É o sexto ano consecutivo em que lhe apresentamos os rankings das escolas. Tal como é habitual, o Observador, em conjunto com a Nova School of Business and Economics (Nova SBE), pegou nos dados oficiais do Ministério da Educação e ordenou-os de acordo com os resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais de 2021.

Pouco muda em relação aos rankings divulgados no ano passado, quando as alterações foram muitas devido à pandemia de Covid-19. Assim, são rankings em tudo comparáveis aos últimos, mas com muitas diferenças em relação a anos anteriores. Por exemplo, no ano passado apareceu, pela primeira vez, o indicador da equidade, que se mantém nas listagens deste ano. Em contrapartida, desapareceu o chamado ranking do sucesso, como tinha acontecido em 2020, por não haver dados disponíveis para calculá-lo.

Ranking das escolas. Em que lugar ficou a sua?

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As diferenças dos exames pré e pós-pandemia

Este ano, os dados disponíveis (referentes ao ano letivo 2020-2021) não são iguais aos de anos anteriores e, em muitos casos, não são comparáveis. Tal como tinha acontecido no ano letivo anterior, a pandemia de Covid-19 obrigou a mexer nas regras das comunidades escolares e também as dos exames nacionais sofreram várias alterações. Um dos exemplos é que não foram feitas as habituais provas nacionais do 9.º ano, motivo pelo qual volta a não ser possível apresentar esse ranking.

No ensino secundário as mudanças introduzidas em 2020 mantiveram-se: as provas não foram requisito obrigatório para concluir o ensino secundário e, para completar o ciclo, apenas contaram as notas internas, atribuídas pelos professores. Os exames nacionais serviram apenas como provas específicas para ingresso no ensino superior.

A forma de fazer os exames também se manteve alterada, com as regras criadas na pandemia: os enunciados eram compostos de perguntas obrigatórias e perguntas opcionais, permitindo que os alunos respondessem apenas às questões escolhidas (supostamente as que foram dadas em aulas presenciais). Se escolhessem responder a todas as perguntas opcionais, só seriam contabilizadas as que tivessem melhor classificação. Também esta decisão teve consequências e, conforme era esperado, as médias dos exames nacionais subiram em 2020, algo que já não se verifica nos rankings agora divulgados. Na generalidade das escolas, as médias baixaram agora.

Ranking clássico e ranking da equidade

Em termos de metodologia, o ranking clássico é feito como em anos anteriores e é a média das notas obtidas pelos alunos nos exames nacionais que determina o lugar de cada escola no ranking — não se trata de uma lista dos melhores ou dos piores estabelecimentos de ensino, mas antes das notas dos alunos, que podem ter sido conseguidas com muita (ou pouca) ajuda da escola.

Para o ranking da equidade, os dados disponibilizados pelo gabinete do ministro João Costa olham para o que chama de percursos diretos de sucesso — alunos que tiveram positiva nos exames finais após um percurso sem chumbos no secundário —, analisando apenas o caminho dos alunos mais carenciados. Contas feitas, o indicador da equidade é a diferença entre a percentagem de percursos diretos de sucesso entre alunos com apoio da Ação Social Escolar na escola em análise e a média nacional comparável.

Que escolas entram nos rankings?

Nos primeiros quatro anos de parceria com a Nova SBE, apenas eram consideradas as escolas onde fossem feitos um mínimo de 80 exames. Mas, com as novas regras introduzidas pela tutela, os critérios utilizados tiveram de ser alterados. Uma das mudanças feitas no ano passado foi deixar de exigir um número mínimo de provas realizadas por estabelecimento de ensino para poder considerar a escola no ranking. Este ano, voltámos a impor um limite, desta vez, de 20 provas.

Assim, este ranking tem um total de 614 escolas, por oposição às 539 analisadas em 2019 (o ano passado foram 620). Optámos ainda, para tornar os resultados mais comparáveis com anos anteriores, considerar apenas os alunos dos cursos científico-humanísticos.

Para efeito de cálculo de ranking geral por escola foram consideradas as seguintes disciplinas: Português, Matemática A, Física e Química A, Biologia e Geologia A, Geografia A, História A, Filosofia, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Economia A e Inglês. Estas são as 10 disciplinas com maior número de exames. Relativamente à comparação com anos anteriores, este ano Inglês substitui Geometria Descritiva A.

As disciplinas de Geometria Descritiva A e Desenho A foram apenas consideradas no ranking por disciplina, para permitir comparações com anos anteriores.

O indicador das notas internas (classificação dada pelos professores) também mantém as alterações introduzidas nos rankings divulgados no ano passado. Habitualmente, é possível analisar a média das notas internas dos alunos que fizeram exame, mas, este ano, a base de dados disponibilizada pelo Ministério da Educação inclui as notas de todos os alunos de 11.º e 12.º anos, não sendo possível distinguir entre quem fez e não fez exame — ou seja, não se trata do mesmo universo de alunos.

Que outros dados foram recolhidos?

As listagens apresentam ainda dados de contexto socioeconómico dos alunos que frequentam escolas públicas do continente, como a percentagem dos que têm apoios da ação social escolar (ASE) ou a habilitação académica das mães e dos pais.

Este valores são referentes ao agrupamento ou escola não agrupada e só estão disponíveis para as escolas públicas do continente. Os últimos dados disponíveis dizem respeito ao ano letivo de 2019/20.

O que pode procurar na tabela?

É possível fazer pesquisa pelo nome da escola, por concelho, por tipologia (pública ou privada) ou ainda por disciplina.

Se não fizer qualquer pesquisa, é-lhe apresentada uma lista completa com todas as escolas onde pode ver em que posição está cada uma delas, em que concelho se insere, se é pública ou privada e qual a média que obteve nos exames nacionais.

Se clicar em cima do nome da escola tem acesso a mais informação. Aí encontrará uma ficha com toda a informação disponível e, no caso das escolas públicas do continente, terá também acesso a dados de contexto do agrupamento a que cada uma pertence (percentagem de alunos com ação social escolar, de chumbos, de professores dos quadros e média de anos de escolaridade dos pais).