual conto-de-fadas, é ao mesmo tempo o príncipe encantado e o dragão que a mantém guardada no “palácio” de Graceland.
“A Flor do Buriti“
de Renée Nader Messora e João Salaviza | 21 de março
A terceira longa-metragem do realizador português de 39 anos (e a segunda com a mulher, a também realizadora Renée Nader Messora), segue no encalço do último trabalho de Salaviza, Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (2018). Tal como este, A Flor do Buriti é um retrato documental do povo indígena krahô, do nordeste brasileiro. O filme teve direito a estreia na secção Un Certain Regard do último Festival de Cannes, tendo a imprensa francesa elogiado a “magia poética” e o “extraordinário tributo à capacidade de resiliência daquele povo indígena e à luta pela liberdade” da obra. Um ano depois, chega às salas nacionais.
“Mickey 17“
de Bong Joon-ho | 28 de março
Cinco anos depois de Parasitas, a comédia dramática com laivos de Hitchcock que galgou géneros e fronteiras e se tornou no primeiro filme não-falado em inglês a vencer o Óscar de Melhor Filme, Bong Joon-ho regressa com a primeira produção norte-americana da sua carreira. Robert Pattinson e Steven Yeun encabeçam o elenco deste filme de ficção-científica, adaptado a partir do livro de Edward Ashton, sobre um tripulante de uma missão de colonização de um planeta de gelo, num enredo a fazer lembrar Snowpiercer – O Expresso do Amanhã (2013), também de Bong. Estreia em março.
“Challengers“
de Luca Guadagnino | 25 de abril
Outra produção interrompida pelas greves de Hollywood (foi originalmente anunciado como filme de abertura do último Festival de Veneza), o novo filme do realizador de Chama-me Pelo Teu Nome tem como pano de fundo o mundo do ténis de alta competição. Zendaya é uma jovem promessa que vê a sua ascensão meteórica interrompida por uma lesão; anos mais tarde, treina o marido (Mike Faist) quando este participa num evento da Challenger Tour, onde terá de defrontar o seu ex-amigo dos tempos de adolescente (Josh O’Connor) com quem a mulher teve um caso, numa partida que ameaça pôr a nu as feridas e os ressentimentos de um passado mal-resolvido.
“Blitz“
Steve McQueen | por anunciar (pode estrear em Cannes)
Depois de desvios que o levaram à televisão (Small Axe) e ao documentário (Occupied City), McQueen, realizador do oscarizado 12 Anos Escravo, está de regresso às longas-metragens de ficção. A semente deste novo filme teve origem precisamente no anterior projeto do cineasta, um documentário de mais de quatro horas sobre a ocupação Nazi de Amsterdão. Aos poucos vão chegando novas informações sobre Blitz, cuja ação decorre durante os bombardeamentos de Londres durante a Segunda Guerra Mundial e que conta com nomes como Saoirse Ronan no elenco. A data de estreia é um mistério, mas correm rumores que pode figurar entre os filmes do próximo Festival de Cannes.
“It’s Not Me“
de Leos Carax | por anunciar (pode estrear em Cannes)
Outro filme que, diz-se, poderá marcar presença em maio na Riviera francesa é a mais recente produção de Leos Carax. Conhecido pelo onirismo e a artificialidade deliberada dos seus filmes, It’s Not Me conta no elenco com nomes como Léa Seydoux e Denis Lavant e é descrito como um filme particularmente pessoal para Carax, “um auto-retrato que revisita os mais de 40 anos da filmografia do autor” de Holy Motors (2012) e Annette (2021, que lhe valeu o prémio de Melhor Realizador em Cannes).
“Megalopolis“
de Francis Ford Coppola | por anunciar (pode estrear em Cannes)
É um dos grandes eventos cinematográficos do ano. Treze anos depois do seu último filme (quinze desde o último a ser lançado nos cinemas), Francis Ford Coppola está prestes a terminar uma produção que começou a ser planeada na década de 1980. Uma ficção científica sobre uma Nova Iorque utópica reconstruida depois de um desastre, o projeto foi abandonado no início dos anos 2000 depois dos ataques de 11 de setembro, antes de ser retomado pelo realizador de O Padrinho e Apocalypse Now em 2019. A produção de Megalopolis beneficiou de uma permissão especial do Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) e não foi interrompida pela greve, podendo estar pronta a tempo do Festival de Cannes.
“Furiosa: Uma Saga Mad Max“
de George Miller | 23 de maio
A época dos blockbusters começa um pouco mais cedo, com Godzilla X Kong: O Novo Império (11 de abril), mas entra a todo o gás em maio, a começar com o novo filme de George Miller. Um spin-off do muito aplaudido Mad Max: Estrada da Fúria (2015), Furiosa vê Anya Taylor-Joy substituir Charlize Theron no papel da guerreira pós-apocalíptica, raptada por um senhor da guerra e com uma só missão em mente: regressar a casa, custe o que custar.
“Inside Out: Divertida-mente 2“
de Kelsey Mann | 13 de junho
Em tempos uma gigante inatacável da animação norte-americana, a reputação da Pixar nos últimos anos tem sofrido alguns abalos, tanto junto da crítica como nas bilheteiras. Em 2024, o estúdio vai tentar reverter a tendência com Elio, um novo filme da equipa criativa por trás de Coco (2017) e, no verão, com a sequela do êxito de 2015, sobre as emoções na cabeça da jovem Riley. A entrar na adolescência, surgem novos desafios e novas emoções, num coming-of-age que, à semelhança do predecessor, promete apontar a um público que englobe tanto filhos como pais.
“Deadpool 3” [título provisório]
de Shawn Levy | 25 de julho
Após um ano em que os super-heróis parecem ter finalmente perdido a hegemonia sobre as bilheteiras mundiais, 2024 terá apenas um par de filmes das duas maiores produtoras do género. Tal não quer dizer, contudo, que estejamos perante flops anunciados. Pelo contrário, Deadpool 3, o primeiro da série a integrar o Universo Cinematográfico da Marvel, é um dos filmes mais antecipados do ano, juntando o sarcástico e ensimesmado mercenário interpretado por Ryan Reynolds ao Wolverine de Hugh Jackman (que se tinha retirado da personagem com Logan, de 2017), num filme que pode dar uma segunda vida ao franchise da Marvel e servir de porta de entrada a uma das equipas mais amadas pelos fãs do género: os X-Men.
“Beetlejuice 2“
de Tim Burton | 5 de setembro
De sequelas de Top Gun a Um Príncipe em Nova Iorque, passando por novos títulos de séries como Indiana Jones, Ghostbusters ou Karate Kid, o revivalismo de clássicos da década de 1980 tem sido presença constante no calendário de Hollywood nos últimos anos — uma tendência que continua em 2024, com uma sequela do filme que lançou Tim Burton na década de 80. Burton regressa à cadeira de realizador e Michael Keaton, Winona Ryder e Catherine O’Hara também voltam aos papéis que interpretaram no original. Entre as novas caras do elenco o destaque vai para Jenna Ortega, ícone goth de uma nova geração depois de protagonizar o fenómeno de popularidade Wednesday para a Netflix.
“Joker: Folie à Deux“
de Todd Phillips | 3 de outubro
Foi um dos mais badalados e polarizadores filmes dos últimos anos. Mil milhões de dólares e muitas opiniões divididas depois, Joker terá em 2024 uma sequela que promete ser tão surpreendente como o original. Joaquin Phoenix volta à personagem da banda desenhada que lhe valeu o Óscar de Melhor Ator, partilhando em Folie à Deux o protagonismo com Lady Gaga no papel de Harley Quinn, sua psiquiatra, cúmplice e amante, numa segunda parte que, depois das homenagens a Scorsese do original, aposta num género completamente diferente: o musical.
“Nosferatu“
de Robert Eggers | por anunciar (pode estrear em outubro)
Um dos grandes clássicos do cinema mudo, a adaptação não-autorizada do Drácula de Bram Stoker terá uma nova versão este ano, guiada pela mão de Robert Eggers, cuja sensibilidade gótica e próxima do terror fantástico, evidente em filmes como A Bruxa, O Farol e O Homem do Norte, fazem deste um casamento perfeito (na teoria) entre material e autor. Depois do palhaço Pennywise em It, Bill Skarsgård volta a puxar dos galões de “homem dos mil rostos” para se transformar no Conde Orlock, o vampiro do título. Lilly Rose-Depp, Nicholas Hoult e Willem Dafoe são outros dos nomes que integram o elenco do filme, que poderá ser um dos destaques dos meses de Halloween.
“Gladiador 2” [título provisório]
de Ridley Scott | 21 de novembro
Quase vinte e cinco anos depois do original, Ridley Scott regressa ao Coliseu para continuar a história do épico romano protagonizado por Russell Crowe em 2000. Paul Mescal – já nomeado para um Óscar e que tem sido recentemente elogiado ao lado de Andrew Scott no romance All of Us Strangers, ainda sem data de estreia em Portugal – assume o papel principal de Lucius, o jovem sobrinho do imperador interpretado por Spencer Treat Clark no original. Connie Nielsen também volta ao papel da mãe de Lucius, Lucilla, num elenco em que figuram ainda nomes como Denzel Washington e Pedro Pascal.
“Mufasa: O Rei Leão“
de Barry Jenkins | 19 de dezembro
Goste-se ou não, os remakes da Disney continuam a figurar entre os maiores êxitos de bilheteira anuais, à boleia de uma geração nostálgica e que cresceu com os clássicos de animação do estúdio. Cinco anos depois do sucesso estrondoso da versão “fotorrealista” de O Rei Leão, chega uma continuação algures entre a prequela e a sequela (a estrutura narrativa tem sido comparada a O Padrinho: Parte II) sobre a ascensão do leão Mufasa ao trono, naquele que é também o primeiro filme em seis anos de Barry Jenkins, aclamado cineasta de Moonlight e Se Esta Rua Falasse.
“Emmanuelle“
de Audrey Diwan | por anunciar
Três anos depois de ganhar o Leão de Ouro em Veneza com O Acontecimento, a história de um aborto na França dos anos 60 adaptada a partir do livro de Annie Ernaux, Audrey Diwan volta a deburçar-se sobre as políticas da revolução sexual de meados do século XX. Noémie Merlant (de Retrato de uma Rapariga em Chamas) interpreta uma jovem dona de casa seduzida para uma vida de hedonismo e prazer durante uma estadia no Sudeste Asiático, num filme que adapta o famoso livro erótico da década de 60 (e que serviu de base para a série de filmes do mesmo nome).
“Grand Tour“
de Miguel Gomes | por anunciar
Pouco ainda se sabe sobre o novo filme de Miguel Gomes, uma co-produção internacional que, fazendo jus ao nome, está a ser rodada entre Portugal, Itália e o continente asiático. A ação decorre no Império Britânico do início do século XX e segue os desencontros de um casal, Edward e Molly, “numa viagem emocional e física, ligando o Oriente e o Ocidente, género e sexo, tempo e espaço, realidade e ficção, mundo e cinema” entre a Birmânia e a China. Gonçalo Waddington e Crista Alfaiate protagonizam o novo filme do realizador de Tabu, As Mil e Uma Noites e Diários de Otsoga, cujas primeiras imagens foram reveladas em outubro e que poderá ver a luz do dia em 2024.
“Maria“
de Pablo Larraín | por anunciar
Na senda de Jackie e Spencer, filmes biográficos centrados nas figuras de Jackie Kennedy e da Princesa Diana, o chileno Pablo Larraín volta a treinar o olhar sobre um grande – e trágico – ícone feminino do século passado. Angelina Jolie regressa às luzes da ribalta no papel de Maria Callas, incontornável figura do mundo da ópera, numa história centrada nos últimos anos da sua tumultuosa vida, quando viveu em Paris na década de 70. Natalie Portman e Kristen Stewart foram ambas nomeadas para um Óscar pelo seu trabalho com o realizador chileno; Jolie pode muito bem completar a “trilogia”.
“Sentimental Value” [título provisório]
de Joachim Trier | por anunciar
Costuma dizer-se que “não se mexe numa fórmula vencedora”. A máxima parece ter influenciado o novo filme de Joachim Trier, que volta a juntar a equipa criativa responsável por um dos maiores sucessos do cinema europeu dos últimos anos, A Pior Pessoa do Mundo. Renate Reinsve interpreta Nora, uma atriz que tenta, juntamente com a irmã, lidar com a morte da mãe ao mesmo tempo que o pai, um antigo realizador de sucesso, reaparece nas suas vidas – trazendo consigo um argumento escrito com a filha em mente para o papel principal.