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A conclusão do raio X às estruturas do PS está longe de surpreender: o trabalho que Pedro Nuno Santos fez ao longo dos últimos anos, cultivando a relação com o aparelho socialista de norte a sul do país, deu frutos. Feita a primeira contagem de espingardas, para a qual o Observador registou à lupa as tendências de voto nas federações socialistas, a posição dos respetivos presidentes e as declarações de apoio de socialistas mais e menos ilustres, o resultado é maioritariamente favorável a Pedro Nuno.
É assim nas quatro maiores distritais — Lisboa, Porto, Coimbra e Braga –, todas presididas por dirigentes favoráveis ao ex-ministro das Infraestruturas. Isto não significa automaticamente que a maior parte dos votos caia para esse lado, uma vez que o voto dos militantes é, evidentemente, livre, ainda que os dirigentes exerçam a sua influência. Porto e Braga são dois dos distritos onde fará mais sentido que José Luís Carneiro dê luta — uma vez que são os lugares onde tem raízes, pessoais e enquanto candidato (foi cabeça de lista por Braga). Ainda assim, e admitindo que algumas distritais estarão “partidas”, os pedronunistas mostram confiança em que convencerão, em qualquer caso, a maior parte das bases.
Até ver, há apenas dois presidentes de federação que declaram apoio a Carneiro — casos da Madeira e de Bragança –, uma larga maioria que apoia Pedro Nuno e que se sentou na primeira fila da apresentação da sua candidatura, e umas quantas incógnitas, ou omissões. Mas fora as contas que envolvem o aparelho puro do PS, também se vão contando apoios que importam pelo peso político que trazem às candidaturas. A maior vitória de Pedro Nuno terá sido, neste sentido, o momento em que entrou com Francisco Assis — um dos maiores rostos da chamada ala moderada do partido — no Largo do Rato, confirmando os esforços que está a fazer para desfazer a imagem de radical que cultivou ao longo dos anos e para mostrar que a sua candidatura pode servir para unir diferentes sensibilidades no partido.
“Não é razoável dizer-se que é uma divisão entre a ala esquerda e direita. As pessoas olham para as qualidades dos líderes. Quando Pedro Nuno fala não são as pernas dos banqueiros que tremem, mas são as paredes da sala”, ironiza um dos seus apoiantes, explicando a tendência maioritária a favor de Pedro Nuno com a necessidade que o partido tem, neste momento de tensão absoluta, de se apresentar a votos com um líder “lutador, que lute pela honra do PS e pelo seu projeto”.
Do lado de Carneiro, a quem se elogia no PS uma postura de “serenidade” e o currículo limpo e sem polémicas enquanto ministro, conta-se um governante (o secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo) e alguns ex (como Berta Nunes e António Lacerda Sales). Já Pedro Nuno conseguiu levar ao Rato os ministros da Educação, João Costa, e da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e ex-governantes como Alexandra Leitão ou Eduardo Cabrita, além do líder da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos.
Neste caso, as contas do Observador dividem-se em várias categorias tendo em conta a posição dos presidentes de cada federação, mas incluindo as nuances que explicam a vida interna de cada uma. Há ainda um fator em aberto: é desconhecido o número certo de militantes que vão a votos, uma vez que ainda está a correr o prazo para a regularização de quotas em atraso, um critério obrigatório para os militantes que quiserem votar nas eleições diretas. Já não será possível a inscrição de novos militantes no partido, já que a aceleração do calendário nacional fez com que o prazo mínimo já tivesse expirado mesmo antes do início da corrida antecipada.
As “big four”: Lisboa, Porto, Braga e Coimbra
Lisboa: o combate “geracional” com vantagem para Pedro Nuno
A distrital de Lisboa é liderada pelo mais antigo e conhecido apoiante, além de amigo, de Pedro Nuno Santos: o atual ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro. Ironicamente, e depois de planearem juntos durante anos este cenário, o grande momento de Pedro Nuno — o seu avanço para a liderança do PS, em clima apoteótico no Largo do Rato – foi acompanhado pelo amigo Duarte só à distância, já que estava no Parlamento para a audição do Orçamento na especialidade. É o mais próximo de Pedro Nuno e está maculado pela operação Influencer (não foi constituído arguido, mas foi alvo de buscas) pelo que a sua participação ativa nesta campanha interna pode vir a ser mais recuada, Mas só publicamente. Nos bastidores, Duarte Cordeiro tem estado a ajudar. É o influente presidente da distrital de Lisboa e esse é um trunfo importante para Pedro Nuno.
Ainda assim, no distrito há algumas dúvidas, a maior das quais sobre o que fará a líder da concelhia de Lisboa, Marta Temido. Lançada para uma candidatura pelo PS à CML, a ex-ministra não fez mais do que uma declaração lacónica na SIC-Notícias mal rebentou a crise política, para rejeitar uma candidatura e recusar-se a revelar a sua preferência. Por agora vai dizendo que essa é uma análise que cada um terá de fazer e na concelhia ainda há alguma expectativa para ver o que fará, tendo em contas as suas ambições eleitorais.
Entretanto, o antigo presidente da concelhia, Miguel Coelho orientou o poder de influência que ainda conserva num sentido, o de José Luís Carneiro de quem é amigo e apoia nesta disputa. E é acompanhado por nomes como Rui Paulo Figueiredo e provavelmente por Inês Drumond. Há quem aponte que a divisão que se verifica na Federação de Lisboa é sobretudo “geracional”, com Maria da Luz Rosinha, por exemplo, a ser também uma possível apoiante de Carneiro. Mas a geração que se segue, incluindo o possível sucessor de Duarte Cordeiro à frente do PS Lisboa, Ricardo Leão (atual presidente da Câmara de Loures), está com Pedro Nuno. Tendencialmente parece ser um distrito onde Pedro Nuno tem capacidade para conseguir arregimentar mais tropas, mas onde José Luís Carneiro também tem alguma capacidade de penetração, sobretudo através dos mais antigos influentes.
Porto: distrito de Carneiro com apoios de peso para Pedro Nuno
A federação do Porto é uma das que parecem representar um maior potencial de disputa, uma vez que é ao mesmo tempo o berço de José Luís Carneiro — natural e autarca de Baião e antigo presidente distrital — e casa de muitos dos maiores apoiantes de Pedro Nuno Santos. Será um dos campos de batalha em que os candidatos poderão registar posições mais equilibradas, embora a garantia que as fontes locais dão seja que a tendência maioritária seja favorável a Pedro Nuno Santos.
É desse lado que se posiciona, assumidamente, o líder da distrital e influente presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues. Depois de ter assumido a sua posição numa reunião da distrital, decidiu fazê-lo publicamente e definiu Pedro Nuno como o socialista que está “melhor preparado”, tanto pela sua experiência governativa como pelo seu “conhecimento do país”, fazendo votos de que o candidato seja capaz de “congregar tendências” dentro do partido. Passando à concelhia do Porto, idem: o líder é o declarado (e indefetível) pedronunista Tiago Barbosa Ribeiro.
Isto não significa que a distrital como um todo siga cegamente Eduardo Vítor ou outros dirigentes — “os militantes são livres” — mas, de acordo com várias fontes locais, estes estarão maioritariamente em sintonia com o líder. Segundo os cálculos que se fazem em torno do Porto, Carneiro poderá contar com o apoio de pelo menos dois presidentes de Câmara — “Baião e Valongo, para já” — e Pedro Nuno estará a contar com cerca de 1o, havendo ainda algumas posições indefinidas.
O ex-ministro das Infraestruturas contará com mais algumas bolsas de votos relevantes; além de contar a maior parte dos presidentes da concelhia, a influente autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro, apareceu na apresentação da sua candidatura, o que na interpretação de fontes ligadas à candidatura de Pedro Nuno prova que o apoio nessa concelhia é esmagador — “quase unânime”. Carneiro deverá poder contar com os conhecimentos que tem e a simpatia que gera em concelhos com os quais tem maior proximidade, como Penafiel, Marco de Canaveses ou Amarante, mas nesses casos calcula-se que a corrida seja “muito disputada”.
Braga: círculo de Carneiro, concelhias com Pedro Nuno
Mais uma grande distrital, mais um motivo para divisão: se Pedro Nuno conta com apoios de peso, José Luís Carneiro pode ganhar com a sua experiência e conhecimento do distrito, uma vez que é um território que percorreu enquanto cabeça de lista — curiosamente, um lugar que já antes tinha sido ocupado por António José Seguro — que Carneiro apoiou antes de se integrar no ‘costismo’.
Ainda assim, neste caso, Pedro Nuno consegue assegurar vários apoios de responsáveis da distrital, a começar logo pelo presidente, Frederico Castro, que governa também a autarquia de Póvoa de Lanhoso — ao contrário do antigo líder, Joaquim Barreto, que deverá estar mais próximo da linha de Carneiro. Mas ao Observador fontes presentes na reunião da distrital de Braga que aconteceu no sábado asseguram ter ouvido uma larga maioria de intervenções favoráveis a Pedro Nuno Santos.
Ao Observador chegou também um documento com uma tomada de posição conjunta de muitos responsáveis locais, onde se descreve Pedro Nuno como um colega de partido que “sempre demonstrou total disponibilidade para com o PS e os seus militantes e autarcas”, com elogios à sua experiência política, governativa e parlamentar “única”. Em sinal de apoio ao possível futuro líder, que consideram “consistente, galvanizador e completo”, e a quem agradecem a “proximidade” e participação ativa em iniciativas em terras bracarenses, assinam o documento dez dos catorze presidentes das concelhias de Braga.
Coimbra: um pedronunista vs um histórico
É outra frente de combate importante no partido quando se fala em eleições diretas e tem ao comando da distrital um dos nomes que integra o inner circle de Pedro Nuno Santos, João Portugal. A proximidade com Pedro Nuno já vem da JS, tendo feito parte dos órgãos nacionais do então líder da Juventude Socialista (cargo que o agora candidato que ocupou entre 2004 e 2008).
Na distrital há, no entanto, outro influenciador de peso, o antigo autarca Manuel Machado que esteve na apresentação de candidatura de José Luís Carneiro e que também tentará arregimentar tropas no distrito.
Os distritos indefinidos
Setúbal é uma das grandes incógnitas desta eleição, sendo que o facto de se tratar de uma das distritais de maiores dimensões, com bolsas de votos interessantes para os candidatos, provoca curiosidade redobrada. Mas não é de todo certo que o presidente da federação, António Mendonça Mendes, venha a assumir uma posição a favor de um dos candidatos — uma omissão que é vista como natural na estrutura, até devido ao cargo central que Mendonça Mendes ocupa no Governo, como secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. Certo é que o governante deu indicações, nas reuniões do secretariado e da comissão política da distrital desta semana, para que cada um pense por si, sinalizando que a estrutura não declarará nenhum apoio formal.
Além disso, Setúbal é território também da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares (e irmã de Mendonça Mendes), Ana Catarina Mendes, que também já liderou a federação. Mais uma vez, não é certo o lado para o qual Ana Catarina Mendes pode cair, ou sequer se irá assumir uma posição, uma vez que é associada a uma ala moderada do partido, mas existem contactos nos círculos dos dois para que venha pelo menos a conversar com Pedro Nuno Santos.
O que é certo é que ainda assim se multiplicam no PS as garantias de que as bases de Setúbal têm “simpatia” por Pedro Nuno Santos e que deverão votar maioritariamente no antigo ministro das Infraestruturas, sendo importante notar que o provável próximo líder da federação, André Pinotes Batista — que se preparava para se candidatar já no final do ano à sucessão de Mendonça Mendes, não fosse a inesperada crise política que modificou todos os calendários, incluindo os da vida interna do PS, com apoios assegurados um pouco por toda a estrutura — apoia abertamente Pedro Nuno e esteve no Largo do Rato para assistir à apresentação da candidatura.
A federação do Oeste é um caso ainda mais misterioso, uma vez que há poucas indicações da tendência do distrito — excetuando o facto de a candidatura de Pedro Nuno Santos, que tem o mapa eleitoral do PS feito e pronto a consultar, não contar com o apoio do presidente, Brian Silva. “A federação não irá tomar posição formal”, diz ao Observador o responsável local, convicto de que a liderança da distrital deve permitir “o debate e a reflexão” aos militantes. Já o próprio também não assumirá publicamente a sua posição, para não arriscar que se “confunda” com um apoio da estrutura.
No caso dos Açores, é dado como certo que não haverá apoios formais: tradicionalmente, o líder da estrutura regional não declara apoio a um candidato, e é isso que Vasco Cordeiro deverá fazer também desta vez. Ainda assim, este é mais um caso em que o futuro provável da estrutura já escolheu um lado: o vice da bancada socialista Francisco César é um dos socialistas mais próximos de Pedro Nuno Santos e, influente na federação dos Açores, tem “estado a fazer esse trabalho regional”, explica fonte socialista.
Os pedronunistas (com algumas divisões)
Entre todas as distritais, a de Portalegre, dirigida por Luís Testa (que até é próximo de Ana Catarina Mendes — que resiste em definir já quem apoia), foi a única que decidiu o apoio unânime a Pedro Nuno Santos. A decisão foi tomada numa reunião do secretariado da federação no sábado à noite, mas o modelo não foi seguido pelas outras distritais. Entre os presidentes que decidiram declarar apoio a Pedro Nuno Santos, a indicação dada à estrutura foi para que cada um decidisse pela própria cabeça, mas nestes casos, as cabeças estão maioritariamente com Pedro Nuno.
É o caso de Aveiro, o distrito de Pedro Nuno Santos que é hoje dirigido pelo seu amigo Jorge Sequeira. “Pedro Nuno Santos tem vasta experiência executiva, foi uma peça chave para a estabilidade política do país e na gestão da geringonça”, refere ao Observador. Por maioria de razão, Aveiro não promete oferecer grandes resistências eleitorais ao filho de São João da Madeira.
Em Leiria, os elogios a Pedro Nuno também são rasgados, com o presidente do PS no distrito e autarca da Nazaré a dizer ao Observador que o socialista tem “capacidade de ação, decisão, assertividade e personalidade bem vincada” e que isso “é o melhor para o PS e para o país” neste momento. Elogia José Luís Carneiro, reconhecendo que partilha com Pedro Nuno a “absoluta capacidade para gerir o partido”, mas o seu apoio e influência junto das bases no distrito vai mesmo beneficiar o seu adversário. No distrito há, no entanto, quem surja com peso ao lado de José Luís Carneiro: António Lacerda Sales, o ex-secretário de Estado da Saúde e o socialista a quem António Costa atribuiu um especial dom distrital. Afinal, recordou num comício em 2022, nem consigo mesmo a cabeça de lista por ali, o PS tinha conseguido vencer em Leiria: “Só com o António Sales”. Leiria pode trazer um caso sério de disputa eleitoral.
Em Évora, Luís Dias também era um dos presidente de federação a quem Pedro Nuno agradeceu a presença no lançamento da sua candidatura. No distrito há, no entanto, duas figuras importantes, os ex-líderes distritais Luís Capoulas Santos e Carlos Zorrinho, que já declararam apoio a José Luís Carneiro. No caso do eurodeputado do PS, foi mesmo assumida a função de coordenador de Évora na candidatura de José Luís Carneiro. Já no Baixo Alentejo, o apoio do presidente da federação vai para Pedro Nuno Santos e Nélson Brito foi um dos socialistas que esteve no Largo do Rato esta segunda-feira.
Na ponta oposta do território, em Viana do Castelo, o presidente da federação é o Presidente de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira, e é um apoiante de Pedro Nuno. A concelhia poderá, no entanto, ir no sentido de José Luís Carneiro.
Em Vila Real, Luís Machado também anunciou o apoio a Pedro Nuno e compareceu na apresentação da candidatura, bem como Vítor Pereira, que lidera o PS- Branco e Alexandre Lote, líder do PS-Guarda. Hugo Costa, líder em Santarém, usou o Instagram para reconhecer publicamente as “capacidades de liderança, combatividade, disponibilidade e preparação política” de Pedro Nuno Santos para o atual momento. E também foi até ao Rato onde esteve acompanhado por mais um presidente de federação, o de Viseu. José Rui Cruz já tinha dito ao Observador que iria apoiar Pedro Nuno: “Já tinha para comigo que quando fosse estaria com ele. Chegou infelizmente mais cedo, mas este é o momento e estou com ele”. Na última disputa distrital, ganhou a federação a João Paulo Rebelo, o que faz deste um distrito que, desse por onde desse, estaria sempre com Pedro Nuno, já que Rebelo faz parte do círculo mais próximo do candidato à liderança do partido. No distrito, o apoio a Pedro Nuno é visto como “solidificado”, com as maiores concelhias a apoiarem este candidato, como por exemplo, Cinfães, Resende, Lamego ou Santa Comba Dão.
Os “carneiristas” (q.b.)
Até ver, José Luís Carneiro conta com os apoios declarados de dois líderes distritais. Trata-se do caso de Berta Nunes, antiga secretária de Estado das Comunidades e presidente da federação de Bragança, e de Sérgio Gonçalves, o líder da estrutura da Madeira que foi candidato e saiu derrotado, como era previsível, nas últimas eleições regionais.
No caso de Bragança, Berta Nunes explicou, numa posição transmitida ao Jornal de Notícias, que apoia Carneiro em nome da “autonomia” do PS e “do seu posicionamento moderado no centro esquerda, com capacidade de dialogar à esquerda e ao centro”. Ainda assim, várias fontes do PS indicam que as bases do distrito são tendencialmente “chegadas” a Pedro Nuno.
Já na Madeira a estrutura parece partir-se em dois. Sérgio Gonçalves assumiu publicamente o seu apoio, escrevendo nas redes sociais que Carneiro “personifica os valores do PS como poucos” e descrevendo-o como um homem “íntegro, competente, próximo e sempre disponível”. E também o ex-autarca do Funchal e atual secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo, consta da lista de apoios divulgada pela candidatura de Carneiro.
Por outro lado, numa Madeira descrita por fontes locais como “dividida”, e num partido que tem, a nível regional, duas fações muito vincadas, neste assunto também não há sintonia: o deputado Carlos Pereira, que tem sido eleito como cabeça de lista apesar de ter perdido a federação em 2015 — e cuja influência na estrutura, garantem fontes do partido, continua viva — esteve no Largo do Rato para oficializar o seu apoio a Pedro Nuno Santos. Não estará sozinho, tendo em conta que a candidatura pedronunista ainda conta receber boas notícias dos autarcas da Madeira (o PS tem três presidentes de Câmara). “As coisas não estão ainda consolidadas, mas podemos dizer que há divisão”, resume uma fonte local.
Os outros: deputados, governantes e o apoio da JS
Os dois candidatos contam também com apoios que não têm necessariamente cargos na estrutura do PS, ou pelo menos que são conhecidos por outro tipo de funções. Nesta contabilidade, Pedro Nuno conta com mais membros do Governo ao seu lado — no Largo do Rato estiveram o ministro da Educação, João Costa, e a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, mas também tem o apoio dos responsáveis da Habitação e da Saúde, Marina Gonçalves e Manuel Pizarro. Além disso, já recebeu declarações de apoio de vários deputados, alguns deles presentes na apresentação da candidatura, como é o caso da ex-ministra Alexandra Leitão, de Isabel Moreira ou dos pedronunistas de longa data Francisco César, Tiago Barbosa Ribeiro, João Paulo Rebelo, Ivan Gonçalves e Maria Begonha. Também sentou na primeira fila do Rato o secretário-geral da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos, o que traz um sinal importante de apoio da estrutura que Pedro Nuno também liderou.
Já Carneiro conta, no Governo, com o apoio da já mencionada ex-secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, e o seu sucessor, Paulo Cafôfo. Mas também tem ao seu lado a deputada Jamila Madeira, que se referiu nas redes sociais a José Luís Carneiro como “um dos melhores ministros da Administração Interna de sempre” e responsável pelas “maiores vitórias autárquica e legislativa de sempre”, para argumentar a favor das vantagens que pode trazer, em termos eleitorais, ao PS: “É alguém que nos pode trazer uma vitória eleitoral expressiva”. Conta também, como já foi referido, com o ex-ministro Capoulas Santos e o eurodeputado Carlos Zorrinho, assim como o ex-secretário de Estado António Lacerda Sales.