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CDU. João Ferreira foi ao Algarve defender a pesca e o turismo — e diz que Berardo é só a "ponta do icebergue"

João Ferreira dedicou a manhã ao mercado de Portimão e a tarde às ruas de Silves. Os temas do dia foram as pescas e o turismo, setores chave para o Algarve. Mas também comentou Berardo e Rangel.

Artigo em atualização ao longo do dia

É um clássico de campanha eleitoral: encabeçado pelo candidato, um cortejo de bandeiras, gritos de ordem e panfletos percorre os apertados corredores de um mercado, entre frutas, legumes e peixe fresco. Há conversas com vendedores e compradores, elogios aos produtos e conversas animadas que terminam sempre com o inevitável apelo ao voto. Esta quinta-feira, a CDU cumpriu esta função no Algarve, para onde seguiu depois de um dia dividido entre dois municípios alentejanos presididos por autarcas da coligação (Évora e Vila Viçosa). No mercado de Portimão, João Ferreira demorou-se sobretudo nas bancas do peixe — até porque foi esse o tema que escolheu para a manhã do quarto dia de campanha oficial: as pescas.

Em Portimão, “uma terra onde o setor das pescas tem uma importância ainda considerável”, João Ferreira criticou a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, que esta quinta-feira deu uma entrevista à Antena 1 na qual “anuncia uma perspetiva no que respeita à pesca da sardinha e à frota do cerco, que não pode deixar de nos causar viva preocupação”. “Neste momento, o que está em causa, desde há algum tempo a esta parte, é a própria sobrevivência do setor. É a viabilidade do setor”, disse João Ferreira, em declarações aos jornalistas à porta do mercado de Portimão. Ana Paula Vitorino disse, na entrevista que vem na sequência do adiamento da pesca da sardinha deste ano até 3 de junho, que Portugal “não pode pescar” a sardinha que não tem e sublinhou que “a sobrepesca permitida durante alguns anos fez com que o stock baixasse”.

Para o candidato da CDU às europeias, “o setor do cerco não conseguirá manter-se sem medidas que permitam fazer face às dificuldades criadas com anos sucessivos de paragem da pesca da sardinha durante vários meses, e com quotas de pesca muito abaixo daquilo que seria necessário para assegurar a viabilidade deste setor”.

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João Ferreira voltou a puxar dos galões referentes ao que os eurodeputados da CDU têm feito no Parlamento Europeu — aliás, um dos lemas da campanha ao longos destes dias na rua tem sido o de caracterizar a CDU como a única força política “com trabalho feito” em Bruxelas — para recordar: “Foi por iniciativa dos deputados do PCP no Parlamento Europeu que se introduziram no fundo europeu das pescas e dos assuntos marítimos as alterações necessárias para poder haver apoios às paragens biológicas. Enquanto o setor pára, pode receber apoios da União Europeia, fruto da intervenção que tivemos”.

Mas a CDU quer mais e pretende que a União Europeia aumente o financiamento dirigido “à aquisição de dados sobre o estado dos recursos”. João Ferreira argumenta: “Nenhum país desenvolve o seu setor pesqueiro sem uma capacidade científica e técnica própria para conhecer os recursos e em que medida os pode explorar de forma sustentável. E esta é uma questão incontornável neste momento a respeito da pesca da sardinha. Portugal não pode depender de opiniões de terceiros”.

João Ferreira no mercado de Portimão esta manhã (LUSA)

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João Ferreira considerou ainda que tem havido “situações em que na ausência de conhecimento científico suficiente sobre o estado dos recursos se adotam limitações à pesca que podem não ser justificadas pelo estado dos recursos”. Portanto, para a CDU, é preciso haver mais investimento nas instituições científicas que estudam os recursos naturais do país para que as quotas de pesca “assentem numa ligação à realidade e não em cenários presumidos”.

Turismo não pode crescer “à custa dos trabalhadores”

De Portimão, João Ferreira seguiu para Silves, para se focar no segundo tema forte do seu dia de campanha no Algarve: o turismo. Durante uma pequena arruada animada por um tambor e uma gaita de foles, e que começou e terminou no largo onde discursou perante poucas dezenas de apoiantes da CDU, João Ferreira disse que o turismo não pode crescer “à custa dos trabalhadores”.

“O setor do turismo, que tem uma importância grande no Algarve, embora nós entendamos que isto não pode nem deve ser apenas turismo, mas tem uma importância grande, cresceu nos últimos anos. Significativamente. Cresceram os visitantes, os passageiros, as dormidas, cresceram as receitas, as despesas aqui feitas. Cresceram, e muito, os lucros do setor. Mas a realidade dos trabalhadores do setor é que não recuperaram ainda sequer os níveis de salários que tinham em 2008”, disse João Ferreira aos jornalistas.

O candidato da CDU ao Parlamento Europeu lamentou que a precariedade se tenha generalizado no setor, nomeadamente através da proliferação das empresas de trabalho temporário que têm sido “a porta de entrada mas também a porta de saída de milhares de trabalhadores”, e assegurou que isto tem a ver com as “recomendações e orientações da União Europeia ao nível da flexibilização do mercado de trabalho e de contenção de salários”.

Proposta de redução no co-financiamento “foi votada por Paulo Rangel”

Depois de na quarta-feira ter lançado um repto a todos os partidos para que esclarecessem a sua posição face a um eventual orçamento europeu que inclua cortes nos fundos destinados a Portugal — e de Paulo Rangel ter assegurado, já esta quinta-feira, que “nunca aceitará cortes nos fundos de coesão” e “se for preciso, utilizará o direito de veto” (ou seja, se for Governo) — João Ferreira sublinhou que queria ouvir, “antes das eleições e não depois”, o posicionamento dos partidos sobre o que “fariam no caso de Portugal ser confrontado com uma proposta que determine um corte de verbas”.

João Ferreira durante a arruada desta tarde em Silves (LUSA)

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“Nós sabemos que há vários anos, desde há três décadas mesmo, Portugal tem vindo a sofrer cortes sucessivos nos sucessivos quadros financeiros da União Europeia, e seria inaceitável que, a cortes anteriores, viesse a suceder um novo corte neste orçamento. Lançámos o desafio. Da nossa parte, assumimos a responsabilidade: não há nenhum orçamento que, representando um corte de verbas para Portugal, conte com o voto favorável dos deputados eleitos pela CDU para o Parlamento Europeu”, insistiu João Ferreira.

O candidato sublinhou ainda que é necessário “olhar não apenas para as verbas que vêm, mas também para as condições de utilização dessas verbas”. E deu o exemplo da região do Algarve, onde se encontra nesta quinta-feira. “Neste momento esta região tem direito a um co-financiamento de 80% nos fundos da União Europeia. De acordo com a proposta da Comissão Europeia, passará para 55% e de acordo com a proposta do parlamento passará para 65%. E esta proposta foi votada por Paulo Rangel — e já agora pelos outros deputados do PSD, do CDS e também do PS. Votaram favoravelmente”, afirmou.

Retirar comendas a Berardo? “Há coisas mais importantes”

João Ferreira comentou ainda a questão que continua a marcar a atualidade da campanha: as declarações de Joe Berardo e a reunião de urgência do conselho das ordens nacionais para discutir a eventual retirada das condecorações que o empresário recebeu do Estado português. Mas, para João Ferreira, essa não deve ser a prioridade.

“Há coisas mais importantes do que saber se as comendas são ou não retiradas. Nós temos dito que este caso é a ponta de um icebergue. E há porventura quem esteja interessado em apontar só para a ponta do icebergue esquecendo tudo o que está por baixo. E nós queremos que se olhe para tudo o que está por baixo”, considerou o candidato da CDU.

E o que é que está por baixo? “Uma promiscuidade entre poder financeiro e económico e poder político que vem desde há vários anos e que envolve vários governos. Os créditos que foram dados a essa pessoa, como a outros, foram concedidos por alguém. Por administradores nomeados por determinados partidos. E há que fazer essa responsabilização”, respondeu João Ferreira.

Antes, durante a manhã em Portimão, João Ferreira não tinha esquecido outro tema que marcou o dia: o polémico post de Facebook do Patriarcado de Lisboa com apelos ao voto em partidos como o Chega e o CDS. Para João Ferreira, “a retirada do post e o reconhecimento do erro resolvem a questão”. Até porque “o fundamental é que todos, crentes e não crentes, tenham total liberdade de voto”.

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